Comitês Temáticos da Anpei: mecanismos de articulação e troca de experiências

Os Comitês Temáticos da Anpei são um dos principais mecanismos de articulação, troca de experiência e aprendizado coletivo disponíveis para os associados da entidade. Atualmente, três deles estão em plena atividade: Promoção da Interação ICT Empresas; Gestão da Propriedade Intelectual; e de Alta Performance na Gestão de Centros de P&D. Os coordenadores desse Comitês apresentaram hoje (4/6), na XIII Conferência Anpei, um balanço da atuação de cada um dos grupos, com o objetivo de motivar outros associados a participar da iniciativa. O evento, que se realiza no Centro de Convenções de Vitória, na capital do Espírito Santo, termina nesta quarta-feira, 5 de junho.

“Os Comitês são um ambiente de interação. Além de empresas, participam das reuniões representantes do governo, de órgãos de fomento e ICTs, em que o ponto comum entre todos é a busca pela competitividade por meio da inovação”, destacou Gilson Manfio, coordenador do Comitê Temático Promoção da Interação ICT Empresas. “Dada a diversidade dos integrantes, sempre temos diferentes pontos de vista, o que torna as discussões muito ricas”, acrescentou.

Manfio coordena o Comitê há dois anos. Ele foi criado com base na própria experiência dos membros da Anpei. O Comitê atuou na identificação das melhores práticas em parcerias, oportunidades, desafios e gargalos, feita com base na experiência real dos associados. “Trabalhamos para consolidar e difundir diretrizes para promoção da interação, e chegamos ao ponto de trabalhar propostas para mudar a legislação”, completou, se referindo ao trabalho do Comitê para sugerir aperfeiçoamentos ao projeto de lei que cria o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que tramita no Congresso Nacional.

Entre 2008 e 2009, o Comitê trabalhou em conjunto com o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), fazendo uma pesquisa com 92 ICTs e 22 empresas que serviu para mapear as parcerias. De 2010 a 2012, o Comitê consolidou os dados do mapeamento na forma de um “Guia de Boas Práticas para Interação ICT-Empresa”, lançado na versão digital na XII Conferência Anpei, realizada ano passado em Joinville (SC). Além da distribuição em CD, o Guia foi replicado e está disponível em sites de diversas entidades ligadas ao tema inovação.

A terceira fase do Comitê teve início em 2013, com foco nas discussões sobre como ampliar as possibilidades de interação. “Interferir em mudanças da legislação, como fizemos com o Código Nacional de C,T&I é um marco, mas queremos construir em conjunto com parceiros – ICTs, Embrapii – os novos modelos de trabalho que podemos ter”, explicou Manfio. Além de trabalhar com modelos como o de licenciamento de tecnologia, o Comitê quer atuar no estudo e disseminação de práticas como a cocriação, transferência de conhecimento. “São construções que a legislação atual não abarca”, apontou.

Propriedade Intelectual
Mario Gonçalves, coordenador do Comitê Temático de Gestão em Propriedade Intelectual (PI), contou que o grupo nasceu no final de 2010, também por uma iniciativa de alguns associados, que se reuniam para falar sobre o tema. O Comitê tem por objetivo promover a troca de experiências, mapear, interpretar e difundir melhores práticas em gestão da PI; chegar a um modelo padrão de gestão de propriedade intelectual; e promover a melhoria do sistema de PI como um todo.

Nas reuniões, discutem-se as políticas internas das empresas, como a estrutura de PI está inserida na empresa, o quanto a política em PI está alinhada à estratégia da empresa, PI e o relacionamento com parceiros – por exemplo, o pagamento de royalties no licenciamento –; administração do portfólio (manutenção, licenciamento), contestação de terceiros.

O Comitê deu importante contribuição para a formação da Agenda da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), que traz as questões de PI como primeiro elemento. Há também a parceria com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para a oferta de cursos na área de PI dentro do programa de formação profissional continuada EducAnpei, e outra envolvendo o INPI e o Japan Patent Office (JPO), que seleciona profissionais do Brasil para participar de cursos gratuitos em PI no Japão. O Comitê também formou um grupo de trabalho para desenhar uma proposta de diretrizes de exame de desenho industrial, apresentada ao INPI.

Gestão de Centros de P&D
Giovana Martielo, coordenadora do Comitê Temático Alta Performance na Gestão de Centros de P&D, falou sobre o primeiro ano de atividade do grupo, criado diante da necessidade de contratação de pessoal qualificado pelas empresas e ICTs. “É costume a gente só observar casos de sucesso, mas nosso grupo tem uma peculiaridade: a gente traz as dificuldades”, explicou. Outra prática comum do Comitê é concluir a reunião com uma pergunta ou ponto para reflexão para ser abordado no próximo encontro. “O espaçamento de um mês entre as reuniões dá tempo para refletir sobre as discussões tratadas”, justificou.

Ela citou um exemplo de uma empresa participante do Comitê que estava ampliando sua área de inovação e precisava saber como recrutar pessoas para a gestão. Várias propostas surgiram e as que melhor se adequaram às necessidades do associado foram levadas para a empresa.

O Comitê lida com muitos subtemas dentro do tema gestão de centros de P&D, tais como sucessão como forma de fazer transferência de conhecimento; cultura de inovação por meio de gestão de performance; profissionalização da gestão das universidades; gestão da pesquisa em fármacos; redes corporativas como alavancagem da inovação; atração de talentos específicos etc.

O Comitê pretende, nos anos de 2013 e 2014, mapear problemas comuns e tentar avançar na proposição de caminhos, construir um guia de práticas para gestão de centros de pesquisa, identificar metodologia para solução de problemas e para implantação futura, e identificar tendências inovadoras em gestão nos diversos temas.

A linha geral da agenda de temas das reuniões de 2013 já foi definida: indicadores de desempenho; identificação dos desafios na implantação de estrutura de P&D e soluções adotadas; modelos de trabalho; como traduzir benchmarking em solução para a empresa – como empresa se apropria das boas práticas, como leva para a empresa; visitas aos centros de pesquisa da Basf, BRF e Votorantim.

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