Brasil tem sete representantes entre as mil empresas que mais investem em P&D

Fonte: Portal Inovação

Ranking mostra alta de 9,6% nos aportes globais em 2011, para US$ 603 bilhões

 
As grandes empresas brasileiras estão investindo mais em inovação e conquistando mais espaço entre as companhias globais de capital aberto, segundo relatório da consultoria norte-americana Booz & Company. Entre as mil firmas que mais investiram em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no ano passado, há sete brasileiras, duas a mais do que em 2010. Com isso, a participação global do Brasil cresceu de 0,39% para 0,61%, totalizando US$ 3,7 bilhões em 2011, contra US$ 2,4 bilhões em 2010 ― uma alta de 54%.
 
Gerdau e Copel se somaram ao grupo formado por Vale, Petrobras, CPFL Energia, Totvs e Embraer A 8ª edição do estudo “Global Innovation 1000” mostra que, além das cinco empresas que já faziam parte da lista no ano anterior ― Vale (81ª), Petrobras (92ª), CPFL Energia (634ª), Totvs (750ª) e Embraer (859ª), apareceram na nova relação a siderúrgica Gerdau, na 640ª posição, e a Companhia Paranaense de Energia (Copel), na 952ª colocação.
 
Alta consecutiva
O gasto corporativo dessas mil empresas cresceu 9,6% em 2011, em relação a 2010, totalizando US$ 603 bilhões. Segundo a consultoria, esse é o segundo ano consecutivo de elevação nos aportes, já que, em 2008 e 2009, houve uma queda decorrente da crise financeira mundial. No topo do novo ranking, entre as que mais investem, estão duas empresas do setor automobilístico, quatro de saúde, três de eletrônicos e informática e uma de software e internet. São elas: Toyota (1ª), Novartis (2ª), Roche (3ª), Pfizer (4ª), Microsoft (5ª), Samsung (6ª), Merck (7ª), Intel (8ª), General Motors (9ª), e Nokia (10ª).
 
Correlação entre gasto e sucesso
O estudo, no entanto, demonstra que as empresas mais inovadoras raramente são aquelas que mais investem em P&D. Um levantamento feito pela Booz & Company com 700 líderes do setor de inovação para saber quais firmas eles reconheciam como as mais inovadoras apresentou no topo as empresas Apple, Google e 3M.
 
Estudo demonstra que as mais inovadoras raramente são aquelas que mais investem em P&D “Como nos anos anteriores, não encontramos nos resultados do estudo uma correlação de longo prazo entre gastos com inovação e sucesso financeiro da empresa”, disse Gustavo Roxo, sócio da Booz & Company, em material de divulgação enviado à imprensa. “Exemplo claro disso é que Apple, Google e 3M ficaram em 53º, 26º e 86º lugares, respectivamente, no ranking de gastos com P&D”, explicou. O relatório anual destaca que as dez empresas mais inovadoras, em comparação com as dez que mais investem em P&D, apresentam desempenho melhor em aumento de receita, em valorização de mercado e em lucro como porcentagem da receita.
 
O estudo constatou também que foram os setores de eletrônicos e informática, automotivo e industrial aqueles que mais contribuíram para o aumento de US$ 53 bilhões de 2010 para 2011, somando dois terços do total de gastos em P&D. Já as companhias de eletrônicos e informática, saúde e automotiva foram as que mais aportaram recursos em P&D, com, respectivamente, 28%, 21% e 16% do total de gastos.
 
Economias emergentes
Dois países da Ásia figuram mais uma vez com as maiores taxas de crescimento dos aportes em P&D. A Índia e a China, consideradas conjuntamente pela Booz & Company, registraram uma alta de 27,2% no último ano, porém ambas partem de uma base de gastos menor em P&D. Como a economia chinesa é muito maior que a indiana, a China contribuiu com mais de 90% dos gastos combinados em P&D dos dois países. Enquanto a China tem 47 empresas no ranking das mil maiores, a Índia aparece apenas com nove firmas. Entre as outras regiões, a América do Norte teve um crescimento de 9,7% nos aportes em P&D, enquanto a Europa cresceu apenas 5,4% e o Japão, apenas 2,4%. O resto do mundo registrou alta de 12,2% em 2011.