Cristalina tem modelo de negócio para tecnologia de reciclagem de resíduos

Texto: Carolina Octaviano

Foto: divulgação

A equipe Cristalina, finalista do Desafio Unicamp 2016, desenvolveu seu modelo de negócio tendo como base uma tecnologia que permite a desinfecção e a reciclagem de resíduos provenientes do esgoto, a partir de um processo de tratamento térmico de lodo e areia que utiliza energia térmica através da queima do biogás, emanado pelo próprio esgoto.

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“Antes do tratamento, o lodo passa por um processo de secagem e a areia por um processo de higienização. A atuação do sistema tem início no controle e na otimização da produção de gás, que é armazenado e direcionado a um forno de desinfecção”, afirma Júlio Manta Roberto, membro da equipe e aluno da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp (FEM). Ao final do processo, os resíduos resultantes são retirados do forno e podem ser aplicados na fabricação de artefatos de construção civil. Por isso, o modelo de negócios da equipe visa atender empresas privadas de logística ambiental e produtoras de concreto e blocos.

Formado também pelos alunos da FEM Ana Maria de Carvalho Pavanello, Cassio Mitsuo Iada, Gabriel Seixas Disselli e Renan Rodriguez Rincon Sartori, o grupo, desde o início da competição, focou em uma patente que pudesse ser aplicada à sustentabilidade. “Nossa ideia inicial era buscar uma patente baseada em um diferencial sustentável. Dentre as tecnologias que avaliamos, esta foi a que mais se identificou com o que esperávamos, uma vez que é baseada em um processo termodinâmico relacionado a nossos conhecimentos de engenharia”, aponta Roberto.  

Ele avalia como primordial a interação com o mentor acadêmico, que possibilitou um melhor entendimento da tecnologia e as possibilidades de modelo de negócio oferecidas por ela. “Nosso primeiro passo foi adaptar seu uso para a realidade do mercado. A partir do contato com os representantes de potenciais clientes, pudemos lapidar a ideia inicial e transformá-la em um modelo de negócios viável”, completa. O responsável pela mentoria acadêmica foi José Carlos Gasparin, aluno de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil (FEC) da Unicamp.

Sobre a mentoria empresarial – realizada por Rodrigo Barros Nabholz, da Accenture Brasil – o representante da Cristalina aponta que esta atividade se deu em um momento decisivo para o aprimoramento do modelo de negócios. “A contribuição criativa da mentoria foi espetacular e a partir de um olhar profissional e experiente ela nos ofereceu diferentes visões sobre o modelo, como a mudança de nossa abordagem em duas grandes áreas: saneamento e construção civil”, corrobora.

Os membros da equipe Cristalina dizem que pretendem dar continuidade à carreira em empreendedorismo. Eles comentam que a competição foi capaz de proporcionar aprendizados de suma importância não só para o mundo dos negócios, mas também para o desenvolvimento pessoal de cada um deles. “Desenvolvemos habilidades de relacionamento interpessoal e profissional, já que tivemos que tentar diferentes maneiras de aproximação e abordagem até aprendermos a melhor forma de nos relacionar com os agentes do mercado”, defendem.

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