5 de dezembro de 2013 Onde estão os ‘vales’ brasileiros de tecnologia e formação de startups
A posição de ‘Vale do Silício brasileiro’ está vaga. E segundo estudiosos, investidores e empresários que militam na área, isso não se dá pela carência de candidatos. Os aspirantes existem e estão pulverizados pelo País. Mas ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, onde o vale original puxa a fila das iniciativas empreendedoras de ponta, por aqui não se deve esperar por um protagonista solitário. É preciso mirar as atenções para um grupo de regiões capazes de dividir esse posto.
Na opinião dos especialistas, o Brasil ainda não tem, não está em vias de organizar e tampouco produzirá no futuro um polo nos moldes do que se observa na Califórnia, que reúne o maior e principal ecossistema de startups do mundo. A concentração nacional dá lugar à pulverização, o que faz surgir não apenas um, mas diversos ‘vales’ de empreendedorismo tecnológico. Cada qual com suas particularidades, motivadas pelas demandas locais.
“A gente tem de esquecer essa história de Vale do Silício brasileiro”, reforça Marcelo Salim, diretor de desenvolvimento da Rio Negócios, agência de promoção de investimentos da capital fluminense. “Eles têm uma confluência única de fatores naquela região da Califórnia. O que temos de fazer não é replicar, mas se inspirar neles.”
Para o investidor Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil, essa ‘lição de casa’ tem sido feita pelos grupos nacionais. O especialista, contudo, chama a atenção para iniciativas mais elaboradas que ocorrem em algumas regiões do País, com destaque para Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e também em Pernambuco. “É possível encontrar empresários e investidores em praticamente todos os estados brasileiros. Mas alguns locais já mantêm um ecossistema mais desenvolvido”, afirma Spina.
Em São Paulo, apesar da capital paulista ainda atrair o grosso dos empreendimentos, Spina endossa os centros tecnológicos do interior, com grande potencial de desenvolvimento. “Esses pontos reúnem universidades, atenção de investidores e cultura empreendedora”, reforça José Dornelas, professor de empreendedorismo da Fundação Instituto de Administração (FIA-USP).
(Com informações do O Estado de S. Paulo)