C&T no Brasil precisa fortalecer o tripé pesquisa, educação e extensão, dizem especialistas

“A ciência e tecnologia (C&T) de um País só terá expressão se for fortalecido o tripé desenvolvimento tecnológico, pesquisa e extensão de transferência de conhecimento”. A frase de efeito do deputado Ariosto Holanda (PSB/CE) definiu bem a temática do seminário “Extensão Tecnológica no Pais: O conhecimento a serviço da população”, que ocorreu nesta quarta-feira (6), na Câmara dos Deputados.

As políticas públicas das MPEs precisam focar na assistência tecnológica, que leva a inovação, afirma Holanda.  Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

As políticas públicas das MPEs precisam focar na assistência tecnológica, que leva a inovação, afirma Holanda. Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos DeputadosDe acordo com o deputado Holanda, membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CTCI), o encontro teve o objetivo de abrir portas para a extensão aproximando à micro e pequena empresa (MPE) de uma população que precisa ser capacitada. “As políticas públicas das MPEs precisam focar na assistência tecnológica, que leva a inovação. Estas empresas inovam pouco porque estão distantes do conhecimento e o saber está nas universidades, institutos de pesquisa”, frisou.

Informações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que no Brasil existem 6,3 milhões de empresas. Deste total, 98% são MPEs. Apesar desse contingente, apenas 6% da produção dessas empresas estão concentradas na população. “O entrave está ai. Temos que reverter essa situação. E é por isso que a extensão é tão importante. Agora o momento é de juntar as MPEs e as instituições de ensino e universidade”, complementou Ariosto Holanda.

Para o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos (PSD/SP), o seminário mostrou a necessidade desse tripé ensino, pesquisa e extensão. No entanto, ele expõe que a grande questão é como fazer a inovação tecnológica chegar aos produtores.

O ministro observou que o Brasil tem várias realidades e os micros e pequenos empresários estão no ‘fundão’, e muitas vezes a área de extensão acaba privilegiando só alguns setores que têm acesso. “Portanto, a extensão é o segredo para poder levar a inovação tecnológica a todos, de forma democrática”.

Para o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Marco Antônio de Oliveira, uma das metas dos institutos federais é justamente a extensão. “Além do desafio da formação para o mercado de trabalho, nós precisamos formar pessoas que possam empreender, que possam encontrar formas alternativas de ocupação e, por meio, delas prover a sua própria renda”, finalizou.

Homenagem

Durante o seminário, o deputado Ariosto Holanda fez uma homenagem ao professor Lynaldo Cavalcanti e Alberto Pereira de Castro, que segundo ele foram seus mestres.  “Eles fizeram a história da C&T nesse País”.

Ariosto também falou sobre a criação da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI), criada pelos professores Lynaldo e Alberto e que teve a participação do próprio deputado. “Começamos com nove institutos. Hoje, a Associação tem mais de 160 associados”, frisou. Holanda finalizou sua homenagem enaltecendo o serviço prestado pela ABIPTI na área de CT&I e sua importância para o Brasil.

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