13 de agosto de 2024 Estado de São Paulo lidera índice nacional de inovação
Dentre os pilares avaliados pelo INPI estão indicadores promovidos no ecossistema da Universidade Estadual de Campinas e fomentados pela Agência de Inovação da Unicamp
Texto: Ana Paula Palazi – Inova Unicamp | Foto: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp
São Paulo aparece como o estado mais inovador do país na primeira edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID). O levantamento foi lançado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão federal vinculado ao Ministério da Economia. O estudo apresentado nesta semana constitui um mapa com o desempenho dos ecossistemas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) nos estados e regiões do país, que deve orientar a formulação e monitoramento de políticas públicas.
Medido por um número que varia de 0 a 1, o novo índice agrega 74 indicadores estatísticos de inovação coletados junto a fontes oficiais ou disponíveis publicamente. Os indicadores foram distribuídos em sete pilares: instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia, e economia criativa. O estado de São Paulo, onde ficam localizados os seis campi da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atingiu a nota mais alta em todos os pilares avaliados
O estado de São Paulo também apresenta o melhor desempenho no maior número de indicadores de inovação do IBID, ocupando a primeira posição nacional em 40 dos 74 indicadores.
A nota final do estado de São Paulo foi de 0,891, pontuação total que supera o dobro do segundo colocado, Santa Catarina (0,415). Na sequência dos estados mais inovadores do país estão Paraná (0,406), Rio de Janeiro (0,401), Rio Grande do Sul (0,401) e Minas Gerais (0,378), sendo considerados estados expoentes de inovação por apresentarem pontuações IBID acima do esperado em termos de PIB per capita.
O papel da Universidade no novo indicador
O papel das universidades é destacado no levantamento com indicadores que são promovidos pela Unicamp. Entre os pilares liderados por São Paulo está o de ‘Conhecimento e tecnologia’, no qual o estado alcançou o primeiro lugar nas três dimensões aferidas pelo índice: ‘Criação de conhecimento’, ‘Impacto do conhecimento’ e ‘Difusão do Conhecimento’.
Esse pilar abrange variáveis que são tradicionalmente consideradas como frutos de invenções, incluindo indicadores que medem o resultado e o impacto de atividades inventivas, como patentes vigentes, contratos de transferência de tecnologias, e quantidade de startups.
Em janeiro, o INPI já havia divulgado a Unicamp como líder entre as Universidades do Estado de São Paulo em depósitos de patentes e a terceira no país, com 40 depósitos dos 1.368 pedidos de patentes no Top 50 do INPI, referentes a 2023.
Esses indicadores são acompanhados na Unicamp pela Agência de Inovação da Universidade (Inova Unicamp), que atua na proteção da propriedade intelectual, com depósitos de patentes em áreas estratégicas para o país e o depósito de programas de computador, a transferência dessas tecnologias, assim como o incentivo ao empreendedorismo de base científica e tecnológica e o mapeamento das empresas-filhas da Universidade.
“O resultado mostra uma alta capacidade do estado de São Paulo em transformar pesquisas, conhecimentos e investimentos em inovação e a Universidade contribui principalmente com o desenvolvimento de novos conhecimentos e soluções inovadoras, e com a excelência na formação de qualidade dos profissionais que usam os conhecimentos adquiridos aqui em seu dia-a-dia para a criação de um novo negócio ou para promover trocas de ideias e soluções entre docentes, pesquisadores e as empresas”, comenta o professor Renato Lopes, diretor-executivo da Inova Unicamp, sobre a contribuição da Unicamp para a classificação do estado no IBID.
A Unicamp reforçou ainda a nota de São Paulo com seu Parque Científico e Tecnológico, que opera desde 2013 na Universidade, sob gerenciamento da Inova Unicamp. A quantidade de Parques Tecnológicos também foi considerada como um indicador de inovação do novo Índice. O IBID segue a mesma metodologia do Índice Global de Inovação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), no qual o Brasil ocupa a 49ª posição entre 132 países.