Artigo – Propriedade Intelectual: um olhar estratégico

Por Patrícia Leal Gestic, diretora de Propriedade Intelectual da Inova Unicamp

 

Hoje comemoramos o Dia Internacional da Propriedade Intelectual e sempre vejo como uma oportunidade para disseminar o conhecimento. Afinal o que é a propriedade intelectual (PI)? Qual a relação entre PI e conhecimento? E a relação entre PI e Inovação? Como ampliar a cultura de invenções e outras formas de proteções previstas pelo direito de propriedade industrial para estimular investimentos em inovação e promover a competitividade de nossas empresas.

Muitos não sabem o que é propriedade intelectual e sua relevância estratégica. O tema é pouco abordado durante a formação de profissionais das áreas de ciências e exatas, futuros desenvolvedores de processos, produtos e etc., e conhecimento sobre acesso às base de patentes como fonte de informação tecnológica é, ainda, pouco divulgado durante a graduação e pós-graduação.

“Intelectual porque é uma produção criativa. Propriedade porque é visto como uma mercadoria negociável.” [Oxford University, Isis Innovation Guidelines to Researchers, 2009]

Profissionais que estão no mercado, assumindo posições de destaque em indústrias, empresas, institutos de pesquisa e universidades que não conhecem a fonte inesgotável de conhecimento contida em patentes e muitas vezes investem tempo, recurso e suor, muito suor, para solucionar um problema, que já foi solucionado a um bom tempo por terceiros e, que talvez, não tenha liberdade para usar. Ou que talvez, invenções que já estejam em domínio público disponíveis para uso.

Em uma economia baseada no conhecimento, os direitos de propriedade intelectual são ferramentas jurídicas importantes paraincentivar a inovação e a competitividade.

Quando o foco é criar e capturar a nova demanda, foco em alinhamento de todo o sistema de atividades em busca da diferenciação e baixo custo, os ativos intelectuais se sobrepõe. Quando falamos em competitividade global, novos mercado e diferenciação estamos nos referindo à INOVAÇÃO DE VALOR.

VALOR sem INOVAÇÃO tende a se concentrar apenas na criação de valor ou seja, ganhos em escala incremental, algo que aumenta o valor, mas não é suficiente para se SOBRESSAIR no mercado. INOVAÇÃO sem VALOR tende a ser movida por uma tecnologia pioneira ou futurista que talvez se situem além do que os compradores estejam DISPOSTOS a aceitar e a comprar. [Blue Ocean Strategy, 2005].

A inovação de valor atribui a mesma ênfase ao VALOR e à INOVAÇÃO.

Concluo esta menção ao Dia Internacional de Propriedade Intelectual, com a imagem de destaque deste artigo [Fonte: EPO Academy, 2009] esclarecendo que o mapa mundial está com o dimensionamento dos países em função do número de patentes concedidas. Intuitivamente é possível observar que os maiores países são justamente aqueles desenvolvidos, arrojados, inovadores e que proporcionam tecnologias de ponta e soluções tecnológicas para o resto do mundo. Finalizo este breve artigo sem grandes pretensões mas oportunamente compartilhando minha convicção de que a propriedade intelectual é a infraestrutura invisível da inovação.

 

Texto originalmente publicado no Linkedin de Patrícia Leal Gestic. Veja aqui.

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