Inova Unicamp divulga principais indicadores de inovação da Universidade

Texto: Vanessa Sensato

A Agência de Inovação Inova Unicamp divulgou nesta terça-feira (11) os principais indicadores de inovação da Universidade em 2013. Entre os resultados qualitativos de maior destaque está a concretização da parceria entre a Unicamp e a empresa Lenovo, que ficará instalada no Parque Científico da Universidade e fará um investimento de 100 milhões de dólares em 5 anos. Entre os indicadores quantitativos, destaque para as 71 patentes nacionais depositadas, que garantem à Unicamp a manutenção entre as universidades brasileiras mais ativas na proteção de sua propriedade intelectual, com um portfólio de 866 patentes vigentes.

O professor Milton Mori, diretor executivo da Inova, avalia que as metas estabelecidas ao começar sua gestão em maio de 2013 foram atingidas. “Embora a gestão do portfólio de patentes da Universidade seja uma atividade importante, nosso foco em 2013 foi estabelecer um diálogo mais próximo e intenso com o setor empresarial. Queremos possibilitar a composição de um cenário mais propício à formação de parcerias de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de qualidade. Estas parcerias têm reflexos positivos na concessão de novas patentes, além de trazerem mais recursos para a atividade de pesquisa na Unicamp, com grande possibilidade de serem hospedadas no Parque Científico e Tecnológico”, coloca  Mori.

O professor João Romano, diretor de parcerias e projetos colaborativos, corrobora a nova estratégia destacada por Mori. “Fechamos oito contratos de licenciamento em 2013, quatro a menos do que em 2012, mas aumentamos o número de projetos colaborativos intermediários pela Inova de 10 para 15 contratos assinados. Estes contratos vão nos garantir, nos próximos anos, licenciamentos com perspectivas de serem postos em operação de maneira mais efetiva, reduzindo, consequentemente, o tempo de colocação do produto no mercado.”, afirma. Romano explica que um dos problemas enfrentados pelas universidades no Brasil ao transferir tecnologia para empresas é a não continuidade nos projetos e, posteriormente, a desistência do contrato de licenciamento. “Podemos contribuir para melhorar este indicador trabalhando em parceria com a empresa desde o início da concepção da tecnologia. Os projetos estruturados desta maneira – respondendo a demandas reais da sociedade – resultam em benefícios mútuos para a universidade e para a empresa”, pondera Romano.

Segundo a diretora de propriedade intelectual da Inova, Patrícia Leal Gestic, a nova gestão também tem como estratégia voltar sua atenção para as patentes concedidas da Unicamp.  “Pretendemos não só aumentar o número de patentes concedidas, mas também promover estratégia focada para sua comercialização”, coloca a diretora. Patrícia explica que embora o tempo para a concessão das patentes no Brasil seja de até 12 anos, a atenção do gestor do portfólio das patentes, no caso a Inova, é essencial para que o tempo de concessão junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) seja reduzido. “Temos que responder com a máxima rapidez todos os pareceres do INPI para dar agilidade ao processo de concessão. Para isso ampliamos a interação entre a Inova e o inventor responsável, facilitando o trânsito de informação”, esclarece a diretora.

Curso de especialização

A experiência da Inova na área de propriedade intelectual e a demanda de parceiros externos, que requisitam oportunidades de capacitação junto à Agência,  levou à iniciativa de estruturar  em 2013 um curso de especialização em propriedade intelectual, que será ofertado por meio do Departamento de Engenharia de Processos (DEPRO) da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp. Patrícia afirma que o curso é derivado de uma demanda crescente de empresas com dificuldade de recrutar profissionais capacitados em marcas, patentes, valoração de ativos intangíveis e transferência de tecnologias. “Mesmo quando as empresas terceirizam esta expertise com escritórios de patentes, como muitas usualmente fazem, tem se verificado uma grande demanda por profissionais deste segmento para atuar internamente, pois agregam o olhar estratégico da empresa e acessibilidade entre as diversas áreas da empresa”, coloca a diretora. O curso de 360 horas será lançado no primeiro semestre deste ano e tem em seu corpo de instrutores profissionais da Inova, que acumulam expertise de pelo menos 10 anos na área, professores da Unicamp, bem como convidados externos da rede de relacionamentos da Inova Unicamp. “O curso é inédito na Região Metropolitana de Campinas e vai colaborar enormemente para formação de profissional de alta qualidade nesta área de conhecimento”, coloca Mori.

Parque Científico

A expectativa do corpo gestor da Inova é nos próximos anos trazer para o Parque Científico mais empresas com projetos de grande importância, tanto para a Unicamp quanto para a região. De acordo com o diretor do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, Eduardo Gurgel do Amaral, outra preocupação é ampliar a infraestrutura disponível para o estabelecimento de laboratórios de P&D em parceria com empresas dentro do Parque. Neste sentido, uma primeira conquista em 2013 foi a aprovação junto à Finep de R$ 4.3 milhões na Chamada Pública para Parques Tecnológicos. O recurso será voltado para a construção de um prédio de 1.2 mil m2.

Atualmente quatro prédios já estão construídos na área inicial do Parque Científico da Unicamp, que possui 100 mil m2. Segundo Gurgel, entre os prédios construídos, apenas um ainda não está negociado para a instalação de laboratórios de pesquisa de empresas. Trata-se do Laboratório de Pesquisa em Biocombustíveis (LIB), um prédio de 1.226 m2 voltado para projetos na área de energia. “O prédio será finalizado ainda em março, mas já estamos negociando com duas multinacionais que buscam um local para colocar seu primeiro laboratório de pesquisa no Brasil”, informa o diretor. Além dos quatro prédios construídos, está prevista a construção de mais seis prédios. Gurgel dá ênfase ao papel do Parque como um importante instrumento para ampliar o relacionamento da Unicamp com a indústria e outras instituições. “O Parque Científico fortalece a liderança da Unicamp na indução do desenvolvimento regional baseado em ciência, tecnologia e inovação.”, avalia o diretor.

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