O edital de parques tecnológicos, lançado em julho por Finep e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), recebeu 86 propostas referentes ao Instrumento I (recursos não-reembolsáveis), que oferece R$ 90 milhões a parques tecnológicos em implantação e operação. A demanda por recursos superou em quase seis vezes o valor oferecido pelo edital.  No momento, a Finep avalia a conformidade e a qualidade dos projetos.

Do total de propostas recebidas, 24 foram submetidas à Linha A, destinada a parques tecnológicos em operação. Juntos, esses projetos demandam cerca de R$ 285 milhões em investimentos. Outras 62 propostas foram submetidas à Linha B, que envolve parques tecnológicos em implantação, os quais solicitaram, ao todo, R$ 267 milhões.

Para o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Alvaro Prata, a grande adesão confirma a importância dos parques tecnológicos para o desenvolvimento do país. “As 86 iniciativas apresentadas revelam que a sociedade acredita nesse modelo, pois um parque tecnológico exige uma construção coletiva, envolvendo diversos atores regionais – poder público, empresas, instituições de ensino e pesquisa, entre outros. Então, essas propostas representam uma demanda legítima da sociedade”, afirma.

A presidente da Anprotec, Francilene Garcia, destaca que o número de propostas apresentadas comprova o reconhecimento dos parques tecnológicos como plataformas estratégicas para o desenvolvimento de uma base empresarial inovadora. “Esse resultado reforça, também, que a demanda por investimentos estruturantes ainda se encontra bastante superior à capacidade atual de financiamento. Mas cabe reconhecer que o MCTI e a Finep protagonizam um novo ciclo de investimentos, cujo impacto positivo será mensurável no futuro, oferecendo o devido retorno à sociedade”, conclui.

A demanda superou a expectativa da Finep e do MCTI tanto em número de projetos quanto em volume de recursos.  ”Esse processo é muito relevante, pois reflete a demanda já existente e sinaliza, ao governo, que ainda há muito para crescer no que se refere à oferta de recursos para esses ambientes”, explica o chefe do Departamento de Operações de Subvenção da Finep, Marcelo Camargo.

 De acordo com Prata, a parceria estabelecida entre MCTI, Finep e Anprotec para a construção do edital contribuiu para o sucesso da etapa de submissões. “Essa articulação promovida pela Anprotec, ouvindo os interessados e compartilhando desafios é o caminho para a construção de políticas públicas consistentes”, ressalta.

 Demais instrumentos

Além das referentes ao Instrumento I, a Finep recebeu quatro propostas relativas ao Instrumento III, que criará o Fundo Inova Empresa MPE, de R$ 50 milhões – destinado a negócios apoiados por incubadoras e parques tecnológicos, ou ainda graduadas até dois anos, por meio de participação no capital e apoio gerencial. O edital previa a seleção de um gestor/administrador para esse fundo, que deverá ter como base legal as instruções da Comissão de Valores Mobiliárias (CVM). “O número de propostas submetidas a esse instrumento corresponde à expectativa. A atuação de fundos de investimento no Brasil ainda encontra limitações. Este edital representa mais um passo no sentido de aliar o capital empreendedor a incubadoras e parques tecnológicos e, assim, alavancar o crescimento das empresas apoiadas por esses ambientes”, avalia Marcelo Camargo, da Finep.

Cronograma

No caso do Instrumento I, no próximo dia 30 de setembro a Finep divulgará a relação de instituições classificadas para a segunda etapa do processo, que será uma apresentação oral da proposta. As apresentações orais deverão ser realizadas no dia 21 de outubro. O resultado final da avaliação de mérito das propostas será divulgado a partir de 6 de novembro deste ano.

As propostas aprovadas para o Instrumento III serão conhecidas em 14 de outubro.