Tecnologia aumenta segurança em processamentos radiográficos

Texto: Adriana Arruda

Foto: Felipe Christ

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp – professor doutor Li Li Min e doutora Nayene Leocádia Manzutti Eiddesenvolveram uma tecnologia na área médica para a realização de procedimentos radiográficos manuais em câmara escura portátil.  A patente da tecnologia foi depositada em 2009 com o auxílio da Agência de Inovação Inova Unicamp. “A Inova concedeu o suporte necessário durante todo o processo de pedido e depósito de patente junto ao INPI, esclarecendo dúvidas e nos dando mais segurança”, afirma Nayene.

O diferencial da tecnologia culminou, em 2013, em um processo de licenciamento para a Angelus, empresa desenvolvedora de produtos odontológicos de alta tecnologia para endodontia, dentística, prótese e laboratório. “A Inova foi a intermediadora eficaz entre nós, inventores, e a empresa, já que foi responsável pela articulação de acordos entre as partes no intuito de viabilizar o licenciamento e a transferência desta tecnologia para a indústria a fim de que este produto seja lançado no mercado”, esclarece o professor Li Li Min.

Segundo o pesquisador, a ideia do desenvolvimento da tecnologia surgiu da percepção de que os recipientes utilizados atualmente para processamento manual de películas ra­diográficas em consultório odontológico utilizam quantidade excessiva de soluções químicas. Após essa constatação, os pesquisadores desenvolveram um recipiente cujo diferencial é o seu formato geométrico. “A partir dessas pesquisas, alguns protótipos foram arquitetados e testados até chegarmos ao modelo definitivo, que garantiu o êxito desta inovação”, ressalta Nayene.

O recipiente em formato geométrico possibilita o processamento de películas radiográficas intra-orais utilizando menor quantidade de soluções químicas, além de propiciar maior comodidade e segurança no processo de trabalho. Os pesquisadores explicam que, atualmente, ao realizar o processamento radiográfico manual de filmes intra-orais, os cirurgiões dentistas necessitam utilizar, em média, 250 ml de cada solução processadora. Durante a execução do processamento, os profissionais comumente são expostos a um contato direto com estas soluções, que contêm em sua composição substâncias químicas tóxicas. “O novo modelo de recipiente permite o processamento radiográfico utilizando-se volumes significantemente menores de soluções – dependendo da medida do recipiente – e é igualmente eficaz aos recipientes atualmente utilizados, mantendo os padrões de qualidade da imagem radiográfica”, explica Li Li Min. Somam-se a estas vantagens a segurança no processo, a significativa redução de custos, a economia de soluções de processamento e a diminuição do impacto ambiental, dada a menor geração e descarte de resíduos oriundos do processamento.

Atualmente a tecnologia se encontra em fase de testes. “Estamos bastante otimistas e acreditamos que este produto pode ser lançado no mercado em um futuro bem próximo”, afirma Nayene.

Sobre a Angelus

Fundada em 1994 em Londrina, no Paraná, a Angelus é uma empresa que tem como foco de negócios a busca por soluções em odontologia com base científica e tecnológica. Assim, ela desenvolve seus produtos num estreito relacionamento com o setor acadêmico, técnico e científico, buscando sempre produtos inovadores. Hoje, a empresa comercializa seus produtos para todo o Brasil e para mais de 50 países no mundo.

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