Inovação é parte da essência das empresas-filhas da Unicamp

Cinco pessoas sentadas debatendo no palco de um auditório com plateia

Texto: Carolina Octaviano

Fotos: Thomaz Marostegan

“A gente vive inovação como um assunto estratégico, de sobrevivência”, afirmou César Gon, CEO da CI&T, na abertura da mesa “Como inovam as empresas-filhas da Unicamp”, durante o XI Encontro Unicamp Ventures, realizado no último dia 26 de agosto na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Gon fala com a propriedade de quem foi presidente do grupo Unicamp Ventures, que reúne os ex-alunos empreendedores, entre os anos 2006 e 2009. O ex-aluno da Engenharia de Computação da Unicamp é destacadamente uma das lideranças no movimento de apoio às iniciativas de fomento ao empreendedorismo na Unicamp, com participação ativa junto à Agência de Inovação Inova Unicamp,  promotora do evento e de diversas iniciativas de estímulo ao ecossistema de empreendedorismo inovador.

Além de Gon, participaram da mesa, mediada pelo atual presidente do grupo Unicamp Ventures Fábio Pagani, representantes das empresas: Alibra, Matera Systems, Movimento 100 Open Startups e Griaule Biometrics, abordando as características e os métodos que permitem às empresas-filhas da Unicamp se manterem inovadoras, em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo.

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Carlos Netto, CEO da Matera, defendeu que a inovação é ponto crucial para que uma empresa de Tecnologia da Informação sobreviva: “O estímulo à inovação vai muito da história da empresa. Se uma empresa de TI não inova, morre”, pondera. Netto também considera a conexão com o cliente como ponto basilar na inovação. Ele argumenta que o princípio da inovação é a resolução de problemas que o cliente possui. A Matera foi criada em 1987 e já no início de suas atividades se demonstrou uma empresa inovadora. “Num encontro de final de ano, para atualizações tecnológicas, nós mostramos que havia um negócio chamado browser, que falava com banco de dados, e o cliente teve a ideia de fazer um comércio eletrônico”, completa. O interessante é que na época o projeto só não vingou pois não havia internet disponível no país.

Para Bruno Rondani, fundador do Movimento 100 Open Startups, o estabelecimento de parcerias para inovar é estratégico. Ele comenta que inovação aberta com base na cooperação entre grandes empresas e startups se tornou a essência de seu trabalho com o Movimento. “Lançamos desafios tendo em vista demandas de 120 empresas, para inovar em parceria com startups”. Para Rondani esta é uma tendência global, referenciada pela internacionalização do Movimento 100 Open Startups, que é aberto para startups provenientes de qualquer parte do mundo e conta com a participação de oito Capitais da inovação fora do Brasil. “Identificamos parceiros internacionais com objetivos comuns aos nossos”, afirma o empreendedor, que também é diretor-presidente da Inova Ventures Participações (IVP), sociedade de participações com o objetivo de investir em empresas de base tecnológica e alto potencial de crescimento.

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Humberto Afonso, diretor-presidente da Alibra Ingredientes, contou sobre sua experiência de inovar em parceria com instituições de pesquisa no Brasil e no Exterior. Ele menciona que uma das empresas do grupo Alibra teve um projeto aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para o desenvolvimento de um produto inovador. A parceria envolve também uma universidade dinamarquesa e a própria Unicamp. “Com relação à inovação aberta, a gente teve, há pouco tempo, um projeto aprovado pela Fapesp, onde participam a Unicamp, a Universidade de Copenhague e uma empresa nossa, para o desenvolvimento de uma bebida à base de um fitoterápico, proveniente da Amazônia”, revela.

Nível de risco que as empresas estão dispostas a correr

Leonardo Pagotto, gerente de projetos da Griaule, conta que o nicho da biometria é bastante competitivo e cita como exemplo o fornecimento de um sistema desenvolvido pela empresa, para a Polícia Federal, que auxilia na localização de pessoas procuradas pela justiça, a partir do cadastro biométrico. Mais uma vez, o investimento em inovação se mostra primordial para que a empresa não morra. “Se a gente não inovar e investir em algoritmo, ficamos para trás”, comenta.

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Sobre a internacionalização dos serviços oferecidos pela Griaule, Pagotto comenta que é necessário que as empresas conheçam os mercados nos quais pretendem se inserir. “É importante enxergar as características e particularidades daquele mercado específico e se adaptar a ele”, complementa comentando a diferença entre os mercados no Brasil e nos Estados Unidos.

Sobre o Unicamp Ventures

O Unicamp Ventures é uma rede de relacionamento e colaboração entre empreendedores ligados à Unicamp (alunos, ex-alunos, professores, ex-professores, funcionários, incubados e graduados da Incamp – Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp). A missão do Unicamp Ventures é fomentar o empreendedorismo baseado no conhecimento científico ou tecnológico adquirido ou gerado através de pesquisa na universidade. São patrocinadores do Encontro Unicamp Ventures 2016 Griaule Biometrics, Baita Aceleradora, 3M, Movile, Matera Systems, IVP e CI&T.

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