23 de julho de 2014 Tecnologia aumenta segurança em processamentos radiográficos
Texto: Adriana Arruda
Foto: Felipe Christ
Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp – professor doutor Li Li Min e doutora Nayene Leocádia Manzutti Eid – desenvolveram uma tecnologia na área médica para a realização de procedimentos radiográficos manuais em câmara escura portátil. A patente da tecnologia foi depositada em 2009 com o auxílio da Agência de Inovação Inova Unicamp. “A Inova concedeu o suporte necessário durante todo o processo de pedido e depósito de patente junto ao INPI, esclarecendo dúvidas e nos dando mais segurança”, afirma Nayene.
O diferencial da tecnologia culminou, em 2013, em um processo de licenciamento para a Angelus, empresa desenvolvedora de produtos odontológicos de alta tecnologia para endodontia, dentística, prótese e laboratório. “A Inova foi a intermediadora eficaz entre nós, inventores, e a empresa, já que foi responsável pela articulação de acordos entre as partes no intuito de viabilizar o licenciamento e a transferência desta tecnologia para a indústria a fim de que este produto seja lançado no mercado”, esclarece o professor Li Li Min.
Segundo o pesquisador, a ideia do desenvolvimento da tecnologia surgiu da percepção de que os recipientes utilizados atualmente para processamento manual de películas radiográficas em consultório odontológico utilizam quantidade excessiva de soluções químicas. Após essa constatação, os pesquisadores desenvolveram um recipiente cujo diferencial é o seu formato geométrico. “A partir dessas pesquisas, alguns protótipos foram arquitetados e testados até chegarmos ao modelo definitivo, que garantiu o êxito desta inovação”, ressalta Nayene.
O recipiente em formato geométrico possibilita o processamento de películas radiográficas intra-orais utilizando menor quantidade de soluções químicas, além de propiciar maior comodidade e segurança no processo de trabalho. Os pesquisadores explicam que, atualmente, ao realizar o processamento radiográfico manual de filmes intra-orais, os cirurgiões dentistas necessitam utilizar, em média, 250 ml de cada solução processadora. Durante a execução do processamento, os profissionais comumente são expostos a um contato direto com estas soluções, que contêm em sua composição substâncias químicas tóxicas. “O novo modelo de recipiente permite o processamento radiográfico utilizando-se volumes significantemente menores de soluções – dependendo da medida do recipiente – e é igualmente eficaz aos recipientes atualmente utilizados, mantendo os padrões de qualidade da imagem radiográfica”, explica Li Li Min. Somam-se a estas vantagens a segurança no processo, a significativa redução de custos, a economia de soluções de processamento e a diminuição do impacto ambiental, dada a menor geração e descarte de resíduos oriundos do processamento.
Atualmente a tecnologia se encontra em fase de testes. “Estamos bastante otimistas e acreditamos que este produto pode ser lançado no mercado em um futuro bem próximo”, afirma Nayene.
Sobre a Angelus
Fundada em 1994 em Londrina, no Paraná, a Angelus é uma empresa que tem como foco de negócios a busca por soluções em odontologia com base científica e tecnológica. Assim, ela desenvolve seus produtos num estreito relacionamento com o setor acadêmico, técnico e científico, buscando sempre produtos inovadores. Hoje, a empresa comercializa seus produtos para todo o Brasil e para mais de 50 países no mundo.