1 de novembro de 2017 FAPESP anuncia apoio do PIPE a mais 49 empresas
Texto: divulgação
O Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) deverá fechar 2017 com um desempenho semelhante – ou ainda melhor – ao de 2016, quando foram contratados 220 projetos, “praticamente um por dia útil do ano”, como destacou José Goldemberg, presidente da FAPESP, em cerimônia de anúncio dos 49 projetos aprovados no 2º Ciclo de Análises de 2017, realizada no auditório da Fundação nesta terça-feira (31/10).
A projeção de Goldemberg se justifica: além de quatro ciclos anuais, a FAPESP seleciona propostas apresentadas por pequenas empresas no âmbito do PIPE em chamadas relacionadas a temas específicos, em parceria com outras instituições. “Só neste ano foram sete editais”, disse o diretor científico Carlos Henrique de Brito Cruz.
Os sete editais incluem: a chamada PIPE e Pitch Gov.SP, junto com a Secretaria de Governo do Estado de São Paulo, com prazo de submissão até o dia 4 de dezembro; e o edital PIPE/PAPPE Subvenção, para projetos em manufatura avançada, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e prazo de inscrição até 11 de dezembro.
As iniciativas voltadas ao apoio a pequenas empresas, mencionadas por Brito Cruz, incluem também dois editais em conjunto com instituições empresariais: o edital em parceria com o Canada Cooperation in Industrial Research and Innovation Projects, para a seleção de projetos a serem desenvolvidos por empresas paulistas e canadenses, com submissão até o dia 8 de dezembro; e o segundo ciclo de chamada conjunta com o Centro para el Desarrollo Tecnológico Industrial (CDTI), da Espanha, que termina em 31 de maio de 2018 e tem como objetivo promover e facilitar a realização de projetos de pesquisas bilaterais, envolvendo empresas dos dois países.
Somam-se a essa lista três chamadas já encerradas: a 5ª rodada do PIPE/PAPPE Subvenção para a Fase 3 do PIPE – de comercialização de produtos resultantes de projetos de pesquisa – e duas chamadas conjuntas da FAPESP e Finep: a primeira, para seleção de propostas de pesquisa voltadas ao desenvolvimento de produtos ou processos tecnológicos para o combate a arboviroses – como a febre amarela, a Zika, a dengue e a chikungunya – e seus insetos vetores, particularmente o Aedes aegypti, e a segunda, de apoio ao desenvolvimento de aplicativos que aumentem a produtividade e a eficiência do setor agropecuário.
Círculo virtuoso de investimento
Além de Goldemberg e de Brito Cruz, participaram do evento Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente do Conselho Superior da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo, e Fernando Menezes, diretor administrativo da Fundação, e Marco Antonio Zago, reitor da Universidade de São Paulo (USP).
Empresários e pesquisadores de empresas que tiveram projetos selecionados no 2º Ciclo de 2017 lotaram o auditório da FAPESP. Instaladas nas cidades de São Paulo, Campinas, São Carlos, São José dos Campos, Araraquara, São José do Rio Preto, Santos, Araçatuba, Sorocaba, Santa Bárbara D´Oeste e em Pompeia – no oeste de São Paulo, com 21 mil habitantes –, muitas das empresas se abrigam em incubadoras e parques tecnológicos.
A startup dirigida por Ana Rita de Toledo Piza – que estará formalmente constituída por ocasião da assinatura do termo de outorga com a FAPESP – está instalada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), incubadora de empresas de base tecnológica sediada no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), na Cidade Universitária da USP, em São Paulo. A empresa terá o apoio do PIPE para desenvolver um antiviral de baixo custo contra infecção por vírus Zika.
A empresa Centro de Serviços em Materiais Cerâmicos, instalada no Parque Tecnológico de São Carlos, vai desenvolver um aditivo para a indústria de porcelanato que pretende evitar a deformação do produto no processo de queima. E a startup dirigida por Fernanda Mansano Carbinatto, também em fase de constituição, instalada na incubadora municipal de Araraquara, terá apoio da Fundação para desenvolver biocurativos à base de curcumina para o tratamento tópico de leishmaniose tegumentar.
Algumas das empresas selecionadas já tiveram projetos apoiados pelo PIPE. É o caso da Oralls, de São José dos Campos – com filial em Bauru – que testará um dentifrício ultrafuncional, associado a um agente fluoretado e inibidor de protease (leia mais em: http://pesquisaparainovacao.fapesp.br/166).
“O PIPE é o maior programa brasileiro de apoio à inovação e pretendemos ampliá-lo”, destacou Goldemberg. O presidente da FAPESP contou que, em apresentação na Assembleia Legislativa de São Paulo, no dia anterior (30/10), empresas apoiadas pelo PIPE e com produtos no mercado, mostraram ter devolvido ao Estado de São Paulo, na forma de imposto, valores superiores aos investimentos públicos na fase de consolidação.