30 de janeiro de 2017 Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA)
Processo de extração dos compostos foi licenciado pela Unicamp para Rubian, empresa incubada na Incamp
Licenciamento de Patente BR 10 2016 014976 2
A busca por novos produtos, em especial aqueles baseados na biodiversidade brasileira e com alto valor agregado é o que levou a startup Rubian a fechar o segundo contrato de licenciamento de tecnologia com a Unicamp. A empresa licenciou um processo de extração aplicado ao bagaço do maracujá, com foco na obtenção de vários compostos bioativos para aplicação no segmento de cosméticos.
A tecnologia licenciada trata-se de um processo de extração sequencial, desenvolvido pelos pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, o professor Julian Martínez e a então aluna do doutorado Juliane Viganó, e é objeto do pedido de patente BR10 2016 014976-2 depositado no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) pela Agência de Inovação Inova Unicamp.
Martinez esclarece que um dos benefícios da extração sequencial é que se pode obter diversos tipos de compostos a partir de uma mesma matéria prima. “O processo de extração sequencial consiste em modificar as condições de extração (pressão, temperatura, tipo de solvente) sequencialmente a partir de uma mesma matriz. Em geral, outras técnicas de extração são aplicadas em uma única condição, na qual se extrai praticamente todo o material. Na extração sequencial, cada condição é definida visando a um determinado tipo de composto”, explica o docente.
Como o maracujá contém uma grande variedade de compostos, o uso da extração sequencial no bagaço da fruta permitirá extrair, em cada etapa, diferentes produtos com características e aplicações específicas. Márcio Lopes, gerente de operações da Rubian, comenta que o processo de extração sequencial licenciado pela empresa será aplicado em duas fases. Na primeira, serão obtidos três produtos: carotenoides, ácidos graxos e vitamina E (tocotrienol). Já na segunda fase será obtido o complexo fenólico piceatannol, conhecido por suas propriedades antioxidades. É justamente na combinação do tocotrienol com o piceatannol que a empresa tem interesse, pois o objetivo é chegar a um sérum, um fluído voltado para a revitalização da pele, com propriedades antienvelhecimento.
Lopes afirma que a empresa avaliou o processo licenciado como mais seletivo e de maior segurança na extração dos compostos. “Como resultado, obtemos um material mais puro, que evita potenciais alergias quando aplicado à indústria de cosméticos ou mesmo na indústria farmacêutica.”
Eduardo Aledo, gerente geral da Rubian, conta que a proximidade com a Unicamp traz diversos benefícios para a startup, que atualmente é incubada na Incubadora de empresas de base tecnológica da Unicamp, Incamp. Segundo Aledo, além da oportunidade de associação de marca a uma das universidades mais destacadas no país, a empresa tem acesso ao que há de mais novo em termos de desenvolvimento tecnológico, como é o caso da tecnologia de extração sequencial.
A Rubian é uma empresa criada a partir do licenciamento de outro processo de extração supercrítica aplicado ao urucum. Aledo destaca que vislumbrou na nova licença a oportunidade de incorporar ao portfólio da Rubian produtos obtidos a partir de novas matrizes vegetais. “Trabalhamos com o conceito Clear by Design Ingredients que significa dar segurança, transparência e rastreabilidade aos produtos que oferecemos às indústrias de insumos de alimentos, nutracêuticos e de cosméticos”, esclarece Aledo.
Todo processo de oferta, intermediação e negociação com a empresa foi feito pela área de Parcerias da Agência de Inovação Inova Unicamp, que se preocupou com todos os detalhes para que os interesses da Universidade e da empresa fossem contemplados. “Negociar com empresas nascentes vem se tornando uma constante, pois a Unicamp faz parte de um ecossistema propício ao nascimento de Empresas de Base Tecnológica, como a Rubian. Outro ponto importante é mostrar que m nosso portfólio de patentes encontram-se tecnologias que podem ser desenvolvidas pelos mais diversos tipos e portes de empresas.” Iara Ferreira, Diretora de Parcerias
Rubian
A empresa brasileira iniciou suas atividades em 2015 com o propósito de desenvolver e produzir extratos vegetais de alta qualidade, a partir de processos inovadores e sustentáveis. O objetivo da empresa é oferecer ingredientes superiores para as áreas de saúde e bem estar através de processos únicos e patenteados e utilizando-se de produtos da extensa biodiversidade do Brasil.
Inova Unicamp
A Agência de Inovação Inova Unicamp é o Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas. Responsável por intermediar parcerias da universidade com empresas, instituições públicas e privadas, a Inova Unicamp está estruturada em quatro áreas principais. São elas: Propriedade Intelectual, Parcerias, Empreendedorismo e Parque Científico e Tecnológico da Unicamp.