Equipes do Desafio Unicamp 2015 apresentam os resultados da pré-aceleração

Texto e Fotografia: Vanessa Fujihira

Na última sexta-feira, 06 de novembro, no Auditório da Incamp, as três equipes vencedoras do Desafio Unicamp 2015 apresentaram o desenvolvimento de seus trabalhos após o processo de pré-aceleração, oferecido como parte da premiação pela Baita Aceleradora, patrocinadora da competição em 2015. Esta foi a primeira vez que os grupos vencedores da iniciativa foram pré-acelerados. A Baita Aceleradora já confirmou sua oferta de aceleração também para os finalistas em 2016, ano em que a Unicamp comemora 50 anos de existência.

O programa de pré-aceleração, ocorrido entre agosto e outubro, teve duração de 8 semanas e representa uma continuação da capacitação ocorrida no Desafio Unicamp. O processo objetiva tornar os modelos de negócios ainda mais robustos, por meio de entrevistas com potenciais clientes, players do segmento do negócio e do levantamento dos principais problemas e suas respectivas soluções.

O Professor Milton Mori, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, registrou sua presença no evento, ressaltando a importância do inédito programa para o maior desenvolvimento das equipes envolvidas no Desafio Unicamp. “Os resultados obtidos foram muito positivos. Os participantes tiveram a chance de aprender ainda mais sobre o mercado e seus clientes, com um detalhamento profundo sobre como estreitar as relações entre universidade e empresa”, aponta Mori.

Segundo Rosana Jamal, sócia-fundadora da Aceleradora, o programa utiliza a ferramenta Value Proposition Canvas, criada por Alexander Osterwalder e que auxilia o empreendedor a definir sua proposta de valor e segmento de clientes, levantando os “ganhos” e “dores” do negócio. “Por meio do suporte de pessoas de mercado, o programa dá a oportunidade da startup descobrir seus principais clientes”, complementa Rosana.

Rafael Telles e Nelson da Silva Neto, da Pomares

A equipe Pomares, segunda colocada no Desafio Unicamp, deu início à exposição dos resultados e apresentou os avanços conquistados em sua proposta, que consiste em um processo de obtenção e transformação de polissacarídeos que utiliza a goma do cajueiro como matéria-prima alternativa para produção emulsificantes para o setor de bebidas, alimentos e cosméticos. O grupo contou que, anteriormente, tinham menor conhecimento sobre os concorrentes e a real logística de importação do produto. “Após a pré-aceleração, conseguimos ter uma visão mais real sobre o nosso ramo mercado”, afirma o integrante Nelson da Silva Neto.

Chiu Chih Ming, da Novigo

Logo após, foi a vez da apresentação da equipe Novigo, terceira colocada da competição. A equipe desenvolveu seu modelo de negócios a partir de tecnologias de produção de cristais de gordura microencapsulados que possibilitam uma melhor estabilidade e textura para alimentos, além de substituírem a gordura trans. Maria Cristina Mascarenhas, participante e também mentora acadêmica da equipe, conta que, ao longo do programa, o grupo pivotou de uma abordagem mais técnica para uma mais mercadológica, ao perceberam que as companhias estão mais interessadas já nos efeitos e resultados da tecnologia. “A parte comercial era um grande desafio para nós”, conclui. “Com a Baita, aprendemos quais eram as ‘dores’ do negócio e mapeamos o seu grau de intensidade”, completa o integrante Chiu Chih Ming.

Maria Eduarda Meneghetti, da AgroTek

Em seguida, a equipe AgroTek, vencedora do Desafio Unicamp, expôs os principais avanços em seu projeto, que constitui no uso do programa de computador “Classifica Tomates” para a classificação eletrônica do fruto de acordo seu formato, cor, classe e presença ou não de defeitos. Conforme modelo proposto pela Baita, o grupo entrevistou seus clientes majoritários, entrando em contato com os principais beneficiadores, distribuidores e empresas de maquinaria da região. “Algo que já havíamos percebido durante o Desafio Unicamp e agora confirmamos na pré-aceleração é que se faz necessário expandirmos nosso negócio para diferentes produtos, como caqui, laranja e pimentão”, comenta Maria Eduarda Meneghetti.

Paulo De Lucca, da Pangeia Biotech

Além das equipes vencedoras do Desafio Unicamp 2015, o encontro contou com a presença da Pangeia Biotech, empresa recém-aprovada no processo de incubação da Incamp (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp) e que trabalha na terceirização de serviço de cultura de tecido e de melhoramento genético vegetal através da biotecnologia. A empresa também foi pré-acelerada pela Baita. “Eu aprendi muito sobre onde encontrar meus clientes e qual o meu tamanho de mercado”, frisa Paulo De Lucca, fundador da startup.

O Desafio Unicamp

O Desafio Unicamp de inovação tecnológica é uma competição de modelos de negócios que visa a criação de startups de base tecnológica a partir de patentes desenvolvidas na Unicamp. O evento, que está em sua sexta edição, ocorre no primeiro semestre de cada ano e engloba qualquer interessado em empreendedorismo tecnológico de todo Brasil, com ou sem vínculo com a Unicamp. Ao longo de três meses, são realizados workshops, palestras e mentorias para as equipes tirarem suas dúvidas e conseguirem elaborar seus modelos de negócios. Ao final da competição, a equipe vencedora é premiada, estimulando a participação e o engajamento dos alunos.

 

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