Texto: Juliana Ewers

Foto: Carlos Bassan / Prefeitura Municipal de Campinas

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) – ao lado do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), IB (Instituto Biológico), Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Embrapa, Prefeitura Municipal e Techno Park – assinou na última sexta-feira, dia 26, o Acordo de Cooperação Técnica e Científica para alavancar em Campinas um polo inspirado no bem-sucedido projeto francês: Agropolis Internacional, em Montpellier.

Com a meta de promover o desenvolvimento agrícola e intensificar o relacionamento com o setor empresarial, o projeto encontrou em Campinas um ecossistema favorável. Esse acordo não envolve aportes financeiros e tem duração de cinco anos. “Essa é uma ideia que vem sendo discutida ao longo de dez anos e que será capaz de projetar nossa região no cenário mundial”, afirmou o diretor do IAC, Sérgio Carbonell.

A associação francesa Agropolis International é financiada e administrada por instituições da comunidade científica regional de Languedoc-Roussillon. E é voltada para a pesquisa agronômica e o desenvolvimento sustentável. Criada em 1986, é considerada uma das maiores concentrações de competências nas áreas de agricultura, alimentação, biodiversidade e meio ambiente.

De acordo com o diretor do IAC, o Instituto Agronômico reúne pesquisas e resultados em todas as áreas contempladas no acordo e que constituem o escopo de atuação da Agropolis International. O IAC será responsável pela coordenação-executiva do acordo e centralizará o acompanhamento das questões administrativas relacionadas à cooperação.

O coordenador-geral da Unicamp, professor Álvaro Crósta, reforçou durante sua fala que o projeto será importante não somente para alavancar a vocação científica e tecnológica de Campinas, com mais pesquisa e inovação sendo geradas, mas também servirá para a estruturação de um modelo de sucesso. “Estamos aqui unindo histórias de sucesso. Isso permitirá que a interação Brasil-França se dê de forma a beneficiar a todos”, disse.

“Podemos vislumbrar cooperação mútua, com intercâmbio de alunos e pesquisadores. A ideia é promover a evolução de uma pesquisa comprometida com a sociedade”, pontuou Bernard Hubert, presidente do Agropolis Internacional, em vídeo exibido durante a solenidade.

O professor Luiz Cortes, da Engenharia Agrícola da Unicamp e que acompanhou as tratativas desde o início, retomou o histórico do Agropolis Internacional. “Nos anos 2000, o prefeito de Montpellier à época, teve a ideia de transformar o agronegócio no Sul da França. E foi isso que aconteceu. Ao vermos o que aquela região se tornou, nos deixou muito motivados. O que temos agora é uma grande tarefa pela frente. O que significa: transformar Campinas. Nós temos todos os elementos necessários para realizar esse sonho. Estamos falando de futuro”, disse.

Para João Carlos de Souza Meirelles, secretário estadual de Energia, o modelo que se instalou na França é uma enorme oportunidade para o Brasil. “O que está acontecendo aqui hoje é emblemático porque estamos falando de São Paulo, que assume um papel protagonista nesse sentido. E estamos falando também de Campinas, que é onde tudo isso se desenvolve. Serão feitos trabalhos com vistas à pesquisa aplicada à cadeia produtiva, porque a inovação só tem sentido se levada à sociedade.”

O prefeito Jonas Donizette garantiu na sequência que o projeto pode esperar comprometimento total de Campinas. E o secretário de Agricultura do Estado, Arnaldo Jardim, salientou que o empenho de todas as partes será imprescindível para unir forças e promover resultados de transferência de tecnologia não só para o grande produtor, mas também, e principalmente, para os pequenos. “Estamos todos em sintonia.”

Por fim, o diretor do Techno Park, José Luiz Guazzelli, afirmou em entrevista à Agência de Inovação Inova Unicamp que a assinatura do termo de Cooperação, depois de tanto tempo, demonstra o quanto esse projeto foi lapidado. “Isso me dá a certeza de que vai dar certo, porque estamos muito alinhados. Estamos a tratar de projetos importantes, pesquisas colaborativas e geração de conhecimento”, finalizou.

A assinatura do Acordo de Cooperação se deu durante cerimônia de celebração dos 128 anos do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Na ocasião foram entregues o prêmio IAC 2015 – que reconheceu nas categorias: pesquisadora científica, Arlete Marchi Tavares de Melo; servidor de apoio, Sérgio Roberto Pennaforte; personalidade da extensão, Taurino Alexandrino Loiola; e produtor rural, Waldir Parise – e a Medalha Franz Wilhelm Dafert – dada à Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Campinas e à Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp Botucatu.