12 de abril de 2019 Unicamp assinou 75 convênios de P&D e alcançou 115 licenças vigentes com empresas em 2018
Por Kátia Kishi
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encerrou 2018 com 22 novas licenças de exploração da sua propriedade intelectual para empresas, totalizando 115 contratos ativos que geraram no último ano R$ 1.7 milhão em ganhos econômicos, o segundo maior valor vindos de royalties com transferência de tecnologia para a Universidade.
Esses são alguns dos resultados disponíveis no Relatório de Atividades 2018 da Agência de Inovação, cuja versão online foi divulgada nesta quinta-feira (04) no site da Inova Unicamp. Os números de inovação também apresentam que a Universidade assinou 75 novos convênios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com a indústria durante o ano passado, parceria que investiu R$ 134 milhões do setor empresarial na Unicamp.
Segundo o diretor-executivo da Inova Unicamp, Newton Frateschi, os resultados positivos da Unicamp demonstram o reconhecimento e relacionamento da Universidade com a indústria, “fator que distingue positivamente a Unicamp no cenário nacional e também entre as grandes universidades na América Latina”.
Em nível de proteção intelectual, a Unicamp atingiu o novo recorde de 71 patentes concedidas e 72 novos pedidos de patentes em 2018, atingindo a 1027 famílias de patentes vigentes no Portfólio da Unicamp.
Frateschi aponta que a média de pedidos de patentes nos últimos 10 anos se mantém próxima, o que demonstra que a meta de criar a cultura de proteção intelectual na Universidade foi atingida, sendo necessário traçar nossos passos na inovação: “Agora, a nossa meta para os próximos anos deve estar cada vez mais ligada à missão empreendedora da Universidade, então as nossas patentes serão cada vez mais avaliadas pelo ponto de vista do benefício à sociedade, revertendo-se em ganhos à Unicamp”.
Entre as tecnologias patenteadas que geram impactos positivos para a sociedade e com oportunidades para licenciamento e exploração das empresas é um dispositivo de aplicação de anestesias locais desenvolvido por alunos de pós-graduação, pesquisadores com supervisão de Francisco Groppo, docente da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, que explicou ser o diferencial o aumento de segurança e eficácia na aplicação do anestésico local, principalmente, na área de odontologia, mas com ampla gama de aplicação:
“Os anestésicos locais misturados com bicarbonato de sódio é algo comum na odontologia, porém, as misturas são feitas com antecedência e perdem sua eficácia. No entanto, com esse dispositivo, o profissional pode fazer a mistura no momento da aplicação e de forma automática, o que melhora a eficácia do anestésico. Em estudos que ainda estão em andamento, estamos averiguando que também é possível diminuir a concentração do anestésico local com o dispositivo, o que significa uma maior segurança clínica.”, detalhou Groppo.
A invenção foi depositada pela Unicamp em 2018 e está disponível para empresas interessadas licenciarem seu uso.
A Inova facilita convênios de P&D
O Relatório de Atividades da Inova também apresenta em seus destaques as adequações da Universidade frente às mais recentes regulamentações federais e estaduais do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I), como a aprovação da Deliberação Interna da Unicamp (CONSU-A-012/2018).
A nova Deliberação está alinhada, principalmente, com o Decreto Estadual (62.817/2017) sobre parcerias entre o setor empresarial e as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação do Estado de São Paulo (ICTESP), estabelecendo que a Agência de Inovação deve participar de toda a formatação e negociação de convênios de P&D que envolvam a Universidade e empresas.
A adaptação vem para tornar a tramitação dos processos mais ágil, já que a Inova Unicamp adequará as cláusulas do contrato de acordo com o novo Marco Legal e visando a proteção de propriedade intelectual, sigilo e exploração da pesquisa.
“Com a nova deliberação, pretendemos facilitar ainda mais essa interação com a indústria. A Inova trabalhará desde o início da negociação com vistas a evitar que o contrato retorne ao docente por não estar adequado às diretrizes institucionais da Universidade, além de focar em tornar mais eficiente o desenvolvimento de novos produtos e serviços”, explicou o diretor-executivo da Inova sobre a mudança.
A Deliberação Interna também exige que docentes e pesquisadores que forem contatados por empresas para firmar Projetos de Pesquisa, leve a proposta para a Inova Unicamp prosseguir com as negociações. Para comunicar o contato, basta acessar o sistema de Comunicado de Projeto no site da Agência e preencher o formulário.