2 de janeiro de 2018 S Cosméticos do Bem é única empresa aprovada no PIPE III da Fapesp
Incubada vai desenvolver cosméticos para prevenção de doenças causadas pelo Aedes aegypti
Texto: Carolina Octaviano
Foto: Thomaz Marostegan
Com foco no desenvolvimento de produtos capazes de prevenir arboviroses, a S Cosméticos do Bem, empresa incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), foi a única empresa com proposta aprovada na chamada do PIPE III da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto aprovado busca o desenvolvimento de um cosmético com ação repelente natural e de longa duração, a partir do aproveitamento de um óleo volátil residual obtido da matéria-prima vegetal, para a prevenção de doenças como Zika, Chikungunya, Dengue e Febre Amarela. Confira o resultado do edital, aqui: http://www.fapesp.br/11440
“O controle do vetor por meio de inseticidas sintéticos é a principal medida que vêm sendo empregada. Porém, apesar de eficazes, esses compostos apresentam sérios problemas relacionados à sua utilização, como danos ambientais, toxicidade para uso humano e risco de desenvolver resistência em larvas e adultos de A. aegypti. A busca por compostos e/ou misturas repelentes naturais tem crescido exponencialmente nos últimos anos com intuito de sanar esses problemas”, contextualiza Soraya El Khatib, fundadora da S Cosméticos do Bem.
Os números divulgados pelo Ministério da Saúde confirmam a importância do desenvolvimento de tecnologias inovadoras capazes de prevenir as doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus, dengue, febre amarela e chikungunya, classificadas como arboviroses. De acordo com dados divulgados pelo órgão, somente em 2016, o Brasil registrou mais de 1.5 milhão de casos de dengue. Outro dado alarmante é o aumento no número de casos de Febre Amarela no país, entre 2016 e 2017. Entre dezembro de 2016 e agosto de 2017, 777 casos foram confirmados e 261 pessoas morreram em decorrência da doença.
Soraya lembra que a startup terá o prazo de 24 meses para o desenvolvimento do cosmético. “São várias as exigências da Fapesp, sendo as principais: cumprir com a parte burocrática do processo, respeitar os prazos e fazer acontecer o que foi proposto, ou seja, colocar a ideia em prática. A Fapesp avaliou e considerou que temos potencial para isso”, aponta a empreendedora. Dentre as próximas etapas do projeto, ela destaca a necessidade de aprimorar técnicas para o desenvolvimento de produtos inovadores, com comercialização em larga escala.
Os recursos alocados para financiamento do presente Edital são da ordem de 15 milhões de reais, sendo 50% com recursos da FINEP e 50% com recursos da Finep. Destes, no mínimo 40 % dos recursos alocados serão disponibilizados para empresas com faturamento de até 4.8 milhões, categoria no qual a S Cosméticos se enquadra.
A chamada, aberta em abril de 2017, buscava propostas capazes de resolver as seguintes demandas tecnológicas: Métodos diagnósticos rápidos e de baixo custo, moleculares ou sorológicos. Os sorológicos devem detectar IgM e IgG e proceder a diagnóstico específico e diferencial entre arboviroses; Novas tecnologias de monitoramento e controle de mosquitos transmissores de arbovírus, particularmente Aedes aegypti; Desenvolvimento de inseticidas e substâncias anti-virais de origem biológica; Novas tecnologias de liberação de mosquitos estéreis ou larvicidas biológicos no ambiente; Desenvolvimento de plataformas de monitoração e controle necessárias à previsão do espalhamento de patógenos emergentes e re-emergentes a fim de antecipar medidas de intervenção.
Mais detalhes e informações sobre o edital estão disponíveis aqui: http://www.fapesp.br/10876