Brasil, entre os países líderes em produção tecnológica em Ibero-América, de acordo com um estudo publicado pela RedEmprendia

Madrid, 4 de fevereiro de 2013. O Estudio de la producción científica y tecnológica en colaboración Universidad-Empresa en Iberoamérica, realizado pelo grupo de investigação SCImago e publicado pela RedEmprendia, coloca em destaque à Espanha como país líder da região, entre 2003 e 2009, quer no que à produção de resultados de investigação diz respeito quer no que toca ao registo de inovações em um âmbito tão exigente quanto o estadunidense. O Brasil encontra-se também entre os países mais destacados.

O relatório, que tem o patrocínio do Banco Santander através da sua Divisão Global Santander Universidades, inaugura a coleção Estudos-RedEmprendia, e será apresentado hoje às 13:00 horas na Sala Miguel de Cervantes da Casa de América (Madrid), durante um ato que contará com a presença de José Ignacio Wert, ministro de Educación do Governo de Espanha, Carmen Vela, secretaria de Estado de Investigación, Desarollo e Innovación do Inovação do Governo de Espanha, Federico Morán, secretario general de Universidades de Espanha, Adelaida de la Calle Martín, presidenta da Conferencia de Rectores de las Universidades Españolas e reitora da Universidad de Málaga, Senén Barro, presidente da RedEmprendia, Tomás Poveda Ortega, diretor-geral da Casa de América, José Manuel Moreno, diretor de Projetos Corporativos e Coordenação da Divisão Global Santander Universidades, e Félix de Moya, coordenador do estudo e investigador do de SCImago.

Nos seis anos que abrange o estudo (2003-2009), Espanha obteve no total, 1.166 patentes junto do Gabinete de Patentes e Marcas dos E.U.A (USPTO), o que representa 53% das patente atribuídas a países ibero-americanos em esse período e analisadas no relatório (2.191). Além disso, o Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC) foi o organismo ibero-americano que mais patenteou, com 83 inovações registadas na USPTO.

O Brasil (488 patentes) teve uma atividade inovadora anual muito regular, o que propiciou que pudesse ocupar a primeira posição em termos de produtividade logo a seguir à Espanha. O mesmo acontece com México (144), Argentina (75), Portugal (68), Venezuela (55) e Chile (55).

Por sua vez, o Chile, Panamá e Cuba revelaram ter uma estratégia de desenvolvimento tecnológico sustentada e especializada em uns poucos setores da técnica, o que poderá significar uma melhoria das suas posições no futuro, segundo o estudo.

A universidade espanhola protege mais a sua tecnología

A capacidade para patentear na região ibero-americana concentra-se, sobretudo, nas organizações, apenas 55 pessoas singulares possuiam qualquer registo de patente no período abrangido.

Dentre as instituições que provaram desenvolver uma produção tecnológica sustentada, com níveis muito altos de produtividade por anos, surgem, além do CSIC, a Universitat Politècnica de València (37 patentes), e duas empresas espanholas: Laboratorios del Dr. Esteve, S.A. (39) e Pharma Mar, S.A. (28), titulares con patentes em todos os anos estudados.

No caso brasileiro, a inovação concentrou-se no setor industrial, com as empresas Petrobras (61) e Embraco (46) nos primeiros lugares.

Também são espanholas a maioria das universidades que protegeram os seus resultados de investigação científico-tecnológica mediante patentes nos Estados Unidos. Designadamente, o relatório refere 23 universidades espanholas que obtiveram patentes nos E.U.A. entre 2003 e 2009, muito além destes resultados surgem as universidades do Chile, Portugal e o Brasil. As três primeiras universidades ibero-americanas por número de patentes nos E.U.A. no referido período foram a Universitat Politècnica de València (37), a Universidad de Sevilla (11) e a Universidad de Salamanca (9).

Colaboração universidade-empresa

No que toca à produção científica na América Latina, o estudo prova uma tendência generalizada para a colaboração, fundamentalmente entre universidades com outras instituições de ensino superior, hospitais e centros de investigação, e em menor medida com as empresas.

Porém, os resultados do relatório realçam o facto de as universidades que investigaram en colaboração com a empresa privada terem obtido em média um maior impacto global no âmbito científico ao conseguido pela investigação realizada exclusivamente desde a académia, sobretudo em quatro áreas: Saúde, Energia, Tecnologias da Informação e a Comunicação (TIC) e Agroalimentação.

Sobre a RedEmprendia

A RedEmprendia é uma rede universitária ibero-americana que visa promover a transferência de conhecimento, o desenvolvimento tecnológico, a inovação e o empreendedorismo responsável. Em reconhecimento ao seu trabalho, a Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB) incluiu a RedEmprendia no seu Registo de Redes Ibero-Americanas. Esta inscrição aponta novas vias de colaboração e diálogo com a Conferência Ibero-Americana bem como com o resto de redes reconhecidas pela SEGIB, permitindo ainda o desenvolvimento de iniciativas conjuntas na região.

Atualmente, a RedEmprendia (www.redemprendia.org/) é formada por 20 universidades ibero-americanas de 7 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México e Portugal), Universia –a maior rede de universidades de fala hispana e portuguesa- e o Banco Santander, que através da sua Divisão Global Santander Universidades (www.santander.com/universidades) apoia as atividades da RedEmprendia.