Alinhar expectativas entre universidade e empresa é principal desafio para startups

Texto e fotos: Marina Nania

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A dificuldade dos NITs (Núcleos de Inovação Tecnológica) para atrair investidores para startups nascidas dentro da universidade e o descompasso entre as expectativas do setor empresarial frente às da academia na hora de firmar uma parceria de P&D ou até mesmo um licenciamento foram temas abordados por Erik Sander, diretor do Instituto de Inovação da Faculdade de Engenharia da Universidade da Flórida, durante o workshop “Atração de investidores para startups, uma visão internacional”, ministrado entre os dias 19 e 20 de maio, na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A capacitação integra o projeto Inova Capacita.

Durante o encontro, Sander buscou esclarecer onde estão esses gargalos, com base em sua experiência nos Estados Unidos.

Um fôlego a mais para as startups

A busca por investidores é um dos grandes desafios dos empreendedores, principalmente no início. Segundo Sander, é necessário que as startups tenham foco em algumas ações para tornarem-se atrativas para os investidores. E isso não cabe a elas apenas. “Existe um papel fundamental das instituições de pesquisa nesse processo”, afirmou.

De acordo com o palestrante, ao avaliarem seu interesse em uma startup de base tecnológica, os investidores levam em conta sua proposição de valor, as habilidades da equipe, o tamanho do mercado, quem são seus competidores, suas estratégias de marketing e vendas e seu plano financeiro. “Durante uma apresentação inicial, o investidor quer ver, de maneira clara, quais são as vantagens e os riscos envolvidos na oportunidade”, explica.

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Visões distintas: universidade e empresa

Quando essas interações começam, outro ponto crucial são as expectativas de cada um. De acordo com Sander, enquanto a universidade tem como motivação a pesquisa e as publicações originadas por uma tecnologia, já a indústria valoriza a relação custo-benefício e tem urgência para leva-la ao mercado.

“O principal desafio dos NITs no processo de transferência de tecnologia é fazer a ponte entre o mundo acadêmico e o mercado, o que envolve conhecer as particularidades de suas linguagens e quais informações são importantes para cada um deles”, explica Sander.

O palestrante recebeu, ainda, muitas perguntas do público a respeito do mercado de empreendedorismo nos Estados Unidos, suas leis e práticas comuns.

“O contexto norte americano é uma referência no mundo inteiro, e a realidade que o Erik está nos mostrando traz uma perspectiva de como podemos desenvolver o nosso ecossistema”, comemora o Professor Alberto Sanyuan Suen, da Universidade Federal do ABC.

O diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp e coordenador-executivo da Rede Inova São Paulo, Milton Mori, reafirmou a relevância de cursos da Rede como esse para o ecossistema de inovação do estado de São Paulo. “Através da capacitação dos profissionais dos núcleos de inovação, buscamos causar impacto no empreendedorismo brasileiro”, explica Mori.

O evento contou com a participação de 38 membros e convidados das instituições parceiras da Rede Inova São Paulo.

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