Evento discute modelos de parques e clusters internacionais

Texto e foto: Carolina Octaviano

O evento “Experiências Internacionais de Clusters e Parques Tecnológicos”, ocorrido na sede do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), nesta quinta-feira, mostrou o papel dos parques e clusters científicos e tecnológicos como instrumentos para fortalecer o desenvolvimento sócio, econômico e regional e os sistemas de inovação, a partir das experiências de quatro palestrantes internacionais, que apresentaram seus respectivos cases.

Na ocasião, na qual foi assinado um acordo para dar início ao Programa de Inclusão Tecnológica para inovação no setor de alimentos e bebidas no estado de São Paulo, estiveram presentes Samuel Rossilho, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo; Marina Pacheco e Silva, assessora especial da Subsecretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo; Orlando Melo de Castro, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio da Secretaria de Agricultura e Abastamento do estado; Cláudio A. Violato, Diretor Presidente da Fundação Fórum Campinas; Luis Fernando Ceribelli Madi, Diretor do ITAL; Eduardo Gurgel do Amaral, diretor do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp; e Gianluca Carenzo, Diretor do Parco Tecnológico Padano.

“Este evento é importante para o Estado de São Paulo e, automaticamente, para o Brasil, pois ainda não exploramos esse modelo adequadamente como o que ocorre em países como a Itália, Holanda e França”, defende Madi. Já, na visão de Gurgel, a região tem potencial para se tornar referência em termos de parques científicos e tecnológicos. “Campinas é a única cidade do Brasil com cinco parques tecnológicos. O esforço agora é fazer com que a cidade se consolide como um modelo de Parques Científicos”, diz.  Essa posição também é defendida por Rossilho: “temos mais de 200 empresas de base tecnológica. Sem dúvida, a vocação da cidade é Ciência, Tecnologia e Inovação”.

A palestrante Shirley Jamieson, diretora de marketing do Cambrigde Entreprise, escritório de transferência de tecnologia da Universidade de Cambridge – terceira colocada na lista das melhores universidades do mundo da QS World University de 2013 -, abordou o modelo instituído por esta universidade, suas principias iniciativas – em especial os Parques Tecnológicos -, e como ele tem impactado o desenvolvimento local e nacional.

Shirley salienta que, apesar da Universidade de Cambrigde estar localizada em uma região do Reino Unido com apenas 1 milhão de pessoas, foi possível gerar os Parques Científicos e o Cluster que a compõem – e, consequentemente, desenvolver tecnologias inovadoras. “Nós reunimos os melhores acadêmicos e damos a eles liberdade de fazerem o que quiserem. Somos como a mata tropical. É um pouco caótico, mas não temos regras e sim muita diversidade. Geramos ideias que mudam o mundo pois permitimos o caos”, explica.

A diretora do Cambrigde Entreprise revela também que um dos segredos do sucesso do modelo adotado é um forte mecanismo de suporte às spin-offs, atuando como uma rede de integração das empresas, além de possuírem um grupo de investidores-anjo. “A gente permite que as pessoas fracassem. O fracasso não é uma coisa ruim. O ruim é insistir em algo que está fracassando. Nós permitimos que as pessoas fracassem e temos todo o suporte para que os negócios aconteçam”, aponta.

Atualmente, o Cluster da Universidade de Cambridge é composto pelos Parques Científicos: Cambridge Science Park; St John’s Innovation Park; Cambridge Business Park; Vision Park; Cambridge Research Park; Peterhouse Technology Park; Babraham Research Campus; Cambridge BioMedical Campus; Granta Park; Chesterford Research Park; Wellcome Trust Genome Campus; e Melbourn Science Park.

Já no período da tarde, o evento apresentou o case do consórcio Feeding the Planet, formado por três clusteres agroalimentares e biotecnológicos de classe mundial, instalados na Europa e coordenados pela Região da Lombardia, na Itália. Foram apresentados também os cases do Agropólis: um cluster orientado à pesquisa e educação em Agricultura, Alimento, Biodiversidade e Meio Ambiente, localizado em Montpellier, na França; do Parco Tecnológico Padano e Cluster em Biotecnologia e Alimento, da Lombardia, Itália; e do Food Valley Cluster e o desenvolvimento econômico regional na Holanda. “Experiências Internacionais de Clusters e Parques Tecnológicos” foi um evento correalizado entre a Fundação Fórum Campinas, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), a Prefeitura Municipal de Campinas e a Unicamp, contando com o apoio do CIESP. 

Confira as apresentações sobre CambrigdeFeeding the Planet, Food Valley Cluster, Parco Tecnologico Padano, Agropolis e o ITAL