Encontro discute cooperação São Paulo-Israel em pesquisa e inovação

Por Fernando Cunha

Agência FAPESP – A Cooperação São Paulo-Israel em Projetos de Inovação Tecnológica e Industrial foi o tema do encontro promovido na quarta-feira (06/11), na sede da FAPESP, entre dirigentes de agências de fomento e de inovação do Estado de São Paulo e de Israel para discutir a cooperação em projetos de pesquisa e desenvolvimento apoiados pela Fundação e por instituições israelenses.

A missão israelense foi recebida por Celso Lafer, Eduardo Moacyr Krieger e José Arana Varela, respectivamente presidente, vice-presidente e diretor presidente da FAPESP.

O encontro também teve a participação de Avi Hasson, titular do Escritório do Cientista-Chefe de Israel, organização encarregada da execução da política governamental de apoio à indústria de P&D, ligada ao Ministério da Economia; Roy Nir, cônsul para assuntos econômicos; Ilana Gross, gerente do Centro de P&D da Indústria Israelense (Matimop); e Dov Ollech, assessor especial do cientista-chefe.

“A FAPESP está consciente da importância de internacionalizar a cooperação entre empresas inovadoras no Estado de São Paulo. A inovação é um tema crítico para o país e o apoio à inovação pela concessão de capital inicial a projetos em empresas é uma forma de estimular o avanço do conhecimento e o desenvolvimento econômico”, disse Lafer na abertura dos debates.

Esse tipo de apoio da FAPESP, que compreende os Programas Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), foi destacado por Roberto Marcondes César Júnior, coordenador das áreas de Física, Matemática, Química e Engenharias da Fundação, na apresentação sobre o sistema de ciência e tecnologia paulista.

“O governo de Israel opera no sentido de possibilitar e estimular a inovação. Apoiamos projetos de alto risco relacionados a todas as áreas relevantes para o governo, como combustíveis alternativos e transporte, redução de emissões, novas tecnologias, economia verde e segurança na internet”, disse Avi Hasson. “O governo financia até 15% dos projetos e os outros 85% vêm das empresas”, acrescentou.

Chamada de propostas

Um processo de seleção de propostas de parcerias entre empresas inovadoras paulistas e israelenses está em curso no âmbito do acordo de cooperação em pesquisa científica e tecnológica entre a FAPESP e o Matimop, ligado ao Escritório do Cientista-Chefe, do Ministério da Economia.

As propostas podem ser apresentadas até 22 de novembro de 2013, em duas modalidades, segundo as normas da Fundação para os programas PIPE e PITE. Na primeira, que associa pequenas empresas paulistas e israelenses, cada projeto poderá obter financiamento de até R$ 1,2 milhão no Brasil ou, na segunda modalidade, contar com a contrapartida de financiamento da companhia parceira em Israel, associada a instituição de ensino superior ou de pesquisa.

“Em São Paulo, discutimos esse ambiente para a inovação e a atuação da Fundação no financiamento de capital inicial necessário para o desenvolvimento dos projetos”, disse Varela.

Por meio da metodologia de análise pelos pares, aplicada a todas as propostas que recebe, a Fundação tem apoiado, desde 2006, projetos em parceria com empresas como Agilent, Boeing, Braskem, Microsoft Research e, mais recentemente, iniciado processos para a criação de centros de pesquisa em engenharia com a Peugeot-Citroën, BG e Glaxo SmithKline, com financiamento por até 10 anos. O PIPE, criado em 1997, tem aprovado um projeto por semana, segundo o coordenador Marcondes César.

“O apoio da FAPESP atende a um ponto-chave na complexa operação de envolver empresas internacionais nos projetos”, disse Naldo Medeiros Dantas, secretário executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). “É necessário identificar problemas a serem resolvidos e estabelecer linhas claras de pesquisa para estabelecer essas conexões”, completou.

Participantes dos debates concordaram que a cooperação entre Brasil e Israel cria oportunidades para empresas nacionais utilizarem o investimento inicial em seus projetos de pesquisa tecnológica para crescer tanto no país como no exterior.

“Acredito que todos estamos aprendendo com essa interação. Não se trata apenas de produzir avanços, mas de acompanhar os passos desses avanços, traduzindo em resultados a estrutura existente em ambos os lados da cooperação”, disse Havi Hasson no encerramento dos debates. 

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