JM1 | Estudantes maranhenses são finalistas de competição educacional, em SP

Projeto de estudantes foi formulado com enfoque em pobreza menstrual.

Estudantes do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) são finalistas do prêmio inova jovem Unicamp 2022. O projeto das alunas é sobre pobreza menstrual. As jovens estudantes têm 16 anos e juntas criaram um projeto para meninas de escolas públicas e da zona rural, que não têm acesso a itens necessários durante o período menstrual, mesmo com as políticas públicas que já existem.

As alunas são estudantes do segundo ano técnico de marketing do IEMA, com uma ideia empreendedora de impacto social. Era o desafio lançado na competição nacional Inova Jovem, organizada anualmente pela Inova Unicamp.

Para mudar a realidade de muitas meninas, elas desenvolveram um programa social para compra de absorventes, coletores, remédios e outros itens usados pelas mulheres durante a menstruação.

“Eu comecei a analisar que a pobreza menstrual era uma pauta precária no Maranhão. As meninas geralmente de escolas públicas e da periferia ou da zona rural do Maranhão sofrem com esse problema e ainda têm que lidar com a fome. Quando a gente fala dessa precariedade, a gente fala de meninas e pessoas que menstruam e usam miolo de pão no período menstrual, que acabam adquirindo várias infecções e às vezes o Sistema Único de Saúde não consegue abraçar e acolher essas pessoas”, disse a estudante Ana Beatriz Diniz.

O professor que orientou a equipe na elaboração do programa social explica como essas ações contribuem para o engajamento delas nos temas sociais e o impacto disso no dia a dia escolar. “É  visível, as meninas estão mais seguras, o desempenho em sala de aula teve diferença. Eu vejo alunas mais empoderadas”, comentou Victor Hugo Raposo.

O projeto será apresentado de forma online no dia 27. As meninas concorrem em duas categorias: melhor trabalho e melhor trabalho pelo júri popular. Essa é a única equipe fora do Estado de São Paulo.

“Trazemos esse problema que é alarmante para o nosso Estado do Maranhão e sendo uma das únicas equipes de fora do Estado de São Paulo. Nós temos meninas cientistas no nordeste, que são de escolas públicas, que vieram na periferia ou em comunidades que não tem tanto acesso à direitos e essas meninas estão produzindo ciência e empreendendo”, disse Diniz.

Desenvolver ideias e estimular o engajamento. Impactar a vida de quem está muitas vezes excluído. Um aprendizado para que novos caminhos sejam construídos por elas mesmas.

“Ás vezes vivemos numa bolha e achamos que as pessoas não passam por dificuldades, só porque nós não passamos por isso. Participar do Inova Jovem está sendo uma experiência muito boa”, finalizou a estudante Jordeane França.

 

Matéria original publicada em Jornal de Maranhão 1ª Edição.

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