9 de abril de 2018 Vila Oculta do Hacka é a grande vencedora do HackEMTU
Aplicativo proposto por alunos da Unicamp vai auxiliar na fiscalização do transporte público
Texto: Carolina Octaviano
Fotos: Ivo Pons e Acervo EMTU
Buscando propostas inovadoras para reverter os desafios de mobilidade urbana em transporte público sustentável, a equipe Vila Oculta do Hacka foi a grande vencedora do HACKEMTU, realizado entre os dias 6 e 7 abril, no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp. O modelo proposto pela equipe vencedora utiliza a Inteligência Artificial (ou AI) para filtrar dados enviados pelos usuários a uma plataforma que estrutura as informações coletadas, facilitando o trabalho de monitoramento dos serviços atuais de transporte público de Campinas. Entre os benefícios gerados pelo aplicativo está a fiscalização de cumprimento de horários, da infraestrutura, da lotação dos veículos e da qualidade dos serviços prestados.
“O projeto se trata de um aplicativo que serve para os usuários auxiliarem a fiscalização das empresas que trabalham para a EMTU e gerar informações aos usuários de transporte público”, conta Jordão Bragantini, aluno de graduação em Estatística pela Unicamp e representante da equipe vencedora. Com a conquista do primeiro lugar no Hackathon, Bragantini vai participar do Hackaton e Maratona de Programação Mundial, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre os dias 20 e 25 de abril.
“Inicialmente, tivemos algumas ideias para alterar o modelo atual de como são organizadas as linhas de ônibus, porém, depois de conversarmos com alguns funcionários da EMTU, vimos que essa ideia não era muito executável e que a empresa tem grande dificuldade de obter resultados verdadeiros com o modelo de fiscalização atual (em que se utiliza, por exemplo, câmeras para monitorar a entrada de passageiros)”, revela Bragantini. Também fazem parte da equipe Vila Oculta do Hacka: Gabriel Ikenaga, João Vitor Lopes Capi e Lucas Ueda, alunos de Matemática Aplicada da Unicamp. O time foi composto ainda por Octávio Santana, doutorando em Física pela Unicamp.
A iniciativa foi realizada a partir de uma parceria entre a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), o ELAB – Experimentos em Transportes, o Youth for Public Transport Foundation (Y4PT) da Divisão América Latina da União Internacional dos Transportes Públicos (UITP), a Unicamp e a Scipopulis, empresa de inovação com foco em cidades inteligentes.
O Hackathon reuniu, durante 34 horas de duração, 59 inscritos, entre estudantes e profissionais das áreas de comunicação, tecnologia, urbanismo e design em 14 equipes participantes. Além disso, participaram 70 mentores de mais de 10 empresas e autoridades do setor de transportes brasileiro. Em outras palavras, o evento possibilitou um hub de conhecimento entre o meio acadêmico, o de pesquisa, o ecossistema de inovação e o setor de transporte público e de mobilidade.
O Reitor da Unicamp, Professor Marcelo Knobel; Professor Newton Frateschi, diretor-executivo da Inova; Rodolfo Azevedo, diretor do Instituto de Computação (IC); Joaquim Lopes da Silva Júnior, diretor presidente da EMTU; Jurandir Fernandes, ex-secretário de transportes metropolitanos e presidente da divisão América Latina da Associação Internacional do Transporte Público (UITP); e Ivo Pons, da Scipopulis, estiveram presentes no Hackathon, durante a abertura do evento.
“É importante termos eventos como os Hackathons temáticos, onde alunos da Unicamp e de outras instituições se reúnem por mais de 30 horas para desenvolver soluções inovadoras que resolvam algum problema enfrentado pela sociedade. Essa colaboração entre a universidade e uma empresa pública ligada ao transporte, com a participação de mentores altamente qualificados, cria um ambiente extremamente propício e rico para gerar inovação em benefício da população”, aponta o diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp.
A Inova Unicamp foi uma das apoiadoras da iniciativa, cedendo espaço dentro do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp para a realização do evento. “O apoio da Agência de Inovação a este tipo de iniciativa se dá porque enxergamos um grande potencial na geração de novas startups que possam a ser incubadas na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), fortalecendo nosso ecossistema empreendedor”, explica Frateschi.
O Instituto de Computação da Unicamp (IC) foi um dos parceiros. O diretor do IC avalia como positiva a participação dos alunos da Unicamp. “Eles partiram do zero, no sábado de manhã, e desenvolveram boas ideias com um certo nível de implementação e validação, que foram apresentadas no domingo à noite. Essa evolução é muito interessante”, finaliza Azevedo.