Correio Popular | RMC se destaca com 8 cidades entre as 100 mais inteligentes

Vista aérea do campus da Unicamp

Publicado originalmente pelo Correio Popular.

 

Texto: Bruno Luporini – Correio Popular | Foto: Reprodução/EPTV

 

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) se destaca com oito cidades entre as 100 mais inteligentes do país, conforme a edição 2024 do Ranking Connected Smart Cities (CSC), elaborado pela consultoria Urban Systems. Jaguariúna ocupa a 11ª posição na classificação geral, enquanto Campinas está na 20ª.

O ranking também inclui Vinhedo (30ª), Paulínia (43ª), Indaiatuba (49ª), Valinhos (73ª), Itatiba (75ª) e Americana (99ª). A pesquisa avalia o desempenho das cidades utilizando 74 indicadores que ponderam informações entre os municípios, criando uma relação quantitativa em três níveis de destaque: eixos temáticos (mobilidade, urbanismo, meio ambiente, tecnologia e inovação, saúde, segurança, educação, empreendedorismo, governança, economia e energia), porte (dividindo os municípios entre os que têm mais de 500 mil habitantes, aqueles com 100 a 500 mil e municípios com 50 a 100 mil) e região (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte).

Esta é a décima edição da publicação, abrangendo as 656 cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes, conforme o último Censo Demográfico de 2022. As três primeiras cidades no ranking geral são Florianópolis (SC), Vitória (ES) e São Paulo (SP).

Campinas se destacou nos critérios de Empreendedorismo e Economia, ficando em terceiro lugar no quadro geral. Entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, no quesito econômico, Campinas ocupa a primeira posição. Os principais indicadores de melhora foram no campo do empreendedorismo: comparado a 2023, houve um crescimento de 11,57% no número de Microempreendedores Individuais (MEIs), totalizando mais de 124 mil MEIs, um aumento de 3,59% nas empresas de tecnologia e um crescimento de 18,79% nas empresas de economia criativa. A pesquisa ressalta que a cidade possui duas incubadoras de empresas e cinco parques tecnológicos.

“Esses números são frutos de uma colaboração sólida entre o setor público, privado e acadêmico, consolidando Campinas como um hub estratégico para investimentos e inovação no país”, destacou Adriana Flosi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) e secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação do município.

Com o crescimento do setor de empreendedorismo e tecnologia, Campinas aumenta a geração de produtos e serviços de grande valor agregado para a economia da região.

“Elas não produzem commodities, pelo contrário, são produtos e serviços diferenciados, derivados de pesquisas e tecnologias altamente especializadas, desenvolvidas por pessoas com grau de qualificação e remuneração igualmente altos”, afirmou Vital Yasumaru, supervisor de empreendedorismo e incubadora da Agência Inova da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A universidade é líder em inovação no país e a segunda mais empreendedora, segundo o Ranking Universidades Empreendedoras (Rue). O faturamento das 1.156 empresas ligadas à universidade foi de R$ 29,9 bilhões em 2023, gerando 47.156 postos de trabalho.

A concentração de empresas-filhas, criadas por pessoas vinculadas a instituições de ensino, na região é notória. Cerca de 93,1% das sedes empresariais brasileiras estão na região Sudeste, sendo que 95% desse total estão no Estado de São Paulo. Destas, 57,6% estão na RMC e Piracicaba (3,1%), enquanto a Região Metropolitana de São Paulo concentra 23%. Para Yasumaru, esses dados são atrativos para novos negócios na região:

“As empresas de tecnologia vêm para Campinas e região para atrair talentos e realizar projetos de PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação). Das mais de 60 empresas instaladas no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, 50% dos postos de trabalho são na área de PD&I, sendo que 40% desses trabalhadores são ou foram alunos da universidade.”

Dois programas públicos foram apontados como benéficos para atingir os resultados do Connected Smart Cities: o Programa de Ativação Econômica e Social (Paes), que promove o estímulo da atividade econômica, especialmente no setor de obras públicas, e o programa de crédito Recomeça, destinado aos MEIs, microempresas e empresas de pequeno porte.

“O Recomeça possibilita que pequenos e microempresários obtenham empréstimos com juros menores, carência e um prazo longo para quitar o empréstimo”, explicou Aurílio Caiado, secretário de Finanças de Campinas.

O ranking ainda destaca outros fatores para o crescimento da pontuação econômica da cidade, como o aumento de 3,5% no número de empregos, o fato de 66,58% da receita municipal não ser oriunda de transferências (não dependendo de recursos da União) e a renda média dos empregos formais, atualmente em R$ 4.621,10.

 

 

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