Rheabiotech (2014)

DETECÇÃO DE DOENÇAS NAS LAVOURAS DE CÍTRICOS

A detecção precoce da “Tristeza do Citros” e da “Morte súbita dos Citros (MSC)”, duas doenças que afetam as lavouras de citros, resultaram no licenciamento de duas tecnologias desenvolvidas no Laboratório de Imunologia Aplicada do Departamento de Biologia Celular Estrutural e Funcional do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. As tecnologias tratam-se de hibridomas, cultura de células voltadas para a produção de anticorpos em grande quantidade. Os materiais biológicos foram licenciados para a Rheabiotech, uma das empresas graduadas da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp).

licenciamento rheabiotech unicamp

A pesquisa foi realizada sob a liderança da professora Dagmar Ruth Stach-Machado do IB. “O principal diferencial das tecnologias é que elas foram desenvolvidas para as estirpes nacionais, o que permite um diagnóstico mais eficiente”, afirma Dagmar. Em outras palavras, são as primeiras tecnologias nacionais voltadas para a detecção da “Tristeza do Citros” e da “Morte súbita do Citros”, acabando com a necessidade de importar estes insumos.

Luís Antonio Peroni, sócio-diretor da Rheabiotech, explica que atualmente, as doenças são diagnosticadas pelo método de ELISA, uma técnica imunoquímica usada rotineiramente em laboratórios. “A detecção é realizada com o uso de anticorpos importados que implicam em maior custo e tempo de importação, além de apresentarem uma reatividade precária em relação às estirpes virais brasileiras”, completa.

Para a empresa licenciada, os hibridomas serão matéria-prima para o desenvolvimento de um ensaio para detectar os dois vírus em citros: “o principal objetivo é conseguir disponibilizar para a comunidade nacional um ensaio capaz de detectar os vírus em plantações de citros, de modo a possibilitar o monitoramento da cultura e melhorar a produção brasileira, evitando perdas significativas”, afirma Peroni.

Os anticorpos monoclonais desenvolvidos na Unicamp permitem o reconhecimento de diferentes regiões específicas do vírus. “Com os monoclonais para a Tristeza dos Citros e os policlonais para a Morte Súbita dos Citros, buscamos ter uma ferramenta eficiente e específica para os vírus brasileiros, garantindo que seja possível diferenciar as estirpes fracas das estirpes fortes dos vírus, de modo a possibilitar um melhor entendimento da doença, e promover redução das perdas na citricultura”, aponta o sócio-diretor da Rheabiotech. Peroni foi aluno de Dagmar durante o doutorado e, dessa maneira, desenvolveu em parceria com a professora as duas tecnologias.

A “Tristeza dos Citros” é considerada a virose de maior impacto econômico no mundo para a citricultura, afetando lavouras tais como tangerina, laranja, limão, bergamota, lima, toranja, clementina e cidra.  Hoje em dia, o controle da doença é feito por meio do corte de árvores e pelo uso de porta enxertos tolerantes ou resistentes a doença. Já a MSC tem como principal característica a perda generalizada do brilho das folhas, seguida da perda total ou parcial das folhas. As raízes das plantas infectadas sofrem grande redução do volume e apodrecimento, o que gera a morte da planta.

 

SOBRE A RHEABIOTECH

A Rheabiotech D.P.C. de Produtos de Biotecnologia Ltda foi fundada em 2008 e está localizada na cidade de Campinas, onde seu laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento fica situado. Com foco no desenvolvimento e soluções imunoquímicas para pesquisa e diagnóstico, atua na produção de anticorpos monoclonais, soros policlonais e anticorpos secundários conjugados. Iniciou em 2013 o desenvolvimento de proteínas recombinantes e a prestação de serviços nas áreas de imunohistoquímica, western blot e ELISA. Tem como missão estabelecer a ponte entre a pesquisa realizada nas universidades e o mercado potencial, desenvolvendo e aprimorando as tecnologias para atender as necessidades do cliente final.

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