20 de setembro de 2013 CNI aposta em Institutos de Inovação para promover revolução
Texto: Felipe Linhares
Foto: Gelson Bampi/Fiep
Pesquisador Nério Vicente Junior destaca que laboratórios contam com estrutura de ponta
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou, nesta semana, o lançamento do primeiro dos 24 Institutos Senai de Inovação (ISIs). Instalado em Curitiba (PR), o instituto foi classificado pelo diretor nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, como o primeiro passo para a realização de um sonho.
OS ISIs atenderão a demandas de companhias de todos os portes. Cada ISI será focado numa área de atuação. O da capital paranaense fará pesquisas em eletroquímica. A estrutura conta com 36 equipamentos avaliados em R$ 8 milhões. De acordo com Lucchesi, a rede de laboratórios vai agregar valor aos serviços da indústria, diminuindo o déficit na balança comercial avaliado em R$ 30 bilhões.
“A inovação é o principal fator de produtividade. Importamos muito e o que exportamos é [produto] de baixa tecnologia. É importante que cérebros brasileiros desenvolvam competências para empresas brasileiras”, explicou Lucchesi.
O ISI em eletroquímica poderá ser demandando por grupos empresariais, indústrias e pesquisadores empreendedores. As propostas passarão por uma análise de viabilidade. A princípio cinco profissionais do Senai do Paraná cuidarão dos estudos. Até 2015, o corpo de especialistas deverá ter 12 pesquisadores.
Cada projeto poderá ter equipes complementadas por pesquisadores de universidades e das próprias indústrias. Na opinião do pesquisador na área de desenvolvimento de novos materiais Nério Vicente Junior poucos laboratórios no País contam com a estrutura do ISI do Senai-PR.
“Temos um laboratório que vai da síntese de matéria, passa pelas análises eletroquímicas e vai até as análises de imagem e eletroscopia microeletrônica. Conseguimos fechar todo um ciclo de pesquisas em novos materiais. Podemos tanto criar novos produtos como solucionar problemas nas indústrias”, detalhou Nério.
O estado do Paraná conta com 345 empresas de eletroquímica, sendo 211 de médio e pequeno porte, que atendem companhias de diversos setores, como auto-peças e eletrodomésticos. O especialista em eletroquímica Edward Borgo aponta que o Insituto Senai de Inovação atenderá a uma demanda de profissionais e equipamentos de todo o estado.
“O estado do Paraná é essencialmente acadêmico. Temos pessoas qualificadas, mas ainda não temos a expertise em se trabalhar com eletroquímica. O nível das empresas paranaenses em eletroquímica é horrível. Os melhores profissionais que temos são trazidos de outros estados e países”, alertou Borgo.
O ISI em eletroquímica está instalado no Campus da Indústria, local de uma das sedes da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A ideia é que o instituto aproxime os centros de pesquisa e de desenvolvimento industrial que estão num raio de 2,5 quilômetros do Campus. Apesar estarem próximas geograficamente, elas atuavam de forma isolada.
Tecnologias
O instituto vai oferecer uma análise rápida sobre a qualidade da água ou do leite. O equipamento poderá analisar e determinar a qualidade de uma determinada amostra de bebida. Os estudos também serão feitos para criar novos materiais capazes de combater a corrosão tanto em equipamentos industriais como também em produtos para o consumidor como eletrodomésticos.
Um dos objetivos fazer do Instituto Senai de Inovação em eletroquímica uma das unidades credenciadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Em dezembro, será lançado um edital para selecionar até sete unidades Embrapii.
As escolhidas receberão recursos para captar clientes na indústria para o desenvolvimento de projetos inovadores. Podem se candidatar instituições de ciência e tecnologia (ICTs) de todas as áreas do conhecimento.