15 de dezembro de 2023 Unicamp e Correios firmam convênio para pesquisas em áreas estratégicas; selo marca parceria
A Inova Unicamp realizou o atendimento inicial, a prospecção dos grupos de pesquisa e negociação do convênio com os Correios; e continuará dando todo o suporte aos pesquisadores na interação da Universidade com a empresa pública.
Texto: Tote Nunes – SEC Unicamp | Fotos: Antoninho Perri
A Unicamp e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos assinaram nesta segunda-feira (11) um convênio para a realização de pesquisas em áreas consideradas estratégicas para a empresa. O acordo foi assinado pelo reitor da Universidade, professor Antonio José de Almeida Meirelles, e pelo diretor de Operações dos Correios, Temistocles Rodrigues de Azevedo Junior. Na cerimônia, os Correios lançaram um selo postal para marcar a parceria. A edição da nova marca ocorre oito anos depois do selo lançado em 2015, no aniversário de 50 anos da Unicamp.
O acordo entre as duas instituições vai alcançar quatro diferentes rotas com o objetivo, no caso de todas elas, de promover a otimização dos processos e o uso de inteligência artificial. Um desses processos prevê que os pesquisadores da Universidade proponham modelos para a atualização e modernização do processo de dimensionamento da distribuição de encomendas e mercadorias.
Um segundo objetivo prevê a adoção de novos métodos para a realização do plano de triagem – procedimentos de separação de cargas. A terceira meta do programa diz respeito à gestão de suprimentos, insumos necessários para que a empresa possa prestar seu serviço, como os uniformes dos funcionários, por exemplo.
Por fim, o acordo prevê um sistema mais eficiente de gestão e manutenção da frota dos Correios, que hoje soma mais de 29 mil veículos espalhados pelo país.
Assessor docente do Gabinete do Reitor e executor do projeto, o professor Cristiano Torezzan lembra que os Correios operam no Brasil inteiro, mas com um modelo decisório pensado antes da revolução do e-comerce, por exemplo. “Uma das coisas que eles querem é usar essas ferramentas mais atuais, de métodos de otimização e inteligência artificial, para modernizar a gestão dos processos”, explica.
“Eles [os Correios] querem um modelo com uma camada de previsibilidade – ou seja, a introdução de técnicas que permitam fazer predições – e a otimização dos processos de gestão estratégica”, acrescenta.
Torezzan diz que o convênio é muito importante para a Unicamp. “Primeiro, porque é uma parceria entre duas das mais renomadas instituições públicas do Brasil. Para a Unicamp, trata-se da oportunidade de apresentar soluções, de levar pesquisa aplicada na ponta, com impacto no país inteiro”, argumenta. “Os Correios são um patrimônio nacional. Há lugares do Brasil a que só os Correios chegam. Então, colaborar com uma instituição desse porte é uma honra e uma enorme responsabilidade para nós”, acrescenta.
O chefe do Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Operacional dos Correios, Frank Schneider Carvalho de Moura, chamou a atenção para o tamanho do desafio que os pesquisadores terão pela frente.
Segundo ele, a empresa faz hoje 242 milhões de atendimentos por dia, manipulando 7 milhões de cartas e 27 milhões de objetos diariamente. Os Correios chegam a mais de 11,3 milhões de endereços em todos os cantos do país, percorrendo quase 21 milhões de quilômetros por ano. “Só em novembro, foram 20 milhões de objetos entregues apenas pelo Sedex”, revelou o diretor. A empresa conta com um contingente de 58 mil empregados, dos quais 36 mil são carteiros.
“A Unicamp será uma peça-chave para que os Correios possam atingir um novo patamar de eficiência”, disse Azevedo.
Outras ações colaborativas
Segundo Meirelles, um acordo como esse define o que deve ser a relação da Universidade com a sociedade. “Não há dúvida de que o fio condutor a nos guiar ao longo da trajetória é a ideia de estreitar nossa relação com a sociedade”, disse o reitor. “E é muito bom ver que outras instituições públicas brasileiras também têm esse olhar. Para nós da Unicamp, é um grande orgulho termos sido escolhidos para participar de um projeto como esse”, acrescentou.
“Gostaria que esse fosse apenas o primeiro passo na direção de outras ações colaborativas. Podemos começar a pensar, por exemplo, em um centro de pesquisa aplicada e, para isso, podemos até buscar ajuda com a Fapesp”, afirmou Meirelles, referindo-se à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Para o pró-reitor de pesquisa, João Romano, o projeto com os Correios revela-se emblemático. “Um dos lemas da campanha da atual gestão diz que a Unicamp é uma universidade que abraça a e é abraçada pela sociedade. E é justamente isso que ocorre em um projeto como esse”, disse. “Trata-se de boa ciência, de pesquisa de ponta.”
Matéria original publicada em Jornal da Unicamp.