Texto: Carolina Octaviano

Foto: divulgação

Finalista do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica – competição de modelos de negócio a partir de tecnologias desenvolvidas pela Unicamp -, a equipe Acelera montou seu modelo de negócio a partir do dispositivo para autenticação de RFIDs (Identificação por Radiofrequência), desenvolvido pelos pesquisadores do Instituto de Computação (IC) Mario Côrtes e Guido Araújo, que também é o mentor acadêmico do grupo. Por meio dessa tecnologia, a equipe utiliza etiquetas NFC (“Near Field Comunication” – sistema que possibilita a troca de informações com a proximidade de dois dispositivos compatíveis), que podem ser colocadas em coleiras de cães e gatos, auxiliando em sua localização.

”Trabalhamos com dois segmentos de clientes. O B2C (Business to Consumer), que é o dono de um animal de estimação e o B2B (Business to Business), que são petshops e clínicas veterinárias. Para o B2C, vendemos uma coleira em nosso site que contém um chip NFC para ser colocado em seu animal de estimação. Em caso de perda do animal, o chip pode ser lido por usuários de smartphone e detecta a localização do animal e o envia ao seu dono. Também conseguimos criar uma base de animais perdidos ou mesmo para doação. O chip funciona como uma espécie de carteira de identidade do animal, e contém seus dados pessoais assim como os do dono”, afirma Marco Antônio Linhares, aluno de Ciência da Computação na Unicamp e um dos membros da equipe. Além da localização, a tecnologia oferecida pela Acelera possibilita que os donos dos animais agendem serviços como banho, tosa e a entrega de ração, facilitando a interação e a comunicação entre o petshop e os clientes.

Linhares conta que, a princípio, a ideia do grupo era utilizar a tecnologia no ramo de varejo e que, inclusive, os membros avaliaram a possibilidade de automatizar serviços como checkout de lojas e controle de estoques: “esse é um mercado que está em bastante ascensão no Brasil. Porém, apesar de a ideia ser interessante, nós queríamos fazer algo maior, algo que pudesse fazer a diferença na vida das pessoas. Conversando com o nosso mentor acadêmico, resolvemos pivotar para o segmento de pets e, desde então, estamos trabalhando bastante e fazendo diversas validações para criarmos o nosso modelo de negócios”.

O desenvolvimento do modelo de negócios se deu depois da constatação da importância que os animais de estimação têm na vida das pessoas. “A partir do pivô para o segmento de pets, utilizamos o Value Proposition Canvas (ou Canvas de Proposta de Valor) para criar uma persona do dono do animal de estimação. Fizemos hipóteses sobre as suas dores, seus medos, ganhos e suas rotinas para entender bem o seu cotidiano e que problemas nós poderíamos resolver”, explica.

Para Linhares, um dos maiores desafios para a equipe foi a elaboração das entrevistas com potenciais clientes. “Em termos de aprendizados, um dos maiores é sobre o processo de entrevista. Conversando cara a cara com um potencial cliente na rua, uma pessoa totalmente desconhecida, percebemos sua emoção ao falar dos seus problemas. A partir de muitas entrevistas, os casos vão se repetindo e começamos a detectar um padrão, e este será o norteador para o desenvolvimento do nosso projeto”. Ele comenta que a equipe, formada também pelo aluno de pós-graduação em biologia molecular Guilherme Trintinalia e por Geraldo de Araújo, Matheus Scussel Borges e Rodrigo Rosa da Silva, alunos dos cursos de Administração, Engenharia Mecânica, Economia da Unicamp, respectivamente.

A final do Desafio Unicamp acontece no próximo dia 2 de julho, às 15 horas, no auditório do Conselho Universitário (Consu). O evento é fechado para convidados e equipes finalistas. Em 2014, o Desafio, que está na quarta edição, é patrocinado pela Capes, Embraer, Movile, Cristália, LDSoft, Banco do Brasil e EDTI. A competição também conta com o apoio institucional do Unicamp Ventures, da Baita, da Associação Campinas Startups, Núcleo das Empresas Juniores da Unicamp, do Ciesp Campinas, da Liga Empreendedora, Dika Job e Agenda Pet.