Dentro da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo de Campinas, Frateschi liderará as ações relacionadas à Ciência, Tecnologia e Inovação do município

Texto: Kátia Kishi | Fotos: Pedro Amatuzzi

Em início de uma nova gestão na administração municipal de Campinas (SP), a nova secretária de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, Adriana Flosi, anunciou oficialmente mais um nome para compor a pasta que chefia na prefeitura: o professor Newton Frateschi, diretor-executivo da Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas (Inova Unicamp), se afastará de seu cargo executivo na Universidade para liderar as ações relacionadas à Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do município.

“A principal motivação para recrutar o docente para o time é sua experiência conectando o conhecimento desenvolvido na Universidade com o setor empresarial em prol de um desenvolvimento econômico sustentável, como se refletem nos resultados da Inova no seu mandato. Também considerando que queremos um novo olhar de interligar o ecossistema de inovação para todas as áreas da secretaria de desenvolvimento econômico”, justifica Flosi sobre a escolha.

Sobre o novo desafio, Frateschi explica que sua primeira pauta de trabalho junto à Flosi será estruturar a área de Ciência, Tecnologia & Inovação na cidade, mapeando os gargalos com base em indicadores para definir linhas políticas e programas que consigam fortalecer Campinas como um hub de inovação e empreendedorismo conectado ao mundo e aos principais atores do setor e, assim, resultar na geração de empregos e crescimento socioeconômico:

“Quando falamos em inovação, estamos indo além do conceito de fomento às startups na região. Também é promover uma mentalidade nas grandes e pequenas empresas de que a partir da inovação é possível crescer o negócio de forma sustentável, o que está diretamente relacionado a uma cidade com mais opções de empregos. Ou seja, crescer os negócios está relacionado a crescer a demanda de empregos na cidade”, comenta Frateschi sobre os benefícios em promover negócios mais inovadores em Campinas.

Para o fortalecimento desse ecossistema de inovação e empreendedorismo, um diferencial de Frateschi é poder ser um interlocutor entre a prefeitura e a Universidade por conhecer as possibilidades de parcerias que podem ser potencializadas:

“Quem transforma e inova são as pessoas, por isso, vejo as universidades como os principais provedores dos ecossistemas de inovação. Elas que formam esses talentos. Além disso, nas universidades temos as tecnologias, os laboratórios, infraestrutura e o contato com o mundo da Ciência e Tecnologia, que acaba permitindo o contato com o empreendedorismo e mercado também. Ou seja, as universidades são fomentadoras, atratoras e fornecedoras essenciais para a inovação”, defende o professor sobre a importância de firmar parcerias institucionais entre prefeitura e universidades.

Por uma política institucional e não apenas de gestão

Além de sua carreira acadêmica na Universidade, o professor Newton Frateschi também adquiriu experiência de liderança, tanto no setor privado quanto público, o que o possibilita a transitar e entender os problemas de diferentes áreas no município.

No setor privado, por exemplo, ele foi líder projetista em uma startup na Pensilvânia, Estados Unidos, que trabalha com componentes sofisticados para telecomunicações, necessários para comunicações ópticas que viabilizam hoje internet e funcionamento de nuvens. Enquanto na Unicamp foi diretor do Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW) da Unicamp e esteve durante o último mandato como diretor-executivo da Inova Unicamp, liderando todo processo e fomento da gestão da inovação da Universidade.

Entre as principais conquistas recentes em busca de reestruturações que agilizem e desburocratizem processos de inovação, ele liderou o grupo de trabalho na Universidade para redigir e aprovar a Política de Inovação da Unicamp e suas deliberações, consideradas essenciais para fortalecer o ciclo de inovação na Universidade para além da proteção intelectual, permitindo que as tecnologias e know-how possam chegar ao mercado e também retornar em ganhos econômicos para a Universidade.

“Quando você tem uma Política de Inovação, você tem uma política da instituição, não é uma política de mandato ou de gestão. Trata-se de uma política da Universidade. Da mesma forma, se você tiver um conjunto de políticas de inovação e empreendedorismo na cidade de Campinas, isso é um norteador para um projeto de cidade de onde queremos chegar, e não apenas um projeto de gestão.”, ressalta Frateschi sobre seu aprendizado e visão para estruturar políticas sólidas e de longo prazo que possam desenvolver a cidade de forma sustentável.

Legado de inovação para a Unicamp

Encerrando mais um ciclo frente à liderança da gestão da inovação da Unicamp, Frateschi deixa um legado construído e solidificado com a Política de Inovação que já começou a dar frutos, como a redução de 50% do tempo de análise das Comunicações de Invenção a partir da digitalização de processos.

As mudanças também impactaram em uma metodologia  de análise estratégica do portfólio de patentes da Unicamp a fim de viabilizar a proteção intelectual de tecnologias e know-how de modo que isso possa realmente chegar à sociedade – com ou sem ganhos econômicos – em vez de ser apenas um portfólio que sirva para rankings e onere mais os custos da Universidade, conforme o professor explica: “A questão do portfólio é porque um Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) maduro, como a Inova Unicamp, não quer ter um banco de patente apenas para se ter, com um custo financeiro gigantesco para a Universidade. Quer ter patentes que têm ou podem ter impacto socioeconômico”.

Dessa forma, a comunicação de invenção é analisada para além da novidade da tecnologia, ou seja, de forma integral para entender se esse conhecimento pode ser a vantagem competitiva para o surgimento de novos negócios ou ainda se pode ser licenciado para a sociedade, seja com impacto financeiro ou social, como o sistema de Gerenciamento de Tecnologia para Saúde (GETs) que, só em 2020, foi licenciado gratuitamente para 33 hospitais federais e duas empresas públicas de saúde. Uma tecnologia que não tem retorno financeiro, mas tem impacto social na administração hospitalar a partir de uma tecnologia da Unicamp.

Frateschi comemora que além de referência nacional, a Inova vem se tornando referência internacional por conta de suas modernizações e visão estratégica para o futuro. Esse sucesso, ele credita ao time da Agência de Inovação, que passou a trabalhar de forma mais colaborativa e com processos automatizados:

“Considero a minha principal conquista ter conseguido que o time trabalhe de forma coesa e em conjunto, dentre toda dificuldade que temos na questão de governança e contratação. Com o time unido e processos automatizados e mais ágeis, ficamos mais eficientes e transparentes com todos. Isso nos possibilitou atingir tantas conquistas.”, reforça Frateschi.

Sua gestão também foi marcada pela mudança e reforma da sede da Agência para a antiga Fazenda Argentina, estando mais próxima de outras empresas e indústrias, além de abrigar o prédio Anexo, novo integrante do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp. O local também será o epicentro do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), liderado pela Unicamp e que agregará em impacto positivo para a Região Metropolitana de Campinas.

Conheça outros resultados:

Para se aprofundar nesses e em outros resultados atingidos durante a gestão do professor Newton Frateschi frente à Agência de Inovação da Unicamp, acesse gratuitamente ao Relatório Anual 2020 da Inova Unicamp, disponível para download no formato de ebook: http://da74cdc.contato.site/relatorio-2020