11 de março de 2015 Seja “sombra” de um CEO e acompanhe como se dirige uma grande companhia
O programa CEO por um dia terá sua primeira edição no Brasil. É uma parceria da Odgers Berndtson, idealizadora do projeto, com o Estadão e a PDA International. Serão selecionados nove universitários para passar um dia inteiro como “sombra” de presidentes de grandes empresas do País.
Lançado há sete anos no exterior, já foi realizado na Espanha, África do Sul, Alemanha, Finlândia, em Portugal e no Canadá. Na edição nacional, as empresas que aderiram ao programa são Philips, 3M, Coca-Cola Femsa, Nespresso, Valeant, Rio2016, UPS, Laureate e Agaxtur.
As inscrições on-line estão abertas – a partir de hoje até o dia 5 de abril – para estudantes matriculados em curso superior reconhecido pelo MEC que estejam cursando o penúltimo ou último ano de qualquer área.
“Não existe restrição de cursos, idade ou localização geográfica”, diz André Freire, presidente da Odgers Berndtson do Brasil, empresa inglesa de recrutamento e seleção de executivos com escritórios em 29 países.
Dividido em três fases, o processo seletivo vai avaliar se os estudantes têm potencial de liderança, resiliência e capacidade analítica, além de aptidão para o trabalho em equipe.
Valor. “Buscamos jovens dinâmicos e questionadores, com energia e força de vontade para crescer na carreira, gerando valor como futuros executivos ou empreendedores”, afirma.
O Estadão, assim como a Odgers Berndtson, acredita no poder transformador das novas gerações, por isso é o parceiro ideal, diz Freire. “Nos projetos mundiais, sempre contamos com apoio dos maiores grupos de comunicação, caso do Estadão no Brasil.”
Para fazer a inscrição – em www.ceox1dia.com.br –, os candidatos terão de responder à seguinte questão: Por que você acredita que deve ser escolhido para participar do CEOx1dia?
As respostas e o perfil dos inscritos serão analisados pela Odgers. Freire alcançou sua primeira posição de CEO aos 35 anos. “Comecei a pensar nisso na época de faculdade, mas não tive a oportunidade de passar um dia trabalhando com um CEO, como nove estudantes terão, por intermédio do programa”, afirma ele, hoje com 41 anos.
Avaliação. Cinquenta universitários passam para a segunda fase, que consistirá de um assessment comportamental on-line, fornecido pela PDA International. “Serão avaliados por ferramenta de última geração”, diz Freire. “É uma oportunidade de ganhar experiência para futuras entrevistas de emprego.”
Os resultados serão confrontados com o perfil ideal buscado pelos altos executivos.
Na terceira etapa, os 20 finalistas serão entrevistados pessoalmente pelos sócios da Odgers, que escolherão nove estudantes para acompanhar o trabalho de comando. “Vamos compor as melhores duplas de estudante e CEO com base nas características de ambos”, explica. “Os finalistas vão interagir com headhunters, o que é propício para networking e discussão de carreira.”
Esta será a única fase presencial. As entrevistas, que devem durar cerca de uma hora, serão feitas no escritório de
São Paulo. Haverá opção de entrevista por vídeo para quem reside em outros Estados. Os escolhidos terão de se comprometer a dedicar um dia inteiro em maio para o encontro com o CEO. Os custos de transporte dos jovens serão cobertos pelo programa.
Embora apenas nove universitários sejam escolhidos, os outros candidatos poderão aproveitar a experiência de recrutamento. “Os 50 semifinalistas passarão pelo mesmo processo de assessment que usamos na Odgers para contratação de CEOs e diretores”, diz Freire. “Eles receberão relatório completo, que servirá como guia para seu desenvolvimento.”
Os escolhidos passarão o dia ao lado de um CEO, aprendendo a respeito de sua abordagem de liderança, carreira e responsabilidades. Será “excelente marca” no currículo dos universitários, afirma Freire. “Conversamos com os CEOs para que o dia seja o mais típico possível, evitando esvaziamento da agenda para atender o estudante.”
O objetivo é que o jovem viva a experiência do CEO, com vitórias e frustrações diárias. Um dia comum, segundo o presidente da Odgers, pode começar com reunião de diretoria, partir para visita a cliente, almoço com investidor, conferência com a matriz e retorno de telefonemas. “Serão experiências incríveis, como as que já testemunhamos em outros países.”
Talento. Segundo Freire, já houve desdobramentos do programa em que o estudante aceitou proposta de estágio oferecida pelo CEO. “O processo seletivo da Odgers Berndtson capacita o estudante escolhido como um talento em potencial”, diz. “Isso maximiza o interesse do público estudantil, pois as empresas participantes do projeto no mundo são renomadas.”
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Freire destaca, como principais desafios para empresas e CEOs, a atração, o engajamento, desenvolvimento e a retenção das novas gerações. “Há muito interesse de se aproximar dos jovens, pois as corporações sabem que seu futuro depende deles”, argumenta. “Associar sua marca a um programa que foca nesse público tende a ser muito bem recebido.”
Conselhos. Como orientação para quem almeja chegar ao topo de uma organização, o diretor de planejamento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Wagner Brunini, diz que tem de assumir riscos. “Aprendi – e eu falo com a experiência de 46 anos de carreira em recursos humanos – que assumir novas responsabilidades significa encarar desafios e atingir resultados.”
A professora da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP), Maria José Tonelli, ao falar da sua experiência com pessoas que chegaram ao topo da carreira”, destaca aquelas que “têm uma visão mais abrangente de sociedade” e arremata: “Encontrei executivos no posto de nº 1 que são capazes de falar de Guimarães Rosa, e não só de finanças.”
Fonte: Blog Radar do Emprego – Estadão