Workshop discute formas de colaboração e oportunidades de negócios entre Brasil e Alemanha

Texto: Vanessa Fujihira

Fotos: Bianca Ribeiro

Aconteceu nesta quarta-feira, dia 24 de setembro, no Auditório II da AFPU, o encontro “Inovações da Alemanha e Brasil como motor de Crescimento”. O evento foi uma realização conjunta entre a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK São Paulo) e a Agência de Inovação Inova Unicamp, e teve como objetivo mapear as oportunidades de crescimento e as formas de colaboração tecnológicas possíveis entre empresas brasileiras e alemãs.

Na abertura do evento, o público foi recebido pelo professor Milton Mori, diretor-executivo da Inova Unicamp, que reforçou o papel estratégico de se estabelecer parcerias com a Alemanha, tendo em vista a grande presença de empresas alemãs no Brasil. Mori também explicitou os convênios vigentes entre a Unicamp e universidades alemãs, bem como o grande interesse em desenvolvimento de P&D em parceria. Na sequência, Sofhia Elise de Lara Harbs, diretora do Departamento de Inovação da AHK São Paulo, explicou que a pauta Inovação ainda é recente no Brasil e que o trabalho de benchmarking e atração de investidores é interessante para o nosso desenvolvimento na área. “Podemos nos aproximar e aprender com os alemães, que possuem tradição no ramo da inovação”, aponta Sofhia.

O Dr. Till Alex Backsmann, da Veirano Advogados, deu início às apresentações explicando e mapeando o positivo cenário alemão para investimentos estrangeiros, ressaltando as vantagens de competitividade das empresas e de investimento em parcerias com o país. Backsmann expôs a atual tendência e interesse de empresários germânicos em vender e realizar contratos de joint-ventures, atraindo para o país empresários exteriores.

Logo após, o Dr. Matthias Schilingmann, da CMS Hasche Sigle, falou sobre as potencialidades dos chamados “hidden champions” alemães, empresas de pequeno e médio porte que são líderes de mercado e possuem grande volume de vendas, embora pouco conhecidos na esfera pública, como é o caso da Flexi e da Delo. Dentre os fatores de sucesso em comum, estão a forte base produtiva e a presença de mão-de-obra altamente especializada, além do alto grau de inovação incremental e consequente manutenção da qualidade dos produtos, aspecto de referência das manufaturas germânicas. “Os hidden champions investem cerca de 10% do seu volume de vendas em inovação”, releva Schilingmann.

Dando continuidade ao encontro, a advogada Jo-Wendy Frege, também representando a CMS Hasche Sigle, esclareceu alguns aspectos técnicos de grande interesse para potenciais investidores na Alemanha, fazendo um paralelo entre a legislação brasileira e a alemã em em relação às formas de sociedade, leis de proteção de marcas e de patentes, recrutamento de mão-de-obra, entre outros. Ademais, a advogada também esclareceu as principais diferenças e vantagens entre adquirir uma empresa e realizar contratos de joint-ventures. “Os contratos de joint-ventures são mais adequados em caso de investimentos mais reduzidos e prazos mais curtos de estadia em território alemão. Quando pretende-se entrar a longo prazo no mercado e ter controle integral do negócio, indica-se a aquisição da empresa”, explica Jo-Wendy.  

O último palestrante, o também advogado Fábio Pereira, da Veirano Advogados, apresentou um panorama do cenário e da legislação brasileira no que tange à transferência de tecnologia e à propriedade intelectual, destrinchando conceitos e apresentando soluções.

Por fim, foi realizado um workshop interativo, que teve como enfoque as diferenças culturais entre os países em questão e no qual os palestrantes, com a ajuda do público presente, puderam simular situações de negociações entre partes brasileiras e alemãs, apresentando cases e possíveis cenários. 

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