22 de outubro de 2018 Quem são os finalistas do Prêmio Empreendedor 2018 do Unicamp Ventures?
Por Kátia Kishi
Foi anunciado, oficialmente, quem são as três empresas finalistas do Prêmio Empreendedor 2018, cuja decisão do título de “Empreendedor do Ano” acontecerá no Encontro Anual da Unicamp Ventures, organizado pela Agência de Inovação Inova Unicamp e agendado para ocorrer durante o InovaCampinas no dia 24 de outubro.
A premiação é um reconhecimento pelos esforços das empresas-filhas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sendo que são três empresas finalistas, cada uma delas foi vencedora em uma das categorias propostas pela premiação, sendo elas:
- Case de Sucesso em Impacto Social: SciPet LTDA
- Case de Sucesso em Inovação: HOOBOX Robotics
- Case de Sucesso em Maior Crescimento (Scale Up): Matera Systems
Ao todo, se inscreveram na premiação 29 empresas-filhas, totalizando 32 inscrições, já que uma mesma empresa poderia se inscrever em mais de uma categoria diferente. A comissão avaliadora foi composta por 10 membros voluntários de diversos campos de atuação.
Além de um reconhecimento, a premiação faz parte da manutenção de um ecossistema propício para o crescimento dessas empresas, com o networking e troca de experiências, conforme explica Newton Frateschi, diretor-executivo da Inova Unicamp:
“Ter um ecossistema de empresas-filhas, como nós temos, é algo fundamental porque essas empresas têm uma sensação de pertencimento e cooperam muito em parcerias com a universidade, além de chamarem atenção da sociedade e de novas empresas que querem estar juntas da Unicamp. Outro benefício é que se essas empresas conversarem entre si, abre-se espaço para grandes oportunidades de colaboração entre elas.”
Essa mesma visão é compartilhada pelos vencedores nas categorias do Prêmio Empreendedor, que apontam a oportunidade para geração de novos negócios, destaca Fábio Piva, CEO da SciPet:
“Trabalhar com inovação no Brasil é bem complicado, especialmente em projetos de pesquisa aplicada. Muitas vezes o mercado já está pronto para uma tecnologia que você ainda precisa de alguns anos para desenvolver, só que o mercado não costuma esperar o tempo que a pesquisa requer para amadurecer. Então, conciliar esses dois fatores (tempo de mercado e tempo de pesquisa) é um desafio quase impossível de ser vencido sozinho por uma empresa recém-formada. Nesse contexto em que o timing é tudo, uma boa rede de contatos, como o oferecido pela Unicamp Ventures, é fundamental para o crescimento das empresas-filhas.”
Os cases vencedores nas três categorias serão apresentados durante o Encontro Anual da Unicamp Ventures, que vai ocorrer no dia 24 de outubro, das 9h às 12h no contexto do InovaCampinas, maior evento de empreendedorismo e inovação do interior do estado. No evento, será anunciado qual dos três empreendedores ganhará o título de “Empreendedor do Ano”, baseado em sua contribuição para o resultado da empresa. O Prêmio será R$50 mil em serviços de marketing (valor de tabela Sinapro), oferecidos pela patrocinadora Agência Sabiá.
Além das apresentações do Prêmio Empreendedor, o Encontro Unicamp Ventures também contará com o painel com indicadores das empresas-filhas apresentado pelo diretor-executivo da Inova Unicamp, Newton Frateschi, uma mesa-redonda sobre empreendedorismo e um keynote com André Penha, fundador e CTO do QuintoAndar. As inscrições estão abertas e são gratuitas.
Quem são as empresas finalistas do Prêmio Empreendedor 2018?
O Prêmio Empreendedor é exclusivo para as empresas-filhas da Unicamp e é uma oportunidade para cada uma delas apresentarem voluntariamente suas experiências de sucesso. Uma empresa-filha é aquela formada por alunos, ex-alunos, funcionários e docentes da universidade, além das empresas incubadas e graduadas pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp) e empresas que tenham como atividade principal uma tecnologia licenciada da Unicamp.
Hoobox é vencedora na categoria Inovação
A inovação como diferencial de um empreendimento é importante para apresentar soluções inteligentes, sendo que nesta edição venceu na categoria a Hoobox com uma tecnologia que atende pessoas tetraplégicas e pacientes com doenças neurodegenerativas
Para isso, a companhia focou no desenvolvimento de uma cadeira de rodas controlada por sensores corporais em contato com a pessoa e que sejam eficazes em ambientes com baixa iluminação e terrenos adversos.
Nesse sentido, a Hoobox conseguiu desenvolver um algoritmo de reconhecimento de nove expressões faciais diferentes com alta precisão e que servem como comando da cadeira, além de detectar comportamentos humanos de risco como dor, agitação e sedação. Assim apresenta Paulo Gurgel Pinheiro, fundador da empresa e ex-aluno da pós-graduação em ciência da computação da Unicamp:
“O nosso objetivo é oferecer mobilidade e autonomia para usuários em cadeiras de rodas que não conseguem movimentar as mãos, como tetraplégicos e pacientes com ELA, além de promover mais qualidade de vida para seus familiares e cuidadores. A tecnologia de reconhecimento facial da empresa, por conseguir realizar detecções em qualquer condição de iluminação, tem sido utilizada em leitos de UTI para detecção de comportamentos humanos de risco, como dor, agitação e espasmos.”
Atualmente a startup tem uma unidade na Incamp outra no Hospital Albert Einstein em São Paulo e está incubada dentro do laboratório de inovação da Johnson & Johnson em Houston, no Texas, para desenvolver o design e usabilidade.
O CEO da Hoobox explica que pesquisava um reconhecedor facial para pilotos de caça, que seria utilizado por uma empresa sueca. No entanto, em sua viagem para Suécia, notou na sala de embarque uma menina na cadeira de rodas.
“Ela não movia as pernas, nem as mãos. Seu pai era quem ajudava-a a na movimentação. A garota por sua vez, era capaz de realizar expressões faciais incríveis e bem expressivas. Naquele momento, tive o insight: Sabia que era capaz de transformar aquele sorriso, aquele levantar de sobrancelhas em comandos para controlar a sua cadeira de rodas, transformando a sua habilidade em se expressar em autonomia.”
Com 24 meses de fundação, a empresa-filha anunciou que expandirá sua operação na China a partir do ano que vem.
Matera é vencedora na categoria Maior Crescimento
A Matera atua com soluções de pagamentos digitais e tem como fundadores Carlos Netto (CEO) e Carlos André Guimarães (CFO), ambos ex-alunos de ciência da computação na Unicamp.
A empresa identificou a oportunidade de criar um meio de pagamento que não dependesse dos cartões plásticos e nem da moeda física em um sistema seguro e que também funcione off-line.
Com atuação e inovação nesse mercado há mais de 30 anos, a companhia se tornou referência em open banking e pagamentos, apresenta o diretor-executivo Carlos André:
“Tivemos sucesso em adaptar a nossa suíte de produtos líder no mercado financeiro para o novo mercado de Instituições de Pagamento e Fintechs. Assim, conseguimos ampliar o mercado-alvo de nossas soluções sem necessidade de grandes adaptações, obtendo, portanto, ganho de escala e aumentando consideravelmente o retorno do investimento realizado nos produtos”
Para se ter noção do crescimento da Matera, a empresa tem como clientes grandes instituições financeiras, fintechs e varejistas , além de parceiros como a IBM, Microsoft e Amazon Web Services.
O crescimento da empresa se intensificou após expandir o mercado de Retail e Riscos em 2016. Em números, a Matera mantinha 227 colaboradores em 2014 e até agosto fechou com 480 funcionários, com expectativa de terminar o ano com uma equipe de 500 pessoas nos seus três prédios em Campinas e nas sedes em São Paulo, Niterói, Maringá e nos Estados Unidos.
Em termos de faturamento, a Matera cresceu 11% em 2014, 40% em 2015, 11% em 2016 e 22% em 2017, chegando a um faturamento de 90 milhões/ano.
O empresário também destaca a importância em compor o ecossistema formado pela Unicamp Ventures e recomenda a participação para as demais empresas-filhas:
“Como empresa-filha, ter o trabalho da Matera reconhecido pela Unicamp Ventures é uma grande satisfação para nós. Além de dar visibilidade aos nossos resultados, o prêmio nos permite servir de referência para outros membros da universidade que desejam percorrer o caminho do empreendedorismo com uma rede de referências e facilitadores no desenvolvimento de novas tecnologias que fomentam a geração de novos negócios.”
SciPet é vencedora na categoria Impacto Social
Entre as empresas inscritas na categoria de Impacto Social, venceu na edição de 2018 a empresa Scipet pela sua atuação no último ano. A empresa foi fundada por Fábio Piva, engenheiro de computação, ex-aluno de graduação e pós-graduação da Unicamp e CEO da SciPet, e por Fernanda Andaló, cientista da computação e aluna de pós-graduação da Unicamp.
O foco da empresa é encontrar soluções para promover uma cidade inteligente no setor animal, criando assim o Crowdpet, uma plataforma de inteligência de coleta de dados colaborativa e que pode ser realizada pelas prefeituras e população.
A solução identifica animais de rua e domiciliados por fotos que ficam armazenadas à rede de registro de cidadão na cidade e facilita até mesmo a identificação de animais perdidos, substituindo a microchipagem subcutânea, considerada como ineficiente e invasiva.
Os dados são disponibilizados para secretárias de saúde e centros de zoonose para controle e políticas públicas inteligentes, como campanhas de vacinação, de segurança e fiscalização de crimes contra o bem-estar animal. A tecnologia foi introduzida em um projeto piloto em Jaguariúna, município da Região Metropolitana de Campinas.
“Quando iniciamos o Programa de Registro Animal em Jaguariúna, no mês de setembro, ficamos bastante surpresos quando nos contaram que é muito raro startups abordarem o setor público com soluções inteligentes para problemas sociais, especialmente buscando parcerias para projetos voltados a animais carentes. Nossa participação no Prêmio Empreendedor foi uma tentativa de desafiar essa realidade e mostrar que há sim espaço para parcerias público-privadas e cases de sucesso no setor de bem-estar animal”, argumenta Piva sobre a participação da empresa na premiação.
A SciPet já tem mais de 1500 imagens de mais de 500 animais diferentes em Jaguariúna e prevê expandir sua atuação para mais cinco cidades até 2019, além de uma expansão nacional para o ano seguinte.
Para saber mais sobre cada um dos cases de sucesso, assista os pitches de cada um dos empresários que estão concorrendo ao título de Empreendedor do Ano no dia 24 de outubro. A participação é gratuita e ocorre durante o InovaCaminas. Inscreva-se!