21 de março de 2014 Novo ministro promete plano arrojado pra alavancar CT&I brasileira
No primeiro discurso como ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina afirmou que pretende colocar o País entre as grandes potências do setor. Para isso, ele pretende criar um projeto arrojado que combine “crescimento econômico, justiça social e sustentabilidade ambiental”. Uma das principais ações deste planejamento será internalizar a pesquisa e a inovação do capital estrangeiro no Brasil.
“Todos os países desenvolvidos fizeram isso. Os Estados Unidos se industrializaram com empresas europeias fazendo pesquisas por lá. A China está condicionando as empresas a fazer o mesmo. A empresa tem que trazer para o Brasil a pesquisa. Hoje, ele faz a pesquisa lá fora e traz para cá a sua produção”, explica o ministro.
O processo de atração de empresas estrangeiras já vem sendo executado pela pasta. Multinacionais como a Microsoft trouxeram seus centros de pesquisa para o Brasil em virtude de programas como o TI Maior, plano estratégico para o desenvolvimento de software e serviços de Tecnologia da Informação do ministério.
O objetivo de Campolina, no entanto, é conseguir criar espaço para a chegada de mais empresas. O novo ministro entende que, para trazê-las ao País, será necessário construir um ambiente cooperativo de estímulo e ter condicionantes para facilitar este processo.
“O Brasil é uma fronteira do desenvolvimento mundial. Possuímos diversas potencialidades como a nossa dimensão geográfica, disponibilidade de recursos naturais, o tamanho e as características de sua população, sua base produtiva e o avanço científico recente. Agora, é necessário mostrar que somos um país viável para que o capital estrangeiro, a medida que se convença disso, internalize a pesquisa”, afirma Campolina.
Recursos humanos
Outro pilar do plano arrojado será o processo de qualificação profissional. De acordo com o ministro do MCTI, esta meta é prioritária no conjunto de ações a serem implementados.
“O maior patrimônio de um país, principalmente nas áreas educacionais, científicas e tecnológicas, são seus recursos humanos. O Brasil tem um programa de pós-graduação muito avançado, mas essas coisas precisam ser complementadas, principalmente pela educação básica e essa interface com o sistema produtivo, pois são as empresas que, na prática, materializam a inovação”, argumenta.
Continuidade
Além de destacar que trabalhará intensamente para entregar o plano o mais rápido possível, Campolina fez questão de ressaltar que dará prosseguimento aos programas em execução do MCTI. Ele frisou que seria uma leviandade alterá-los neste momento.
“Planejamento é processo permanente. Vamos avaliar o que está sendo feito e fazermos os ajustes, caso haja necessidade. Não haverá projeto pessoal. Tenho que fazer tudo o que for possível no período em que estiver como ministro. Tentarei deixar a melhor herança possível para aqueles que vierem depois”, finaliza.