Texto: Redação A Cidade On

Total é referente a 2022 e representa aumento de 244% em relação ao ano anterior; principal fonte vem do setor de energia, petróleo e gás

A Unicamp informou nessa semana que assinou 73 convênios de pesquisa e desenvolvimento em parceria com empresas no ano passado. Com isso, a universidade de Campinas bateu o recorde e conquistou um total de R$ 249,4 milhões voltados para pesquisa. Segundo a instituição, o valor representa aumento de 244% em relação a 2021, sendo a maior parte dos projetos referente ao setor de energia, petróleo e gás. Em segundo lugar aparece a área de tecnologia da informação.

Para a professora Ana Frattini, diretora-executiva da Agência de Inovação Inova Unicamp, o aumento no valor dos convênios de pesquisa e desenvolvimento pode ter diversos fatores associados, desde a expertise da Unicamp até os incentivos fiscais e de investimento obrigatórios para empresas da área de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Este foi o caso do setor de energia, petróleo e gás, que atendeu às exigências da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) do Brasil, a principal fonte de recursos para a execução dessas parcerias em 2022.

“Essas conquistas são o resultado de um trabalho intenso de incentivo das parcerias que podem gerar soluções para a sociedade com tecnologias da Unicamp. Como consequência, a Inova ainda coloca a Universidade no topo dos principais rankings, como os recentes destaques que recebemos no Ranking THE Impact 2023, divulgado pela Times Higher Education, em que a Unicamp ficou entre as melhores universidade brasileiras nos quesitos de inovação, relacionamento com a indústria e crescimento econômico”, explica Frattini.

Inovação e tecnologia

Além das parcerias entre a Unicamp e o setor empresarial, os indicadores da Inova destacam a multidisciplinaridade dos projetos de pesquisa e desenvolvimento, que envolvem mais de uma unidade, centro ou núcleo de pesquisa da Unicamp.

Dentre eles está um polo de excelência, inédito na América Latina, voltado a pesquisas que auxiliem na projeção e construção de infraestruturas de computação em nuvem e redes cognitivas orientadas por aprendizado de máquina e inteligência artificial, para o desenvolvimento da próxima geração de serviços de conectividade 5G e 6G.

Esse centro teve origem em uma parceria entre a Unicamp, a Ericsson e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), contando com um investimento de R$ 56 milhões, distribuídos ao longo de dez anos, e prevendo a participação de diversos pesquisadores de 17 universidades parceiras.

“Poucos programas oferecem financiamentos sustentáveis de tão longo prazo como o captado para o Smartness. Essa é uma grande oportunidade para fixar profissionais e talentos no Brasil, diante de um mercado tão aquecido na área”, afirma o professor Christian Rothenberg, docente da Feec (Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação) da Unicamp.

Propriedade intelectual

Entre os resultados apresentados no relatório estão as ações de incentivo à comunicação de invenções por alunos, pesquisadores e docentes da Unicamp. Uma parceria entre a Unicamp e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) foi firmada e terá duração de cinco anos, com objetivo estimular atividades que fortaleçam o ecossistema de inovação e a economia local.

“Com a retomada efetiva das atividades laboratoriais presenciais da Universidade, a agência voltou a intensificar os esforços na sensibilização sobre a importância da proteção da propriedade intelectual na Unicamp. A primeira ação tomada foi a assinatura do convênio de cooperação com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) com foco no uso qualificado de propriedade intelectual”, explicou o professor Renato Lopes, diretor-executivo associado da Inova.

A partir de uma maior difusão da cultura da propriedade intelectual, a instituição espera ampliar a geração de novos negócios, especialmente no contexto do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e no que diz respeito ao licenciamento dos ativos de propriedade intelectual protegidos na Universidade, o que inclui patentes, softwares, know-how e cultivares.

Em 2022, foram realizados eventos sobre o tema e uma pesquisa dentro da comunidade Unicamp, com 226 respostas voluntárias, em que 74% das pessoas demonstraram interesse na questão da propriedade intelectual e no uso dos serviços oferecidos pela Inova.

Proteção de pesquisas

No segundo semestre de 2022 também começou a primeira edição da campanha “Proteja sua Pesquisa, Garanta sua Inovação”, a fim de disseminar a importância da comunicação de invenções desenvolvidas na Unicamp.

A campanha ocupou as redes sociais nas principais entradas do campus de Campinas, sem falar dos 13 banners espalhados em diferentes pontos do campus. Segundo a Diretoria Executiva da Inova, como consequência da retomada das atividades presenciais de pesquisa, com a dedicação dos pesquisadores e parceiros, e das iniciativas da Inova, foram recebidas 55 comunicações de invenção no segundo semestre de 2022, um aumento de 145% em relação ao primeiro semestre. Atualmente, a Inova gerencia 1.298 patentes, sendo que, em 2022, foram depositadas 32 patentes e 100 patentes foram concedidas pelo Inpi. Neste ano, a campanha de fomento à proteção da propriedade intelectual na Unicamp já está ativa novamente, agora com banners espalhados pelo campus, apresentando tecnologias que se tornaram soluções para sociedade.

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