27 de abril de 2021 Inova Unicamp lança Programa de Mentorias em propriedade intelectual
Texto: Caroline Roxo | Foto de capa: WIPO – World Intellectual Property Organization
A Agência de Inovação Inova Unicamp, órgão responsável pela gestão da Propriedade Intelectual da Universidade, promoverá no mês de maio um Programa de Mentorias em Propriedade Intelectual voltado para os alunos da pós-graduação da instituição (especialmente alunos do mestrado e doutorado). O foco é dar orientações para a proteção dos resultados da pesquisa de alunos com teses e dissertações em curso ou que foram defendidas nos últimos seis meses.
O anúncio do Programa de Mentorias foi feito na última segunda-feira, 26 de abril, dia mundial da Propriedade Intelectual (PI), durante o webinar “Propriedade intelectual na pós-graduação: estratégia, conceitos e ferramentas”. Além da apresentação do Programa de Mentorias, o evento online também contou com um mini curso sobre ferramentas de busca em propriedade intelectual. A gravação completa está disponível no youtube da Inova Unicamp.
Os alunos interessados em receber a mentoria podem agendar as reuniões por meio deste formulário eletrônico. O prazo para o agendamento segue até o dia 07 de maio. As mentorias serão realizadas até 28 de maio em horário comercial (8h30 às 17h30) via google meet.
“Agora, esperamos que os alunos agendem as mentorias com nosso time de PI, para que possamos orientá-los da melhor forma sobre as possibilidades de transformarem suas pesquisas em patentes, explicando o processo e as possíveis estratégias para o licenciamento dessas patentes ao setor empresarial”, afirma Raquel Moutinho Barbosa, diretora de Propriedade Intelectual da Inova Unicamp.
Propriedade intelectual na Unicamp
A Agência de Inovação da Unicamp é a responsável pela gestão da propriedade intelectual da Universidade, juntamente com o portfólio de patentes da Unicamp, que se encontra como um dos maiores entre as universidades do país. O portfólio de patentes da Unicamp, no ano passado, alcançou o número de 1212 patentes vigentes, além de 300 programas de computadores, 134 marcas e 3 cultivares.
Para Moutinho Barbosa, os números apresentados no portfólio e os demais resultados obtidos em 2020, como as 110 comunicações de invenções e os 170 contratos de licenciamento de propriedade intelectual vigentes representam um portfólio robusto. “O setor privado, interessado na transferência de tecnologia, é atraído por um portfólio mais completo e diverso, semelhante ao que temos na Unicamp e, para provar essa excelência, no ano passado, concedemos 106 patentes”, pontua.
A expectativa é que esses números caiam em 2021, por conta da impossibilidade de acesso a laboratórios de pesquisas e consequentemente a dificuldade na conclusão de resultados. “Já estamos sentindo esse impacto nos primeiros meses do ano, com uma comunicação de invenção menor do que estávamos acostumados”, conta Moutinho Barbosa.
Para tentar vencer esse cenário, a Inova Unicamp está realizando iniciativas de prospecção com o intuito de apresentar aos alunos a possibilidade de transformar uma tese ou dissertação em uma propriedade intelectual. “Muitos pesquisadores não sabem os potenciais de suas pesquisas e desconhecem os processos para patentear uma tecnologia”, frisa a diretora.
Como funciona o processo de PI
Uma patente é um título temporário sobre uma invenção, outorgado pelo Estado ao titular. Em troca, o inventor oferece detalhadamente todo o conteúdo técnico disposto em sua matéria, protegido pela patente. O objetivo dessa proteção é garantir, por lei, que terceiros não usufruam desses conteúdos sem o consentimento do inventor.
“Os benefícios da concessão de uma patente são inúmeros. Quando o inventor disponibiliza essa patente, ela pode ser licenciada ao mercado e gerar produtos que possam beneficiar toda a sociedade, além das vantagens financeiras”, esclarece Ana Carolina Gonzaga, analista de Propriedade Intelectual da Inova Unicamp.
De acordo com o Relatório Anual da Inova Unicamp de 2020, os ganhos econômicos de transferência de tecnologia do ano passado ultrapassaram 1.9 milhão de reais. “Um terço deste valor é destinado aos inventores da tecnologia, então, para o pesquisador, patentear uma pesquisa e, posteriormente, licenciá-la, inclui ganhos econômicos consideráveis”, afirma Moutinho Barbosa.
As mentorias serão necessárias, principalmente, para os pesquisadores entenderem se suas pesquisas são passíveis de serem convertidas em patentes. “Os inventores precisam compreender sobre os princípios básicos para avaliarem suas pesquisas com um olhar sob propriedade intelectual, como a necessidade em ser uma novidade absoluta, possuir uma atividade inventiva e ou ter aplicação industrial, além da análise das características de uma patente”, explica Gonzaga.