Papel de Agências de inovação na cooperação universidade-empresa é discutido em webinar

Por Karen Canto

Os mecanismos de como as Agências de Inovação e os Núcleos de Inovação Tecnológica apoiam docentes e empresas a cooperarem foi o principal mote do webinar Inovação na Indústria de Alimentos: Um Raio-X da cooperação Universidade-Empresa, promovido no último dia 28 de maio, pela Agência de Inovação Inova Unicamp.

Dividido em dois blocos, o webinar trouxe a experiência da academia e do mercado por meio das participações de Raquel Barbosa, diretora de Propriedade Intelectual da Inova, do professor Newton Frateschi, diretor-executivo da Inova, e da professora Ana Badan, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, no primeiro bloco. Já no segundo bloco contribuíram o sócio e gerente geral da Rubian Extratos, Eduardo Aledo; e do CEO e idealizador do Food Tech Hub Brasil, Paulo Silveira.

A gravação do webinar está disponível no canal da Agência no YouTube.

Confira abaixo os principais destaques do evento online:

Em sua fala, Raquel Barbosa destacou a FEA como uma das unidades da Unicamp melhor adaptadas à cultura da inovação e de proteção da Propriedade Intelectual, com 148 pedidos de patente realizados. A diretora também elucidou as diferentes estratégias adotadas pelas empresas do setor de alimentos na proteção de seus ativos, e como a patente pode atuar como uma barreira competitiva, mas não exclusiva, para a proteção de ativos e tecnologia neste setor. Raquel contou sobre as ferramentas lançadas pela Inova recentemente para se aproximar e dar visibilidade às atividades da Agência.

“A Inova se consolida como o único órgão competente para atuar na proteção da Propriedade Intelectual de tecnologias geradas na Unicamp”, explicou Raquel.

A professora Ana Badan contou sobre sua interação com a Inova Unicamp e observou a importância de a cultura de inovação ser incorporada pelos alunos desde a graduação e, nesse sentido, ressaltou sua experiência como mentora do Desafio Inova Unicamp em 2019 e com o Desafio Inova Semalim, uma edição do desafio dentro da Semana Acadêmica de Engenharia de Alimentos (Semalim), também em 2019. Ana contou que uma dúvida frequente entre os alunos é sobre a escolha patente ou artigo:

“A patente não inviabiliza o artigo. As duas coisas não são excludentes.”, afirmou a docente, que até o momento conta com oito depósitos de patente e uma tecnologia licenciada.

O diretor-executivo da Inova, professor Newton Frateschi discutiu as ações recentes da Inova para ampliar e fomentar a relação universidade-empresa, como a aprovação da política de inovação da Unicamp junto ao Conselho Universitário e a revisão dos processos de análise de tecnologia na Inova Unicamp:

“A Inova Unicamp começou antes da lei de inovação e seu principal papel é fomentar o empreendedorismo, as parcerias e a propriedade intelectual, de forma que esses eixos trabalhem de forma sinérgica para fomentar a inovação.”

Já Eduardo Aledo tratou do histórico de parcerias com a Unicamp, começando pela origem da empresa a partir de sua participação como mentor no Desafio Unicamp 2014, passando pelo período de incubação da Rubian na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), até a realização de cinco contratos de licenciamento de tecnologia com a Unicamp, sendo que um deles partiu de um desenvolvimento conjunto com a empresa. Além da interação com a Unicamp, o empreendedor salientou o compromisso da Rubian com a sustentabilidade a partir da tecnologia:

“A Unicamp está no DNA da Rubian, cujo propósito é promover soluções seguras e eficazes para que as pessoas tenham saúde e longevidade através de extratos vegetais ricos em bioativos.”, afirmou Aledo.

Paulo Silveira compartilhou sua experiência como CEO e idealizador da Food Tech Hub Brasil, um ecossistema que envolve os principais atores da cadeia de produção de alimentos, com startups e multinacionais. Além de um programa de aceleração, Silveira comentou sobre o programa para fomentar ideias, nas quais o Hub investe até R$ 50 mil reais.

“Investimos em ideias que acreditamos que possam evoluir para o nosso programa de aceleração, no qual investimos até R$ 300 mil. Depois, nós temos o Fundo do qual um dos principais parceiros é o SP Ventures. A partir deste fundo podemos investir até US$ 1 milhão, dependendo do projeto”, informou Silveira.

Karen Canto é graduada e mestre em química pela UFRGS, doutora em Ciências pela Unicamp, aluna do curso de especialização em jornalismo científico Labjor/Unicamp e bolsista Mídia Ciência (Fapesp).

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