Plano Inova Empresa é destaque na abertura da XIII Conferência Anpei

A solenidade de abertura da XIII Conferência Anpei, que acontece em Vitória (ES), contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e do presidente da Anpei, Carlos Calmanovici. O destaque da abertura ficou para o Plano Inova Empresa, que prevê R$ 32,9 bilhões em investimento em inovação até 2014.

Como lembrou Calmanovici, desde a última Conferência Anpei, realizada em junho do ano passado, em Joinville (SC), vários avanços mostram outra dinâmica em inovação, como o lançamento da Empresa Brasileira de Inovação Industrial (Embrapii), a discussão do novo Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação no Congresso e o lançamento do Plano Inova Empresa. “Isso tudo contribuirá para reforçar a atividade de P&D nas empresas e desenvolver mais ainda a inovação no Brasil”, ressaltou.

“O Brasil tem agora um enorme potencial. O Inova Brasil, por exemplo, deve ser transformado em ações e resultados concretos. A consolidação de uma economia inovadora no Brasil, com estratégias de P&D mais agressivas, assegurará o fortalecimento das empresas e nosso superávit comercial, aumentando a densidade tecnológica da produção nacional e reduzindo o risco da flutuação dos preços das commodities”, afirmou.

O presidente da Anpei disse que já existe uma resposta consistente das empresas aos estímulos feitos para torná-las mais inovadoras, o que demonstra que o setor produtivo entende a importância estratégica da inovação e de seu impacto nos negócios. “Mas temos que apoiar esse movimento inicial para que ganhe mais força e, sobretudo, mais velocidade”, alertou.

O ministro Raupp focou seu discurso no Plano Inova Empresa. “Já passamos da hora de somente discutir inovação. A hora, agora, é de fazer inovação; de aumentarmos significativamente nossa capacidade de gerarmos inovações para o mercado; de tornarmos o Brasil um protagonista mundial no campo da inovação”, exortou.

Segundo ele, o volume de recursos destinado ao Plano Inova Empresa realça a convicção do governo federal de que a inovação é indispensável para o Brasil, e expõe o entendimento de que o setor público está disposto a partilhar com as empresas os riscos da inovação. Além dos valores, o Inova Empresa traz como novidade a integração de instrumentos de financiamento (crédito, subvenção, cooperativo ICT-Empresa e renda variável). E também vai promover a descentralização da distribuição dos recursos de crédito, que poderão ser alocados nas empresas por meio de bancos ou agências de desenvolvimento regionais ou estaduais. Já os recursos de subvenção e para projetos cooperativos ICT-empresa poderão ser distribuídos pelas fundações estaduais de amparo à pesquisa.

As operações da Finep também estão passando por mudanças. “Já reduzimos bastante o prazo para análise de projetos, mas nosso objetivo é dar respostas às empresas em até 30 dias da data de manifestação de interesse”, disse Raupp. Ele contou também que a Embrapii está em fase de registro nas repartições públicas competentes e deverá entrar em operação regular nos próximos meses, e que o programa Ciência sem Fronteiras, que tem despertado um interesse crescente nas empresas, deve chegar a 40 mil bolsistas concedidas até o final do ano.

Raupp concluiu seu discurso exaltando o trabalho da Anpei. “Os estudos que realizou, suas publicações e as edições anuais desta Conferência, desde 2001, são exemplos da constante atuação da Anpei para o amadurecimento do debate sobre inovação em nosso País”, apontou, lembrando que a Associação foi proativa na constituição do marco legal para a inovação, em especial a Lei de Inovação e a Lei do Bem. Ele comentou que é imprescindível que as empresas façam uso dos recursos disponibilizados pelo Inova Empresa. “Nossa expectativa é que a Anpei e a comunidade de empresas e ICTs a ela associadas aceitem o convite do governo federal e multipliquem seus esforços para alavancarmos de vez a inovação em nosso País”, finalizou.

O governador do Estado do Espírito Santo Renato Casagrande, que tem um histórico de atuação nas comissões de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara e Senado, ressaltou que “o Brasil vive uma agenda do presente, dos problemas da infraestrutura, e uma do futuro, que é essa agenda que estamos discutindo na Conferência Anpei”, afirmou. “Estamos no caminho certo, mas na velocidade errada perto da necessidade de inserção internacional. Temos pressa na inovação para a inserção internacional, para a sustentabilidade”, prosseguiu.

Como governador, ele continua contribuindo para a agenda da inovação. O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) está se credenciando junto ao MCTI para operar recursos da subvenção econômica, dentro do Inova Empresa, com foco em projetos de pequenas e microempresas. O Estado também está concedendo incentivo fiscal para atrair empreendimentos de base tecnológica, aprovou a Lei de Inovação estadual e constituiu um fundo de R$ 30 milhões para financiar projetos de inovação.

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