Unicamp bate recorde de novos convênios de P&D com empresas em 2021

Foto de pesquisador branco de cabelo preto curto mexendo em um equipamento. Ele usa máscara facial e um jaleco branco com logotipo da Unicamp. Fim da descrição.
Tecnologia da Informação foi o setor com maior número de projetos colaborativos firmados com o setor empresarial, segundo o levantamento da Inova Unicamp.

 Texto: Kátia Kishi | Foto de capa: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) assinou 86 novos convênios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com o setor empresarial em 2021, o que representa mais de R$ 72 milhões de recursos voltados à pesquisa. As parcerias estimulam a inovação em processos, produtos e serviços nas mais variadas áreas e aceleram a transferência de tecnologias e conhecimentos desenvolvidos na Universidade para o mercado.

Trata-se do recorde de projetos em colaboração com empresas assinados por ano pela Unicamp desde que o indicador passou a ser acompanhado pela Agência de Inovação Inova Unicamp em 2016. Os dados estão no Relatório Anual da Inova Unicamp, órgão da Universidade responsável pela interação universidade-empresa com foco em inovação.

Foto com duas pessoas em pé: um homem branco alto usando uma camisa social bege e uma mulher branca mais baixa que ele usando uma blusa rosa. Ao fundo, está uma placa com logotipo da Inova Unicamp. Fim da descrição.

Profª. Ana Frattini, diretora-executiva da Inova Unicamp, e Prof. Renato Lopes, diretor-executivo associado da Inova Unicamp. Crédito: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

A professora Ana Frattini, diretora-executiva da Inova Unicamp, analisa que o resultado demonstra a retomada de investimento do setor empresarial em pesquisas colaborativas com a Universidade, mesmo com o valor total ainda inferior ao atingido em anos anteriores à pandemia:

“Depois de uma queda em 2020, o valor total dos convênios celebrados demonstrou clara recuperação. Ainda não voltamos aos patamares de 2018 e 2019, quando a Universidade assinou anualmente mais de R$ 130 milhões em pesquisa com o setor empresarial, mas os mais de R$ 72 milhões assinados em 2021 representaram um aumento de 65% com relação ao que foi fechado em 2020”, comemora Frattini sobre os resultados de parcerias em P&D com o setor empresarial.

O Relatório Anual detalha que 75% do investimento em pesquisa vindos das parcerias com o setor empresarial são de recursos provenientes de incentivos e benefícios fiscais, além de cláusulas obrigatórias, especialmente nos setores Elétrico e de Óleo e Gás brasileiros.

Para Renato Lopes, diretor-executivo associado na Inova Unicamp, projetos em grandes temas estratégicos colaboram para aumentar o número de P&Ds. “As facilidades trazidas pelo Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, sob gestão da Inova, com espaços dedicados à pesquisa em colaboração e acesso aos talentos altamente qualificados e laboratórios de ponta da Universidade, também são um elemento de atração de empresas para o desenvolvimento de pesquisa em parceria com a Unicamp”, avalia Lopes.

Foto de um galpão com várias pessoas em pé mexendo em máquinas grandes. Um homem está mexendo em um computador conectado a outra máquina. Fim da descrição.

Pesquisadores da Unicamp trabalhando em projetos do ROTA 2030. Crédito: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

Exemplos de projetos estratégicos são aqueles financiados pelo  Programa Rota 2030 do governo federal. Este programa apoia o desenvolvimento tecnológico do setor automotivo brasileiro para ampliar a participação nacional no mercado global. Para isso, o Programa reduz a alíquota de importação de autopeças e as empresas depositam 2% do valor importado em projetos de P&D voltados para novas tecnologias, em parceria com Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs), como a Unicamp.

Desde 2020, já foram assinados na Unicamp 11 convênios de P&D no escopo do Programa Rota 2030 nas linhas de bioenergia, propulsão alternativa a combustão, melhora de eficiência e segurança de veículos. Eles envolveram as Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI) e Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp, além de 13 empresas e outras 10 ICTs. O valor total dos convênios assinados é de R$ 44 milhões, sendo R$ 16 milhões de investimento para a Unicamp.

 

Tecnologia da Informação é o setor com maior número de convênios

Segundo a diretoria-executiva da Inova Unicamp, o aumento de convênios colaborativos firmados representa o interesse pela negociação e estreitamento de relacionamento universidade-empresa, tanto pela comunidade Unicamp quanto pelas empresas, em prol da inovação aberta em diferentes áreas.

Dos convênios assinados, a maioria são da área de Tecnologia da Informação, com 20 projetos, seguido pelo setor de Petróleo e Gás (12 convênios), mas com presença de outros diferentes setores.

Entre as parcerias firmadas no setor de Tecnologia de Informação, está o convênio com a empresa-filha da Unicamp Griaule, graduada em 2005 pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp). A empresa é líder do mercado de biometria e hoje atende clientes em 70 países, entre eles o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Os brasileiros também conhecem a tecnologia da empresa-filha da Unicamp, que ajudou a consolidar a maior base biométrica do país junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aumentando a segurança contra fraudes nas eleições.

Foto de um homem branco de costas sentado em uma mesa com três telas de computador com digitais projetadas. Fim da descrição

Pesquisador da Griaule trabalhando em reconhecimento palmar e digital. Crédito: Erich Sacco – Neopix Fotografia

Para o projeto de pesquisa recém-assinado, com coordenação do professor do Instituto de Computação (IC) da Unicamp, Alexandre Xavier Falcão, a Griaule pretende desenvolver técnicas de aquisição, processamento e análise de imagem para o reconhecimento de pessoas através do aprendizado de máquina e o reconhecimento de padrões em diferentes modalidades biométricas, seguindo nove linhas temáticas. Uma delas pretende avançar no desenvolvimento da tecnologia de identificação por fragmentos de impressão digital e outra na aquisição de sinais biométricos por meio de dispositivos com e sem contato, por exemplo.

O relacionamento entre a Griaule e a Unicamp já tem 20 anos, desde o início da empresa nos programas da Incamp. Hoje, a empresa mantém escritórios nos EUA, Europa e México, mas a sede continua sendo no distrito de Barão Geraldo em Campinas, próxima a uma das entradas da Universidade.

“A Unicamp constitui o principal ecossistema de inovação e tecnologia da América Latina, além de ser uma das principais universidades na área de ciências da computação. Essa proximidade com uma instituição de excelência nos permite a contratação de mão de obra de altíssimo nível e a colaboração em projetos tecnológicos”, justifica João Weber, CEO da Griaule, sobre a longa parceria com a Universidade.

Esses e outros dados de inovação e empreendedorismo estão disponíveis no Relatório Anual de Atividades da Inova Unicamp de 2021. Na mesma publicação, também é possível conferir resumos das transferências de tecnologias da Unicamp para o setor empresarial e para outras instituições, que totalizaram 30 licenciamentos, além de outros resultados.

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