Pela sexta vez, IQ Unicamp é destaque em Proteção à Propriedade Intelectual

Homem de branco segurando o prêmio (a esquerda) e mulher de laranja (a direita). Fundo a placa do Instituto de Química.
A integração entre a pesquisa básica e a aplicada e o relacionamento com empresas e outras instituições contribuíram para o Instituto de Química (IQ) registrar o maior número de patentes depositadas entre as unidades da Unicamp no ano passado

Texto: Christian Marra | Fotos: Pedro Amatuzzi –  Inova Unicamp

O Instituto de Química (IQ) já tem um hexa para comemorar: neste ano de 2023, a unidade conquistou pela sexta vez o título de destaque na proteção à propriedade intelectual do Prêmio Inventores da Unicamp, concedido pela Agência de Inovação Inova Unicamp.  Com 09 patentes depositadas entre janeiro e dezembro do ano passado, o resultado do IQ é expressivo, correspondendo a 28% do total da Universidade em 2022.

Com esta premiação, o IQ repete as conquistas dos anos de 2010, 2012, 2015, 2016 e 2021. Em sua trajetória para registrar suas patentes no ano passado, o IQ apoiou-se em parcerias com empresas e outros institutos de Ciência e Tecnologia, como Petrobras, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Londrina (UEL). Metade dos pedidos depositados em 2022 foi desenvolvida em cotitularidade com alguma delas.

O destaque à Proteção da Propriedade Intelectual é um reconhecimento da Inova Unicamp aos esforços de pesquisadores, professores, alunos e funcionários que buscam a proteção do conhecimento gerado pelas unidades da Unicamp. O professor Claudio Francisco Tormena, diretor do IQ, vai além dos resultados atingidos pelo Instituto e ressalta: mais que atentar-se aos números, o mais relevante é o alcance social que essa marca representa:

“O IQ, tradicionalmente, contribui com uma parcela considerável das patentes originadas na Unicamp. Porém, mais importante que isso são os benefícios que essas pesquisas proporcionam à comunidade. Essas pesquisas são realizadas em prol da população, que em última instância, é quem financia esta Universidade. Ficamos satisfeitos em ver o resultado do nosso trabalho sendo revertido em tecnologias que podem beneficiar a sociedade.”

Integração entre a pesquisa básica e a aplicada

E o que está por trás desse ritmo de pesquisa e de desenvolvimento de patentes do Instituto de Química da Unicamp? Tormena ressalta que a integração entre a pesquisa básica e a aplicada é hoje muito bem equacionada no IQ, que atua intensamente nas duas frentes. Segundo ele, há instituições que são muito fortes em pesquisa aplicada e outras na pesquisa básica. Mas no IQ ambos os níveis são bem integrados e isso se torna um dos diferenciais do Instituto. Ele destaca a relevância desse entrelaçamento:

“Você não inova sem conhecimento básico. E dentro das várias linhas de pesquisa que temos no Instituto, temos especialistas focados na pesquisa básica, e outros que trabalham em parceria com empresas. Com isso, você discute o conhecimento em diversos níveis. Assim, aquilo que hoje está sendo descoberto em um laboratório pode, no amanhã, ser aplicado para resolver um problema da indústria. O entrelaçamento entre esses níveis de pesquisa no IQ favorece o desenvolvimento das patentes”, ressalta o diretor.

O empreendedorismo tecnológico também vem sendo trabalhado no Instituto de Química, conforme aponta a professora Daniela Zanchet, diretora associada do IQ. Ela vem observando que os alunos de graduação chegam à Unicamp com uma visão empreendedora mais apurada e executam a pesquisa básica já vislumbrando a sua aplicação na indústria, o que favorece à cultura de proteção da propriedade intelectual dos resultados das pesquisas. “Eles participam de projetos de iniciação científica e veem com interesse o desenvolvimento de ciências aplicadas. Projetos em parcerias com empresas, por exemplo, costumam entusiasmá-los. Eles já olham à frente, de olho na maneira como vão se inserir no mercado. Cada vez mais eles encontram na pesquisa uma via para se encaminhar na carreira”, afirma Zanchet.

Renovação e continuidade no IQ Unicamp

Por trás dessa ativa produção científica, Tormena revela uma preocupação que o Instituto de Química enfrentou ao longo dos últimos dez anos: o IQ atravessou um período de renovação do seu quadro docente e, no início desse processo, houve uma certa apreensão quanto ao ritmo de desenvolvimento das pesquisas e do registro de patentes. Mas os resultados atuais dissiparam essa preocupação, como afirma Tormena:

“Ao final, acreditamos que não houve impacto. Boa parte das patentes produzidas no ano passado foram desenvolvidas por docentes jovens, contratados há poucos anos. Pelo visto, as novas gerações estão respondendo à altura das anteriores. Isso indica uma saudável renovação do nosso quadro de professores e pesquisadores”.

Patentes em alta no setor químico

Um fator que favorece esse ritmo de desenvolvimento de patentes no setor químico é a demanda da própria sociedade. Para se ter uma ideia, dos 32 pedidos de patentes depositados pela Inova no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2022, 19% deles tinham como campo tecnológico a Química, ou seja, quase 1/5 do total.

Historicamente, ao longo dos 20 anos de atuação da Inova, o IQ acumula 433 pedidos de proteção de tecnologias. Desse total, 170 foram concedidas e 88 encontram-se em exame (depositadas).

As patentes desenvolvidas pelo IQ ao longo do ano passado cobriram variados campos do conhecimento, para além da química, como:  setor agrícola, indústria do petróleo, aprimoramento de técnicas de pesquisas químicas, desenvolvimento de novos materiais, entre outras.

A Inova Unicamp como facilitadora de processos

A professora Daniela Zanchet finaliza destacando o importante papel da Agência de Inovação da Unicamp na definição da estratégia, análises e gestão de proteção e dos processos de proteção da propriedade intelectual. Segundo ela, o IQ conta hoje com um suporte valioso para facilitar esses trâmites:

“A presença da Inova é muito marcante, e a Agência vem intensificando seus esforços em criar essa cultura de proteção da propriedade intelectual aqui no IQ. E não apenas em criar a cultura, mas em efetivamente mostrar o caminho das pedras nos processos de licenciamento. Podemos dizer que hoje o IQ ‘entrou no circuito’ do pedido  de patentes. A gente vê outras instituições Brasil afora enfrentando dificuldades em executar esses processos, porque eles requerem uma série de trâmites que são trabalhosos. E a Inova facilita tudo isso para nós. Esse suporte é fundamental”.

PRÊMIO INVENTORES 2023

UNIDADE PREMIADA EM PROTEÇÃO À PROPRIEDADE INTELECTUAL

Instituto de Química (IQ Unicamp)

logo do Prêmio Inventores nas cores verde claro e azul. O desenho são duas cabeças que formam uma lâmpada e embaixo o texto Prêmio Inventores Unicamp

Diretores da Unidade: Profº Claudio Francisco Tormena, Diretor do IQ Unicamp, e  Profª. Daniela Zanchet, Diretora Associada do IQ Unicamp

PROGRAMAÇÃO DE HOMENAGENS

Esta reportagem integra a série de matérias elaboradas pela Inova Unicamp a respeito de algumas das tecnologias da Unicamp licenciadas. Você pode acessar esses conteúdos tanto através do site da Inova quanto em formato de ebook na Revista Prêmio Inventores.

Além disso, confira todos os premiados no site Prêmio Inventores 2023 da Unicamp.

Os patrocinadores do Prêmio Inventores 2023 são: ClarkeModetFM2S; Interfarma; e Antoniense

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