24 de maio de 2018 Unicamp desenvolve sistema de fotoiniciação para materiais resinosos que minimiza riscos aos dentistas e pacientes
Disponível para licenciamento, tecnologia pode ser empregada em procedimentos odontológicos
Texto: Carolina Octaviano
Você sabe que aquela luz utilizada em procedimentos odontológicos pode ser prejudicial à saúde? Os problemas acarretados pela fotoativação utilizada atualmente dependem do grau de intensidade e do tempo de exposição à luz. Em casos mais graves, a exposição cumulativa à luz azul pode levar a danos permanentes à visão e à perda progressiva da visão. Além disso, a gengiva dos pacientes pode sofrer queimaduras e ulcerações e a polpa dental também pode ser danificada, quando há exposição por longos períodos de tempo. Pensando em solucionar esse problema, pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram um sistema de fotoiniciação com luz verde para procedimentos odontológicos, que diminuem os riscos à saúde para dentistas e pacientes.
A tecnologia, que está disponível para licenciamento, desponta como uma alternativa viável para a fotoativação de materiais odontológicos resinosos em procedimentos restauradores, cimentação de peças protéticas, cimentação de bráquetes ortodônticos e aplicação de selantes oclusais. “A principal importância dessa nova proposta de fotoativação em Odontologia é a agilidade e praticidade para se realizar esses procedimentos de forma mais rápida e eficiente”, aponta Dayane Carvalho Ramos Salles de Oliveira, professora colaboradora da FOP e uma das responsáveis pela tecnologia.
Em tais procedimentos, o dentista posiciona a fonte de luz sobre a restauração e a mantém estabilizada. Com isso, o contato visual com a luz de alta intensidade é quase sempre inevitável. A estimativa é que cerca de 10 a 30% da intensidade total emitida pela fonte de luz seja refletida para o operador, podendo causar danos à retina. O sistema de fotoativação criado na Unicamp utiliza a faixa de luz verde menos danosa do que a azul, utilizada hoje em dia.
Dayane explica que o sistema desenvolvido na Unicamp é menos tóxico às células do que a canforquinona, fotoiniciador utilizado atualmente, o que poderia também acarretar menos dados às células pulpares ou periodontais. “A motivação principal foi desenvolver materiais passíveis de serem fotoativados com comprimentos de ondas longas, como o verde, a fim de reduzir os riscos aos pacientes e dentistas”, conta a professora. Outra boa notícia é que a tecnologia, que já foi submetida a testes laboratoriais, e apresentou a mesma eficácia que a fotoativação com a canforquinona.
Além de Dayane, participaram do desenvolvimento da tecnologia os professores Mário Alexandre Coelho Sinhoreti, Mateus Garcia Rocha e Américo Bortolazzo Correr, todos da Unicamp, além do Prof. Alexandre Carneiro Silvino, da UFRJ.
Empresas interessadas no licenciamento da tecnologia devem entrar em contato com o Setor de Parcerias da Agência de Inovação da Unicamp, pelo parcerias@inova.unicamp.br ou pelos telefones (19) 3521- 5207 / 3521-2607 / 3521-5010 / 3521-2612.