Erios (2013)

CASE 1: POSICIONADOR DE PALITOS PROMOVE MELHORIAS NA ÁREA ODONTOLÓGICA

Um novo dispositivo odontológico desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp (FOP) foi licenciado para a empresa ERIOS Equipamentos Técnicos e Científico em 2013. A tecnologia consiste em um dispositivo que proporciona melhor posicionamento de amostras de restaurações e dentes provenientes do ensaio de micro-tração em microscópios eletrônicos de varredura, possibilitando mais eficiência no uso de aparelho e melhores resultados. A pesquisa foi realizada pelo aluno de doutorado Paulo Moreira Vermelho, do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica (Dentística) da FOP, sob a orientação do professor Marcelo Giannini.

O pedido de patente para a tecnologia ocorreu em 2012. No ano seguinte, o posicionador foi licenciado com o auxílio direto da Agência de Inovação Inova Unicamp, como explica o professor Giannini: “O processo de licenciamento foi simples e rápido. Tivemos uma reunião inicial para mostrar o dispositivo e explicar seu funcionamento e em seguida providenciamos os documentos, que foram avaliados e aprovados. Todas as etapas do processo foram devidamente comunicadas pela Inova, que agilizou e foi fundamental em todo o processo”, ressalta. De acordo com Ernani Rios, da ERIOS Equipamentos, a Inova apresentou a tecnologia para a empresa. “O auxílio da Agência de Inovação é fundamental no processo de licenciamento das tecnologias e na interação universidade-empresa. A proximidade da Inova com as unidades facilita o entendimento por contatar diretamente o desenvolvedor da tecnologia e simultaneamente a empresa”, explica.

Os principais diferenciais desta tecnologia são a redução no tempo de análise em microscópios e a simplicidade em seu processo de fabricação. Os pesquisadores explicam que a tecnologia é útil para analisar o padrão de fratura dos especimes testados em microtração, uma das metodologias mais utilizadas na odontologia para mensurar a resistência da união dentina-adesivo. Nesse teste, espécimes dos dentes reparados são seccionados com formato de paralelepípedos ou ‘palitos’ com cerca de 1 mm² de área na secção transversal. Os palitos são tracionados até a ruptura e em seguida são analisados em um microscópio eletrônico de varredura para se averiguar os padrões de fratura. “Nessa etapa, o posicionamento e o parelelismo entre os palitos e a padronização da altura são fatores extremamente importantes, pois minimizam o ajuste do foco e evitam o movimento de rotação do stub no microscópio, o que frequentemente ocasiona a perda do mapeamento dos palitos e gera a necessidade de refazer todos os ajustes para focar as diferentes amostras”, ressalta o professor. Nesse sentido, a tecnologia desenvolvida facilita regulagens e proporciona redução no tempo de análise nos equipamentos, prologando, assim, sua vida útil.

De acordo com Giannini, sua equipe inicialmente não vislumbrava uma oportunidade real de mercado na pesquisa acadêmica. “Este foi nosso primeiro processo de licenciamento. Depois desse, nos sentimos ainda mais estimulados em produzir cientificamente novos materiais ou técnicas com possibilidades de patente”. Segundo Ernani, o posicionador de palitos está em fase de finalização do projeto comercial. “Contamos para isso com a parceria da empresa catarinense Odeme Dental Research, especializada no desenvolvimento de produtos para a saúde. Estimamos que a tecnologia poderá ser apresentada comercialmente entre abril e maio de 2014”, finaliza.

 

CASE 2: SIMULADOR DE FUMO DIMINUI TEMPO DE TESTES EM PESQUISAS ODONTOLÓGICAS 

Os professores José Roberto Lovadino e Flávio Henrique Baggio Aguiar e os alunos Diogo de Azevedo Miranda e Carlos Eduardo dos Santos Bertoldo, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp, desenvolveram um equipamento que permite a simulação de fumo para testes odontológicos. Pode ser aplicado em pesquisas odontológicas – como testes de envelhecimento e alterações da cor causadas pelo efeito da fumaça – e pesquisas de propriedades físicas de materiais e substratos odontológicos em contato com produtos do cigarro.

O pedido de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) foi realizado em 2011 e a tecnologia foi licenciada para a ERIOS Equipamentos em 2013. “A Inova teve papel fundamental tanto no registro da patente como no licenciamento, uma vez que nos colocou em contato com a empresa interessada e realizou todos os trâmites necessários para o licenciamento”, afirma o professor Flávio. Para a empresa, o licenciamento da tecnologia proveniente da Unicamp foi benéfico. “Temos interesse comercial em produtos da área odontológica desenvolvida com o conhecimento dos pesquisadores dessa universidade. Estamos investindo em novas tecnologias para entregar um bom produto aos usuários. Nesse sentido a Inova foi de fundamental importância para realizar essa interação universidade-empresa”, afirma Ernani Rios, da ERIOS. Para este licenciamento, a ERIOS firmou parceria com a empresa Odeme, que auxilia no desenvolvimento de produtos, industrialização e vendas.

De acordo com Flávio, o dispositivo permite testar produtos odontológicos para que se tenha uma estimativa do comportamento dos mesmos anteriormente à sua análise na cavidade bucal. Este equipamento apresenta dimensões reduzidas e é de fácil manuseio, por isso não precisa de treinamento complexo para ser alterado. “Com esta tecnologia, é possível colocar amostras dentais ou de outros tipos (vivas ou não) para receber ciclos de fumaça provenientes do cigarro. Cada ciclo pode ser ajustado considerando o tempo de aspiração da fumaça do cigarro e o tempo de expiração, como acontece em indivíduos fumantes. Este é justamente o diferencial para outros dispositivos já existentes, que colocam amostras ou animais dentro de caixas com fumaça”, explica. O equipamento é controlado por ar comprimido e vácuo e é capaz de simular o ciclo de fumaça em tempo programado através de um temporizador. “O temporizador controla o tempo de inspiração e expiração da fumaça, possibilitando a simulação precisa do efeito do cigarro em produtos odontológicos sem a necessidade de expor os pacientes a um material tóxico”, ressalta.

Segundo o professor Flávio, o processo está nos trâmites finais para a empresa poder comercializar o equipamento. Ernani acredita que o licenciamento de tecnologias universitárias que estão dentro do escopo de atuação da empresa gera benefícios mútuos. “O licenciamento em tecnologias inovadoras vai de encontro com nossa missão, que é justamente atender as necessidades dos pesquisadores e fornecer equipamentos de qualidade, valorizando a pesquisa universitária e beneficiando a empresa e a sociedade”.

 

SOBRE A ERIOS

A ERIOS Equipamentos Técnicos e Científico é uma empresa nacional focada no fornecimento de materiais e equipamentos para preparação de amostras nas pesquisas científicas em laboratórios universitários. É distribuidora de materiais importados e fabricante de equipamentos desenvolvidos em parceria com universidades. Para mais informações, acesse http://www.erios.com.br/.

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