7 de dezembro de 2018 Workshop internacional debate a inovação e empreendedorismo na América Latina
Por Thais Oliveira
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recebeu nessa última terça-feira o Workshop Inovação e Empreendedorismo, promovido pelo CINDA (Cientro Interuniversitario de Desarrollo) e que teve atividades até o dia 05 de dezembro.
No primeiro dia, os participantes puderam trocar experiências sobre como cada universidade se estrutura no ecossistema empreendedor e, dessa forma, refletir sobre melhorias a serem implementadas em cada país/universidade.
O CINDA se trata de uma corporação acadêmica reconhecida como órgão internacional não-governamental pela ONU (Organização das Nações Unidas), UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) e governo do Chile. Ele é composto por diversas universidades da América Latina, inclusive a Unicamp. Por sua abrangência internacional, estão presentes no evento, sediado na Unicamp, participantes provenientes do Brasil, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
O objetivo dessa associação sem fins lucrativos é fomentar a criação de elos e impulsionar a troca de experiências das universidades membras em diversos temas. Espera-se que com esse intercâmbio seja possível gerar resultados no desenvolvimento de políticas de educação superior e de gestão universitária em seus diversos âmbitos. No caso desse workshop, o foco é o debate de experiências dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) e outros centros de empreendedorismo na América Latina. De acordo com Maria Jose Lemeitre, diretora-executiva da CINDA, os próximos passos devem abranger a formulação de indicadores em comum entre os países participantes. “Assim podemos analisar a evolução de acordo com o tempo e também fazer uma análise comparativa”, afirma.
Durante a abertura do evento, o diretor-executivo da Inova Unicamp, Prof. Newton Frateschi, apresentou todos os setores e atividades da Agência de Inovação, bem como suas funções e objetivos.
Os participantes apresentaram seus projetos, agências, incubadoras e centros de transferência tecnológica de suas instituições. Nesse debate, foi possível compreender as diferenças estruturais entre países como Brasil e Colômbia, por exemplo. Enquanto o Brasil tem universidades públicas como impulsionadoras de inovação, e que recebem investimentos privados em seus projetos, na Colômbia, as maiores pioneiras do ecossistema empreendedor e inovador são as universidades privadas. “Como não há financiamento privado ou investimento do governo em pesquisas, as universidades privadas da Colômbia recorrem aos seus próprios fundos de investimento”, ressalta David Hurtado, diretor da Campus Nova da Pontificia Universidad Javeriana de Cali (PUJ Cali).
Norma Moreno, representante da Pontificia Universidad Javeriana de Bogotá (PUJ Bogotá) complementou que sua universidade não tem uma presença massiva de estudantes em projetos desenvolvidos dentro da faculdade e que são posteriormente incubados. Na PUJ Bogotá, os projetos que se tornam empresas recebem a gestão de um diretor-executivo e empregados contratados a parte da universidade. Processo diferente do que acontece nas universidades brasileiras, “em que a maioria dos alunos que constroem empresas-filhas na Unicamp são, de fato, talentos que se formaram na Universidade”, comparou Frateschi.
À tarde, os participantes do workshop fizeram visitas à empresa CI&T e à Fazenda Argentina, que em breve será a sede da Inova Unicamp e do Hub internacional de Desenvolvimento Sustentável.
O encontro que seguiu até quinta-feira teve como destaque a presença do cônsul da Irlanda, Barry Tumelty, e de Alison Campbell, diretora do Knowledge Transfer Ireland, que vão apresentar e discutir os processos e trabalho dos escritórios de transferência de tecnologia no país para promoverem a cultura do empreendedorismo e inovação na Irlanda.