Especialistas defendem interação entre academia, empresas e institutos de P&D

Robert Lindsay, professor da Universidade de Machester, afirma que diálogo entre academia, empresas e institutos de P&D é investimento na indústria nacional. Foto: Mauro Frasson/FiepRobert Lindsay, professor da Universidade de Machester, afirma que diálogo entre academia, empresas e institutos de P&D é investimento na indústria nacional. Foto: Mauro Frasson/FiepDe Curitiba (PR) – Um dos motivos apontados para a participação da indústria estar abaixo dos 15% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é a baixa competitividade delas. Para reverter essa situação, especialistas que participam do Seminário Internacional de Inovação em Eletroquímica (S3IE), realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Paraná (Senai-PR), apontam a necessidade de as empresas se aproximarem da academia e dos institutos de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

De acordo com presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, o País está atrasado na questão de inovação nas companhias. “Se o PIB da indústria está menor que 15% é sinal de que a luz amarela está acesa há muito tempo. Precisamos de uma conexão maior entre academia, empresa e indústria. Precisamos tirar esse tempo de atraso”, destacou o presidente.

Em 2012, a participação da indústria de transformação no PIB foi de 13,3%. Índice que o setor tinha em 1955. Se forem mantidas as atuais condições de crescimento, o estudo prevê uma queda para 9,3% em 2029. Os dados são de uma pesquisa da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) divulgada no início de setembro.

Um dos palestrantes do S3IE apontou os benefícios de as companhias se aproximarem das academias e instituições de P&D. “Nas universidades e nos institutos há equipes completas especializadas e equipamentos de ponta que podem diminuir os custos e minimizar os riscos tecnológicos das pesquisas”, disse o professor da Universidade de Manchester, no Reino Unido, Robert Lindsay.

Ele destacou o caso das pesquisas para o desenvolvimento de inibidores de corrosão nos Estados Unidos e no Reino Unido. A corrosão é de equipamentos é um problema que atinge diversos setores da economia. O custo da corrosão nos Estados Unidos e no Reino Unido chega a US$ 276 bilhões e £ 10 bilhões por ano respectivamente .

“Quando há diálogo entre academia, empresas e institutos de P&D em busca de soluções para o problema da corrosão há um investimento na indústria nacional que terá equipamentos protegidos e profissionais capacitados que podem participar dos projetos”, exemplificou Lindsay.

O Senai-PR inaugura nesta terça-feira (17) o primeiro Instituto Senai de Inovação (ISI). Ao todo, serão instalados 25 (ISIs) até o fim de 2014. Os institutos serão divididos em oito temas ligados à indústria. A unidade paranaense será focada em eletroquímica.

Os ISIs fazem parte do programa Programa Senai de Apoio à Competitividade na Indústria lançado em 2012. Ao todo será investido R$ 1,9 bilhão, sendo 79% desse valor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A ideia é que os ISIs atendam a demanda do setor por soluções que fortaleçam a competitividade e a produtividade.

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