Pela primeira vez, a iniciativa incluiu projetos da área de humanas entre os premiados

Texto: Carolina Octaviano

Fotos: Thais Oliveira

Uma tecnologia que, a partir do uso de fitoterápicos da flora brasileira, é promessa de tratamento menos invasivo para o câncer da bexiga, um sistema que utiliza uma maquete e permite a localização e melhor integração com os espaços físicos da Unicamp para deficientes visuais e um projeto que disserta sobre o empreendedorismo universitário com base na experiência de uma startup criada na Unicamp. O que esses projetos têm em comum? Os três foram vencedores do Prêmio Inova Unicamp de Iniciação à Inovação 2018, iniciativa que tem o objetivo de valorizar alunos e docentes da Universidade que desenvolveram pesquisas com maior potencial de geração de produtos para a sociedade. Foram premiados um trabalho na categoria Biológicas, um trabalho em Humanas e outro em Exatas e Tecnológicas.

O Professor Newton Frateschi, diretor-executivo da Inova Unicamp, defende a importância de se considerar projetos de humanas, com foco em inovação e empreendedorismo, no Prêmio Inova Unicamp de iniciação à inovação. Pela primeira vez, o Prêmio avaliou projetos nesta área. “As ciências humanas estão presentes em diversas das mais modernas tecnologias, como na inteligência artificial e em projetos de design. Adicionalmente, no contexto do Prêmio Inova, uma das contribuições da área de humanas é o de justamente avaliar o impacto socioeconômico das tecnologias e das inovações. Portanto, esses projetos complementam nosso olhar sobre a atividade inovadora e não devem ficar de fora da premiação”, afirma.

Com o projeto “Empreendedorismo Universitário, a Nova Economia e Colaboração: Um estudo de caso sobre uma ´startup´ de cultura na Universidade Estadual de Campinas”, foram contemplados, nesta categoria, a aluna Marília Veríssimo, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), e o Professor Miguel Bacic, do Instituto de Economia (IE). Entre as contribuições do estudo está a importância do estabelecimento de redes para promover um ecossistema robusto de inovação e empreendedorismo.

Já na categoria biológicas, os contemplados foram Luiz Affonso Ferreira, aluno da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), e o Professor Wagner Fávaro, do Instituto de Biologia (IB). O trabalho intitulado ““Nova Perspectiva Terapêutica para o câncer de bexiga não-músculo invasivo: uso do Carreador Lipídico Nanoestruturado à base De lipídeos vegetais” utilizou fitoterápicos da flora brasileira como um meio eficiente de ministrar fármacos em pacientes com câncer na bexiga urinária e teve resultados promissores: em 60% dos casos avaliados houve diminuição da atividade tumoral.

Na categoria Exatas e Tecnológicas, o projeto vencedor foi ““Aprimoramento e desenvolvimento de ferramentas de hardware e software para o Mapa Tátil Sonoro (MTS)”. Desenvolvido pelo Professor João Vilhete D´Abreu, do Núcleo de Informática aplicada à Educação (NIED), e por Camila Prata, aluna da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), o projeto traz melhorias tecnológicas para a implementação deu maquete tátil e sonora em espaços físicos. Com o intuito de ser utilizada no Campus da Unicamp, o projeto é voltado para a inclusão de deficientes visuais.

A cerimônia de premiação foi realizada na sexta-feira, dia 14 de dezembro, junto aos demais prêmios institucionais da Unicamp: Reconhecimento Acadêmico Zeferino Vaz, Reconhecimento Docente pela dedicação ao ensino de graduação, reconhecimento acadêmico para pesquisadores da carreira de pesquisador e mérito científico do XXVI Congresso de Iniciação Científica da Unicamp.

Na opinião do professor Marcelo Knobel, reitor da Unicamp, a importância das premiações é valorizar as pessoas que se dedicam à pesquisa. “Sem a universidade pública como a nossa, o país não tem futuro. Precisamos mostrar a força da nossa universidade”, ressaltou. Já Frateschi frisou que ações como o Prêmio Inova e as demais premiações são importantes para fomentar novos talentos para a sociedade. “É um momento de valorizarmos estes talentos”, disse.

Saiba mais sobre os projetos na reportagem em parceria com a RTV Unicamp: