Fórum apresenta os desafios para incubadoras de empresas

Palestrantes do Brasil e exterior apontaram o reduzido número de parcerias público-privadas e a falta de profissionalização na gestão de incubadoras de empresas como os maiores desafios para estimular a inovação. Eles participaram, hoje, 14 de outubro, do Fórum Sebrae de Inovação, onde foram apresentadas as melhores práticas de incubação de empresas no Brasil e na Europa.

“Em todas as apresentações, vemos a importância do poder de financiamento do estado, seja pelo governo central ou local. São necessários fundos de investimento para viabilizar maiores práticas inovadoras”, afirmou Luis Afonso Bermúdez, conselheiro da Anprotec e moderador na discussão dos melhores casos da Europa. Foram apresentadas experiências bem-sucedidas na Irlanda, Bélgica e Holanda, em conceitos como spin off industrial, em que resultados de P&D de uma empresa podem inspirar o surgimento de novos negócios com foco específico e diferenciado.

O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos (na foto, com  José Eduardo Fiates, da Anprotec), destacou a importância da inovacão nas ações da instituição. “O foco do trabalho do Sebrae continua sendo o de melhorar a gestão de pequenos negócios. Mas, nos últimos dez anos, cada vez mais verifica-se a necessidade de colocar a inovação no centro da agenda para estimular a diferenciação das empresas e torná-las mais competitivas”, disse.

O potencial das incubadoras, movimento iniciado no Brasil na década de 1980, é traduzido em números. As 384 incubadoras de empresas que existem no país são responsáveis por mais de 2,5 mil empreendimentos graduados, ou seja, que já saíram do ambiente de incubação e se estabeleceram no mercado. Eles faturam R$ 4,1 bilhões por ano e empregam quase 30 mil pessoas. As atuais 2.060 empresas incubadas tem faturamento de aproximadamente R$ 533 milhões e possuem mais de 16 mil postos de trabalho.

Dimas Fonseca, gestor da incubadora de empresas da Universidade de Vale do Sapucaí, de Pouso Alegre (MG), ressaltou a necessidade de discussões como as que foram promovidas no Fórum. “É interessante observar que os participantes de outros países falam das mesmas dificuldades. O que falta para impulsionar o movimento é a determinação e a criatividade do gestor, que precisa trabalhar em rede e realmente ter uma estratégia mais ampla, como um administrador de território”.

*Por Debora Cronemberger, da Agência Sebrae de Notícias. Foto: Bruno Prado/Agência Rodrigo Moreira