28 de agosto de 2015 Apoio da Incamp é diferencial para startups entrarem no mercado
Texto e fotografias: Juliana Ewers
O suporte dado pela Incamp (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp) e a inserção da empresa em um ecossistema diferenciado, que se consolida na Região de Campinas, foram dois dos aspectos destacados pelo sócio-fundador da Taggen, Mário Prado, durante a apresentação do case “O Apoio da Incubadora para Startups de Sucesso: o caso Taggen”, na 15ª Conferência da Anpei, cujo tema foi “Inovação e Competitividade Globais: construindo as pontes com o futuro”.
“Lembro-me que, ao ingressar no processo de incubação, um dos mentores me questionou: quem são seus concorrentes? Minha resposta imediata foi: essa é uma tecnologia ainda pouco explorada, não temos muito concorrentes. Resposta errada, disse ele. Você concorre também com empresas de códigos de barras, algo muito mais barato, simples e disseminado no mercado. É verdade, disse eu, mas a tecnologia de identificação por rádio frequência (RFID) fornece soluções que automatizam tarefas e reduzem o custo operacional. Ele arrematou a conversa assim: é exatamente nesse ponto que você terá de convencer seu cliente”, disse Prado sorrindo ao relembrar esse episódio. “Ele estava certo. E são por toques como esse que a Incamp nos prepara e permite que mais startups entrem no mercado de forma mais estruturada”, finalizou.
A Taggen, fundada em 2010 e graduada pela Incamp em 2013, é uma empresa especializada no desenvolvimento de componentes de software, projetos e soluções que utilizam identificação por radiofrequência. Se comparado o faturamento anual da empresa ao final o processo de incubação com o atual, a startup multiplicou seus ganhou em mais de quatro vezes em apenas três anos.
A companhia integra o rol de empresas-filhas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), composto por 254 empresas ativas, que já criaram 16.610 postos de trabalho e faturam cerca de R$ 2 bilhões ao ano.
O Estado de São Paulo concentra 95% delas. Campinas é a preferida destes empreendedores que possuem vínculos com a Unicamp. Estão sediadas na cidade 171 delas. Na sequência, aparecem a capital, com 39, e as demais cidades da Região Metropolitana de Campinas, com 12. Há também companhias sediadas no Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Amazonas. E há ainda casos de empresas que são competidoras globais.
“Esses dados são do nosso último levantamento. A expectativa é de que no próximo encontro do Unicamp Ventures, cheguemos a R$ 3 bilhões de faturamento”, ressaltou o professor Milton Mori, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, responsável pela submissão do case na conferência.
Apoio da Incamp
Durante o processo de incubação, a Incamp permite a Interação da empresa com as unidades de ensino e pesquisa da Unicamp para acesso a informações científicas e serviços tecnológicos. São passadas também orientações para elaboração e encaminhamento de projetos para captação de recursos junto a agências de fomento e instruções para apresentação de projetos a investidores.
Preocupação constante da Agência de Inovação Inova Unicamp, os incubados têm também orientação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia.
Em relação à elaboração ou atualização do Plano de Negócio da empresa, são trabalhados conhecimentos nas áreas de: gestão financeira, marketing, planejamento, produção e operações.
Frutos colhidos pela Taggen
Questionado pelo público quanto do sucesso da Taggen pode ser atribuído à incubadora e quanto diz respeito aos sócios, Prado foi enfático: “esse é um caminho entrelaçado”.
Foi durante o período de incubação que um investidor chegou até a Taggen e propôs pagar um salário aos sócios por um período, o que permitiu que ambos pudessem largar seus trabalhos à época e se dedicar exclusivamente à empresa.
Ainda na Incamp, a Taggen desenvolveu projetos com a Odebrecht e a Força Aérea Brasileira.
“É interessante acompanhar essas boas histórias da Incamp. Temos muito orgulho ao ver nossos ex-incubados dando certo, gerando emprego e renda”, concluiu Mori.
Neste ano, a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) recebeu o número recorde de 142 cases para apresentações na Conferência – 71% a mais do que na edição passada. Desse total, 33 foram apresentados em forma de palestra.