24 de setembro de 2018 Hackathon incentiva cultura empreendedora e premia alunos da Unicamp e Facamp
Por Kátia Kishi
Encerrou nesse último domingo (23) o Hackathon em Inteligência Artificial Aplicada ao Marketing B2B, uma maratona de programação que contou com a participação de 24 alunos selecionados da graduação e pós-graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Faculdade de Campinas (Facamp).
A proposta do desafio foi instigar novas ideias inovadoras e multidisciplinares que solucionassem possíveis dores no mercado de B2B (Bussiness to Bussines), ou seja, um serviço que melhore processos e dificuldades de outras empresas.
Um dos diferenciais propostos nesta atividade foi que se desenvolvesse novas ideias viáveis em Inteligência Artificial, tendo como critérios pré-estabelecidos a relevância e originalidade da solução, assim como a aderência e viabilidade no mercado, sendo necessário uma interação com diferentes áreas para se atingir o objetivo final.
O evento aconteceu no Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) promovido pela Agência de Inovação Inova Unicamp, pelo centro de empreendedorismo da Faculdade de Campinas (Facamp) e pela Algar Ventures, braço de corporate venture capital do grupo Algar.
Além da experiência acadêmica dos professores das duas universidades, a Algar contribuiu no processo com uma visão de mercado para os alunos, que começaram o primeiro dia de atividades na noite de sexta-feira (21) com uma palestra sobre Comunicação de Impacto e Branding com o publicitário e vice-presidente da Isobar, Guime Davidson, apresenta José Geraldo Gomes, Especialista em Comunicação na holding Algar:
“O Guime Davidson é um parceiro da Algar e o trouxemos para compartilhar cases inovadores na comunicação que geram impacto positivo nas pessoas. Foi um estímulo para os alunos imaginarem e criarem ideias ainda mais inovadoras e impactantes.”
Promovendo a cultura empreendedora e de parcerias
Um dos objetivos desse Hackathon foi promover, dentro das universidades, uma vivência empreendedora e multidisciplinar com a oportunidade de colocar na prática o que é aprendido e discutido nas faculdades, conforme explica Newton Frateschi, diretor-executivo da Inova Unicamp:
“Do ponto de vista de missão, enquanto Agência de Inovação, eu vejo o Hackathon como uma atividade fantástica no ensino de empreendedorismo para essas pessoas, de criar essa cultura do empreendedorismo. Além de promover a interação entre empresas e academia, criando esse lugar em que se pode juntar mais de uma instituição de ensino e pesquisa com a indústria e, por fim, realmente propor soluções de interesse para o mercado que, futuramente, pode gerar novas empresas. Ou seja, o nosso papel é fomentar a criação de um ecossistema de empresas baseada em tecnologia e inovação que desenvolvam um produto final que traga benefícios para a sociedade.”
Além do ambiente propício para o empreendedorismo para os alunos, o Hackathon desse último final de semana se diferenciou pela pluralidade de alunos e cursos.
Estavam presentes discentes do primeiro ano da graduação compondo equipes com doutorandos, demonstrando como a parceria e diálogo empreender pode ser fomentado desde cedo e que há alunos com esse perfil e interessa dentro das universidades, argumenta o participante e doutorando de Ciências da Computação da Unicamp, Franciso Nardi Filho.
Para se ter ideia da pluralidade no Hackathon, participaram alunos de engenharias e ciências aplicadas em tecnologia da Unicamp com alunos de publicidade, engenharias, economia, relações internacionais e administração da Facamp, conforme explica o Rodrigo Sabbatini, diretor adjunto da Facamp:
“Os alunos da Unicamp entraram com uma visão muito clara de tecnologia e os alunos da Facamp com sua expertisse no mundo dos negócios. E essa interação multidisciplinar foi extremamente rica para os objetivos do Hackathon, que não foi apenas dar oportunidade para os alunos desenvolverem sua veia empreendedora, mas também para uma empresa, como a Algar, em parceria com a Inova da Unicamp poder ter acesso a soluções inovadoras em um ambiente mais plural do que muitas vezes se encontra nos ambientes tradicionais de uma grande empresa.”
Foram selecionados alunos com perfis similares à ideia proposta no Hackathon, independentemente do nível acadêmico, o que permitiu uma integração e sintonia interessante. Esse relacionamento também foi percebido pelo graduando do primeiro ano de engenharia da computação na Unicamp, Tiago Dall’Oca:
“Eu me inscrevi e nem tinha expectativa de conseguir participar porque acabei de entrar na faculdade, estou no primeiro ano, mas foi superpositiva a experiência. Teve uma química muito legal na equipe. Cada um aprendia com o outro. Foi muito bom conhecer pessoas em diferentes estágios da carreira.”
Premiação do Hackathon Inteligência Artificial no Marketing B2B
O Hackathon Inteligência Artificial Aplicada ao Marketing B2B ofereceu prêmios patrocinados pela Algar para todos os participantes como valorização dos seus esforços durante a maratona.
Como é uma competição em que os participantes foram divididos aleatoriamente em quatro equipes, o time que teve a solução que melhor atendeu os critérios estipulados no Hackathon recebeu um valor maior de mil reais por membro.
Os outros participantes receberam R$400,00 cada um, além da possibilidade de suas ideias serem, no futuro, trabalhadas em parceria com a Algar.
Sobre as motivações da empresa em promover um evento como essa maratona de programação, José Geraldo relata que o Grupo Algar sempre teve, em seus quase 88 anos de existência, a inovação como essência na promoção de novos serviços:
“Para nós, promover este hackathon é uma forma de potencializarmos nosso compromisso em servir nossos clientes com soluções inovadoras. Buscamos a Facamp, a Unicamp e a Agência de Inovação Inova Unicamp por já serem nossas parcerias e, claro, pela competência do corpo docente voltados para pesquisa e inovação. Além disso, sabemos e reconhecemos o grande potencial dos alunos destas instituições para contribuir com nossos negócios. E isso aconteceu com os 4 projetos desenvolvidos por eles e apresentados à nossa banca composta por professores das instituições, profissionais e parceiros da Algar.”
Após o desenvolvimento de suas soluções, cada time teve 10 minutos para fazer suas apresentações e defesa de suas ideias, com 5 minutos de arguição da banca avaliadora, composta pelos professores Newton Frateschi da Unicamp, Rodrigo Sabbatini e Paulo Lemos da Facamp, José Geraldo Gomes, especialista em comunicação da holding Algar, Francielli Cristina de Araújo, analista de negócios digitais na Algar Telecom e Rafael Marra, analista de inovação no Brain, braço da Algar.
Os alunos do time vencedor foram:
- Francisco Nardi Filho, doutorando em ciência da computação Unicamp
- José Carlos Vasques, graduando em ciência da computação na Unicamp
- Marcelo Moraes, graduando em propaganda e marketing Facamp
- Mateus dos Santos, graduando em economia na Facamp
- Patrick Gigilas, graduando em administração de empresas Facamp
- Tiago Dall’Oca, graduando em engenharia da computação Unicamp
Experiência dos alunos no Hackathon
Segundo o diretor-executivo da Inova Unicamp, Newton Frateschi, um dos pontos altos do evento foi a criação de um ambiente propício que atraísse mais os discentes na cultura empreendedora e na proposição de novas soluções para o mercado em parceria saudável com novos contatos.
A mesma sensação também é percebida pelos alunos que ganharam a competição. Tiago Dall’Oca da Unicamp, declara que continuará “de olho” em novos hackathons e eventos na área, por exemplo. Mateus dos Santos da Facamp ainda complementa que:
“A experiência foi muito importante porque foi uma das primeiras vezes que uma empresa de telecomunicações de grande porte entra na universidade para realizar esse tipo de trabalho em Campinas e isso é uma grande oportunidade para nós. Não só de mercado de trabalho, mas também de participar do desenvolvimento tecnológico e científico que vai ajudar a indústria nacional. Além de conhecermos pessoas novas e ter um networking interessante com outras áreas aqui da Unicamp e Facamp que, por mais que estejam próximas, não há tanta interação no dia a dia.”
O doutorando de ciência da computação da Unicamp, Francisco Nardi Filho, ressaltou que a ação aumenta o networking e desperta a cultura empreendedora dentro da universidade, já que muitos alunos que estão no meio acadêmico querem aplicar suas pesquisas no mercado, mas, às vezes, não sabem quem procurar na parceria:
“Por exemplo, eu não conhecia o Brain, que é uma parte da Algar e fomenta ideias inovadoras. Ele é uma espécie do que tivemos aqui no Hackathon com a pluralidade de pessoas pensando na solução de um problema, mas todos os dias. Ou seja, é uma oportunidade nossa em saber que tem onde buscar e continuar o Hackathon no dia a dia na própria Algar.”
Mateus dos Santos retoma o ponto de enriquecimento pessoal e profissional durante o Hackathon, sendo que ele mesmo pensa no caso de se aventurar em uma empresa startup, agora que sabe que há parceiros com quem contar: “Acho que a imagem que fica é que a Algar é parceira do estudante. Ela é parceira de quem está entrando no mercado agora, parceira no sentido de abrir portas para a gente ter oportunidade de estar aqui diretamente com analistas e diretores da própria Algar. Isso agrega muito valor, não só para nossa carreira, mas também como pessoas, foi um engrandecimento pessoal muito grande.”