14 de janeiro de 2013 Programa governamental vai acelerar criação de 150 startups
O governo federal vai investir R$ 40 milhões no programa Startup Brasil, que deverá acelerar a criação de 150 startups até 2014. O objetivo é estimular o crescimento da área de desenvolvimento de novos softwares ou de serviços de tecnologia da informação com base em software no País.
As startups se caracterizam por modelos de negócios escaláveis e repetíveis, normalmente na área tecnológica. O governo pretende estimular a competitividade brasileira e o crescimento econômico pela criação desses novos negócios. “Se um país quer ser competitivo, o governo deve ser aberto para essa nova ordem mundial”, afirma Nicolas Gautier, diretor da Mountain do Brasil, incubadora de startups.
Outros países, como Israel e Chile, iniciaram programas de incentivo à criação dessas empresas. “Começar um novo negócio tem um grande risco associado, mas uma potencial grande recompensa. Não apenas para o empreendedor, mas para a macroeconomia, porque você está criando trabalhos e inovação.”
O diretor comemorou a iniciativa. “Até agora, houve pouca participação do governo brasileiro no ecossistema de startups. Não é muito fácil hoje no Brasil começar uma nova empresa. Há muita burocracia e pouco apoio do governo. Esse é um grande passo na direção certa”, diz.
O programa escolherá seis aceleradoras, que poderão se inscrever até 31 de janeiro. As selecionadas serão anunciadas em 1º de março. Será, então, lançado novo edital para selecionar as startups. O processo de aceleração durará até um ano.
Em seu primeiro ano, no mínimo 40 startups poderão receber bolsas de R$ 200 mil diretamente do governo. “É um bom começo. Qualquer coisa mais do que zero é bom. Se funcionar, o governo pode investir mais depois”, acredita Nicolas.
Candidatura de startups
Podem participar do edital empresas com no máximo três anos de operação que trabalhem com desenvolvimento de novos softwares ou de serviços de tecnologia da informação com base em software. Startups incubadas são incentivadas a participar do programa. Não são permitidas, no entanto, empresas que já estiverem nas aceleradoras.
É recomendado que as propostas das startups sejam realizadas em apresentação de slides, em formato executivo.
Nicolas aconselha que, para o projeto se destacar entre os demais, é preciso pensar grande. “Algo que realmente possa mudar a sociedade brasileira. Há tantas possibilidades nesse País. O governo vai te apoiar, empresas vão te apoiar. Então, crie algo grande.”
O diretor acredita que as áreas mais interessantes para se investir no momento são as de tecnologia móvel e social. “Os brasileiros são inerentemente sociais. Não estou falando para criar uma rede social, mas algo que combine esses elementos nos quais o Brasil é bom.”
Caso o projeto não seja aceito no programa, há outras maneiras de conseguir financiamento, como por meio de aceleradoras e programas de investimento nacionais e internacionais. “Está muito mais fácil do que era há dois anos e está melhorando a cada dia”, afirma Nicolas.
Segundo ele, o empreendedor não pode ter medo do fracasso. “No Brasil, as pessoas acham que ele é um perdedor por ter falhado. Em outros lugares do mundo, como nos Estados Unidos, é visto como algo quase positivo, porque significa que ele tentou.” É importante, no entanto, ouvir as respostas e modificar aquilo que for necessário para fazer aumentar suas chances de sucesso no futuro.