Texto: Vanessa Sensato
Imagens: Divulgação e Antoninho Perri

A Agência Brasileira de Inovação (Finep) divulgou nesta quinta-feira (28) os projetos pré-aprovados na Chamada Pública para Parques Tecnológicos. O projeto do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp foi um dos oito contemplados na linha B no Edital, voltada para Parques em implantação. O projeto é o único do Estado de São Paulo. Foram pré-aprovados R$ 4.3 milhões, que serão investidos na construção de um novo prédio dentro do Parque Científico e também no desenvolvimento de uma metodologia de prospecção de empresas parceiras.

“A aprovação do projeto pela Finep demonstra a qualidade do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e o potencial de contribuição dessa iniciativa para que a Universidade possa cumprir o objetivo de fazer chegar à sociedade o conhecimento aqui gerado”, comentou o professor José Tadeu Jorge, reitor da Universidade. Para o professor Álvaro Crósta, coordenador-geral da Unicamp, os recursos captados demonstram a importância estratégica do Parque. “A consolidação do Parque da Unicamp beneficiará e qualificará ainda mais as atividades de pesquisa voltadas à inovação tecnológica, que são motivo de destaque da Unicamp no país”, coloca o coordenador-geral da Unicamp, que também é presidente do Conselho do Parque Científico.

O professor Milton Mori, diretor executivo da Inova Unicamp, órgão gestor do Parque, lembra que a aprovação do projeto veio dez dias após o anúncio de que a Lenovo irá investir US$ 100 milhões em projetos em parceria com a Unicamp em um laboratório sediado dentro do Parque. “O anúncio do investimento da Lenovo e a aprovação do projeto junto à FINEP são os primeiros resultados expressivos do trabalho da nova gestão da inovação na Universidade, que busca articular de maneira mais ampla e sólida boas parcerias para a Unicamp”, avalia o diretor. O diretor destaca que o projeto pré-aprovado foi feito reunindo esforços de diversas áreas da Inova, com a participação do setor de parcerias, comunicação e de Davi Salles, assessor técnico da Incamp, além da própria diretoria de parques.

Mori explica que o Parque Científico da Unicamp é uma área de 100 mil m² dentro do campus da Universidade onde é possível hospedar projetos de pesquisa em colaboração com empresas. Atualmente apenas três prédios fazem parte do Parque: o prédio do Inovasoft, que será reformado com recursos da reitoria, como contrapartida no projeto da FINEP;  o prédio do Núcleo do Parque, que foi construído com recursos do Governo do Estado e abrigará o laboratório da Lenovo e as empresas incubadas na Incamp (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp); e o prédio do Laboratório de Biocombustíveis (LIB) que está em fase final de construção. “Com a aprovação do projeto da FINEP vamos aumentar nossa capacidade para hospedar novos projetos de parceria em P&D”.

Eduardo Gurgel do Amaral, diretor do Parque Científico da Unicamp, avalia que o Parque da Unicamp tem enorme potencial para se tornar um dos parques com maior destaque na América Latina, em função da densidade tecnológica da pesquisa realizada na Universidade. Entretanto, Gurgel afirma que para que o parque se viabilize é necessário ter infraestrutura para receber as empresas interessadas. “A falta de espaço construído é nossa principal limitação”. Gurgel esclarece que os parques bem-sucedidos no exterior começam com uma metragem mínima edificada, que garante a hospedagem imediata dos projetos de pesquisa em colaboração. “A área de inovação é muito dinâmica, temos que estar preparados para receber os laboratórios de imediato”. Gurgel calcula que 10 mil m² de área útil são um início razoável para dar densidade ao Parque e acelerar a captação de empresas. O prédio que será construído com o recurso aprovado da FINEP terá 1.2 mil m². “Nosso próximo passo é viabilizar a fixação das pequenas empresas de base tecnológica, criadas por alunos e ex-alunos da Unicamp”, coloca o diretor do Parque.