[Dia Mundial do Câncer] Conheça as tecnologias da Unicamp para detecção e tratamento do câncer

Texto: Carolina Octaviano

O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma data para conscientizar a população sobre a doença e incentivar as pessoas a falarem mais sobre o assunto no dia a dia. Os dados falam por si: de acordo com informações divulgadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar este ano cerca de 600 mil novos casos de câncer. Em sinergia com estudos que buscam a cura para a doença, a Unicamp tem trabalhado ativamente para desenvolver tecnologias para tratamento, detecção, prevenção e melhora da qualidade de vida de pacientes acometidos pelo câncer.

Abaixo, separamos três tecnologias de impacto disponíveis para licenciamento e que são capazes de revolucionar o setor setor. Confira!

Tecnologia pode ser aplicada no tratamento do câncer de próstata

Nanofármaco tem aplicabilidade ainda na redução de tumores na bexiga

Pesquisadores do Instituto de Biologia (IB) e do Instituto de Química (IQ) da Unicamp desenvolveram um nanofármaco já testado em animais e altamente promissor na redução de tumores. A boa notícia é que, além de apresentar bons resultados no tratamento do câncer na bexiga urinária, a tecnologia pode ser aplicada também em casos de câncer de próstata. O fármaco estimula a produção de proteínas, de células de defesa e de citocinas, favorecendo, desta maneira, a destruição de tumores.

A tecnologia, que está disponível para licenciamento, registrou índice bastante promissor: 80% dos casos analisados tiveram diminuição da atividade tumoral. Este número demonstra a eficiência da utilização do nanofármaco quando comparado a outros tipos de tratamento disponíveis no mercado. “Ademais, apresenta toxicidade muito baixa na dose terapêutica, sendo esse fator muito importante na qualidade de vida dos pacientes”, acrescenta o Professor Wagner Fávaro, que conduziu os estudos junto ao Professor Nelson Durán Caballero.

Tecnologia da Unicamp reduz efeitos colaterais da quimioterapia

Ainda em escala laboratorial, a tecnologia desenvolvida pelo Instituto de Química da Unicamp é promessa para reduzir os efeitos colaterais causados pelos tratamentos oncológicos. A patente foi depositada pela universidade junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e consiste em um processo de obtenção de nanopartículas de sílica peguiladas carreadoras de fármacos hidrofóbicos. Com o uso da tecnologia desenvolvida pela Unicamp, o fármaco é encapsulado e está presente em menor quantidade, por se tratar de nanopartículas. A sílica, por sua vez, garante uma maior eficiência nesse processo de transporte intravenoso do fármaco até a célula.

“De uma maneira muito simplória, apenas para ilustrar, é como se a nanopartícula de sílica fosse um carro que transporta de maneira mais eficiente o fármaco até a célula sem que haja um desperdício do mesmo no percurso. Isso ocorre pois o nanocarro é solúvel no sangue e seu interior, onde o fármaco está contido, é hidrofóbico, permitindo a elevada retenção do quimioterápico. Dessa forma, é usada uma menor quantidade de fármaco, justamente porque a substância chega na quantidade adequada para o tratamento”, explica o pesquisador Leandro Carneiro, m dos autores da patente, ao lado do Professor Oswaldo Luiz Alves e dos pesquisadores Diego Stéfani Teodoro Martinez e Amauri Jardim de Paula.

Novas moléculas que detectam e tratam células tumorais

A invenção é aplicada na detecção e no tratamento de câncer

A terapia-alvo tem o foco de combater as moléculas específicas às células tumorais, sendo considerada uma medida terapêutica que veio revolucionar o tratamento do câncer. A tecnologia vem de encontro a essa nova perspectiva de tratamento oncológico, principalmente, dentre diversos tipos tumorais, para glioblastoma multiforme e carcinoma de pâncreas, que são extremamente agressivos e com alta taxa de mortalidade. A invenção permite que, ao mesmo tempo tratar o tumor, e servir como ferramentas para o rastreamento de células tumorais por meio de bioimageamento em ressonância.

É possível aplicar a tecnologia para a detecção e tratamento de câncer em tecidos moles, tendo como principais vantagens baixo efeito citotóxico a células sadias e alta solubilidade em água. Em parceria com a University of Nevada (EUA, os estudos foram conduzidos pelos professores Fernando Aparecido Sigoli e Marcelo Lancellotti. Também participaram do desenvolvimento da tecnologia Ana de Bettencourt Dias, Luciana Maria de Hollanda, Jorge H.S.K. Monteiro e Daisy Machado.

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